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Recordis, de volta ao coração

Atualizado dia 4/24/2024 4:45:50 PM em Autoconhecimento
por Elisabeth Stojkovic


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Enquanto no mundo tem gente pensando que sabe muitoeu apenas sintoMuito. (David Cohen)


Em psicanálise, Sigmund Freud conceituou o inconsciente como parte de uma localização mental (topos, lugar) intrinsecamente ligado ao conceito de memória, os traços mnêmicos.

Para que estas memórias se movam de um local submerso, esquecido, para um local mais acessível (o pré-consciente) e depois, para o consciente, é necessário que, em sessões terapêuticas, usemos a fala de forma livre.

A fala que flui livremente vai associar-se de um modo não racional a eventos que estarão associados ao sintoma ou aos sintomas que os analisandos estarão apresentando nas sessões.

E os sintomas se apresentam não só nas palavras, mas também nos gestos. Há a linguagem verbal e a não verbalizada.

O corpo também fala.

Quanto mais os eventos foram esquecidos, mais tempo pode levar para serem acessados, pois que as memórias podem estar reprimidas ou recalcadas (“escondidas” mais profundamente).

Com o passar do tempo, percebemos que fatos e eventos passados têm uma conexão com sintomas presentes.

Há uma repetição de algo que perdura, há um traço repetitivo.

Freud nos aponta para o trabalho analítico em Recordar, Repetir e Elaborar (1914).

É essencial no trabalho analítico o recordar, embora, não necessitemos recordar fatos ou eventos muito antigos, o que pode nos conduzir a estados infantis. Mas recordar o que aconteceu durante a semana, por exemplo; recordar o que se sonhou, recordar um texto, um filme, recordar palavras proferidas ou ouvidas.

O falar é livre e não é necessário usar a lógica cotidiana.

O inconsciente “não tem lógica”. Mas, ele é aquele que sabe, o que sabemos sem saber.

Recordar, palavra significativa que nos remete ao coração. Recordar, do latim recordis, voltar a passar pelo coração.

Trazer de novo ao coração para reviver as boas memórias ou para reelaborar as más.

Reelaborar é dar outro significado. Na aprendizagem no sentido psicanalítico, é por fim, o ressignificar.

Não há como mudar coisas que já aconteceram, mas há como compreender e traçar uma nova narrativa.

E, no percurso, vamos entendendo que há coisas que temos que mudar embora sofrendo o processo da mudança, pois a natureza não dá saltos... E você já deve ter ouvido isto.

Outras coisas não são passíveis de mudança; há problemas enfrentáveis e outros perfeitamente evitáveis. Não temos que resolver tudo.

E algo, antes não sonhado, começa a surgir com o passar do tempo analítico que gosto de chamar de tempo Kairós: podemos tirar a capa de super-heróis (o “penso muito”) para irmos nos tornando algo muito melhor (o “sinto” muito) ou simplesmente humanos.

Elisabeth Stojkovic é Professora de Literatura, Pós Graduada em Psicopedagogia e Psicanalista
Visite o meu Instagram: @elisabethstojkovic7
 
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