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Quem somos nós?

Atualizado dia 8/18/2006 1:01:43 PM em Autoconhecimento
por Mani Álvarez


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Esta é a pergunta que perpassa todo o contexto do filme que vem despertando uma grande polêmica no Brasil: “What the bleep do we know?” produzido por neurocientistas e físicos de universidades americanas e que foi traduzido por “Quem somos nós?”. Produzido sob a forma de um documentário alternando com flashes de uma história de fundo, ele trata da controvertida discussão entre física quântica e consciência, dois universos tradicionalmente distintos: um, das ciências exatas e o outro, das ciências humanas.

Falando para leigos, pesquisadores de renome mundial como Candace Pert, David Albert, Amit Goswani e muitos outros, expõem sua perplexidade diante das novas descobertas da ciência. Caem por terra preconceitos como o da “objetividade científica”, e a consciência volta à cena. Todos eles são unânimes em afirmar que realidade não é o que existe lá fora e sim, o que nosso cérebro produz através de uma complexa rede de conexões neuronais movida por... emoções. Ou seja, não existe isso que chamamos “realidade material”... a única realidade que existe é a nossa percepção individual e singular daquilo que nossa história de vida plasmou como sendo real.

Um depoimento do filme poderia ilustrar isto: conta-se que quando os navios de Colombo se aproximaram das costas caribenhas, os nativos não conseguiam ver nada no mar. Os navios estavam lá, mas eles não os viam. Por quê? Porque não havia em suas mentes nenhum registro daquilo, nada que pudessem reconhecer como “navio”. Foi o xamã quem “viu” primeiro; ele observou ondulações na água, entrou em transe e viu algo diferente se aproximando. Como era uma figura respeitada pelos nativos, eles acreditaram no que seus olhos viam e descreviam, e assim passaram a ‘ver’ também.

Uma das mais provocativas cenas do filme é quando a personagem principal, uma fotógrafa que é surda e fala com dificuldade, encontra o “garoto-maravilha” num parque. Leitor assíduo do gibi do Dr. Quantum, ele lhe ensina que quando ela pega numa bola, na verdade não está pegando em nada. Ela pega a “memória” da bola registrada em seu cérebro e, como há muito tempo não joga basquete e porque acredita que não consegue mais acertar, erra todas as cestas. Só quando traz de volta a lembrança de como era boa jogadora na adolescência, quando se vê mentalmente acertando todas, é que consegue mudar esse registro. E então compreende que vivemos num mundo de possibilidades; e que tudo é possível - desde que acreditemos nisso.

A física quântica (que estuda os quanta, a menor quantidade de energia capaz de criar a matéria) foi a maior descoberta do último século. Graças a ela hoje sabemos que não somos meros expectadores e sim, atores e produtores daquilo que julgamos ser a nossa realidade. Os chamados “objetos quânticos” (e tudo é objeto quântico!) são ao mesmo tempo ondas de possibilidade - transcendência pura -, que são transformados pelo nosso olhar em partículas sólidas e localizadas. Na verdade não é o olho, e sim o nosso cérebro que vê o objeto. Isso significa que o que vemos não corresponde de fato a algo existente lá fora.

Desde a década de 70 foi descoberta uma nova classe de substâncias químicas chamadas “neurotransmissores”. Elas atuam em nosso corpo como “moléculas mensageiras”; partem do cérebro e conduzem aos nossos órgãos nossas emoções, desejos, lembranças, sonhos e intuições. Sempre que um pensamento se forma, essas substâncias químicas surgem do nada e codificam a informação, retransmitindo-a ao organismo inteiro. Pensar é praticar química cerebral, promovendo uma cascata de respostas através do corpo. Esta é a base material do pensamento, o “salto quântico” do vazio para a matéria.

Não é espantoso que a cada pensamento nós estejamos, de fato, movendo átomos de hidrogênio, carbono, oxigênio e outras substâncias químicas de nosso cérebro? A questão é: se nossas células se renovam o tempo todo, o que as mantém coesas numa forma que se repete? A jovem fotógrafa do filme se perguntava: porque sou tão feia e horrível assim? Será que nunca vou encontrar um homem que me ame verdadeiramente? O que pensava assim nela era a “memória química” de suas células doloridas e feridas por uma grande traição conjugal. Em cada homem via o marido infiel. Seus neurônios estavam viciados nesta visão.
Mas, onde está guardada a memória das células? Nosso cérebro transmite suas informações para os órgãos do corpo mediante os hormônios que fluem pela corrente sanguínea e através dos neurotransmissores, que viajam a uma velocidade inacreditável. Portanto, se estamos felizes ou tristes, preocupados ou cheios de esperança, isso será convertido em neurotransmissores que irão levar esses impulsos emocionais para todo nosso corpo, via corrente sanguínea. Por isso nossas emoções são tão prontamente manifestadas em nosso corpo, e também em nosso sistema imunológico. Nossas células são movidas por nossos pensamentos.

Esta é a questão que perpassa todo o tempo do filme. Através dos depoimentos e da história de nossa heroína, percebemos que às vezes algo nos controla, somos “tomados” por reações químicas que comandam nossas reações. É como um vício: em algum momento de nossa vida houve a fusão de um pensamento com uma molécula, e a partir daí ela vai informar o corpo sempre da mesma maneira.

No caso das doenças crônicas é a mesma coisa. A mente e as moléculas mensageiras são combinadas de modo automático e perfeito a perpetuar a produção de uma desordem física nas células. Mesmo quando aquela célula não existe mais. Há uma memória que “sabe” como perpetuar aquela desordem. Portanto, há um transtorno na codificação da idéia. Defeito no planejamento. É isto que a medicina começa a elucidar: a memória de uma célula é uma informação, e como tal ela pode durar mais que a própria célula. Se uma célula morre e outra nasce com o mesmo defeito, a informação (pensamento), não foi mudada.

No caso de pessoas viciadas em comer, beber ou fumar, costuma-se pensar que foi criada uma dependência química, o que implica em dizer que suas células ficaram dependentes da nicotina, da comida ou do álcool. Na verdade, nossas células são renovadas periodicamente, portanto, como podem ficar durante anos viciadas e dependentes? O que ficou “viciado” foi a “memória” da célula. Em outras palavras, o vício é uma memória distorcida, um pensamento condicionado, uma informação irracional que se fixou em determinada fórmula química que produz prazer. Segundo Deepak Chopra, “O câncer não é tanto uma célula louca e transviada, e sim a planta básica distorcida daquela célula, um conjunto de instruções errôneas que transformam o comportamento celular normal numa mania suicida de câncer”.

O segredo da cura (física, mental, emocional) está em ir até Aquele que faz a planta das células, ir além desse funcionamento cego e repetitivo e criar uma nova conexão neuronal de acordo com a Sua vontade. Não há mais como fugir dessa realidade que é a dimensão do espiritual em nós. Ciência e espiritualidade se encontram, finalmente. A grande conexão é a Consciência.

* Mani Alvarez é psicanalista de orientação Transpessoal e diretora do Instituto Humanitatis.
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