Regressão, curiosidade e ética
Atualizado dia 5/14/2006 9:14:41 AM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Costumo informar às pessoas que me procuram que a técnica investigativa da regressão enquadra-se em quatro situações a serem consideradas:
1a.) Pessoas que possuem diagnóstico médico e/ou psicológico e histórico de tratamento químico e/ou clínico relacionados;
2a.) Pessoas que não possuem diagnóstico médico e/ou psicológico e histórico de tratamento químico e/ou clínico relacionados;
3a.) Pessoas que possuem histórico de tratamento psicológico sem nenhuma patologia grave e que, resolvidos seus problemas básicos pelo auxílio da terapia desta vida, pretendem continuar avançando no autoconhecimento através da experiência de regressão de memória a vidas passadas;
4a.) Pessoas que possuem histórico de envolvimento teórico-prático religioso, ou seja, uma boa base religiosa, e que gostariam, com a regressão, de investir na expansão consciencial através de uma nova experiência.
Observação: é importante registrar que são normas norteadoras do trabalho terapêutico, que têm como finalidade dar segurança ao profissional no momento da informação quando esta se tornar necessária. No entanto, é na consulta avaliativa que o terapeuta, obtendo as informações precisas da situação do paciente, conhecerá os verdadeiros motivos que o levam a procurá-lo.
Não obstante, a ética e o senso de responsabilidade não recomendam, ao terapeuta de regressão a vidas passadas, que realize a experiência em seu paciente quando este levar para o consultório um único e simples motivo: a curiosidade!
As pessoas que nos procuram movidas pela curiosidade, normalmente, são pessoas que encontram-se despreparadas para revivenciar altos níveis de emocionalidade que, muitas vezes, a experiência proporciona. Analisemos um caso que recentemente ocorreu comigo: um jovem ansioso em saber quem fora em outra vida, procurou-me com o objetivo de "fazer uma regressão" conforme suas palavras. Não tinha mais que 25 anos e ainda vivia com os pais e uma irmã. O ambiente em casa era de convivência harmoniosa, sem maiores problemas de relacionamento familiar. Estava empregado, havia se formado recentemente em medicina e estava prestes a casar com uma mulher com quem mantinha um relacionamento estável que já durava cerca de três anos. Passava a imagem de uma pessoa auto-confiante e bem resolvida na sua atual existência. No entanto, além da curiosidade, não conseguia expressar outros motivos que teriam despertado o interesse pela regressão.
Pergunta: o que a regressão motivada pela curiosidade iria acrescentar de positivo na vida deste jovem? Por enquanto, pelo menos, provavelmente nada. Teria uma experiência desnecessária sob o ponto de vista da ética terapêutica. Portanto, plenamente evitável por parte de quem é responsável por este processo, ou seja, nós, os terapeutas!
As regressões, pelo fato de envolverem aspectos individuais e íntimos das pessoas, além da conexão com o plano espiritual que pode bloquear ou permitir as informações, pois cada caso é um caso, deveriam pertencer, única e exclusivamente, ao rol das psicopatologias não estruturais, das psicopatologias estruturais somente quando o paciente estiver em tratamento médico e/ou espiritual e harmonizado e, conforme anteriormente registrado, das situações da expansão da consciência mediante uma boa base cultural-religiosa do paciente.
Acredito que se não estabelecermos critérios para a nossa praxis terapêutica correremos - terapeuta e paciente - riscos desnecessários no que diz respeito à repercussão que uma experiência de regressão poderá proporcionar a uma pessoa que não esteja minimamente preparada. Temos, na técnica regressiva, uma valiosa ferramenta de trabalho em benefício da cura e jamais a serviço das mazelas da vida humana. O crescimento somente acontece, em nós e no outro, quando começamos a compreender as diferenças e os limites impostos pelo bom senso e pelas circunstâncias da vida em sociedade.
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
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Texto revisado por Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
