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Relacionamentos paralelos: qual o seu foco?

Atualizado dia 4/28/2015 9:31:07 PM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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Muitas pessoas sofrem por algo que consideram "amor". Envolvem-se emocionalmente em relacionamentos paralelos sem a análise racional das experiências, ou seja, sem o devido discernimento sobre a qualidade afetiva das relações. E quando, por um motivo ou outro, a relação clandestina acaba, a dor da separação sintoniza com sentimentos antigos cujas feridas permanecem expostas revelando o caos emocional ao qual estas pessoas encontram-se submetidas.

A paixão por outra pessoa acompanha a experiência humana desde épocas imemoriais. No entanto, ainda não aprendemos a lidar com esta energia que consome corações e mentes e provoca um turbilhão de emoções que pode levar o indivíduo ao desespero. As experiências passionais de séculos atrás são praticamente as mesmas experiências que ocorrem no século 21. Aprendemos quase nada com o flagelo de corações partidos pela dor da separação.

Relacionamentos paralelos, em sua maioria, estão associados ao apego, insatisfação e dependência ou carência afetiva. Condição que normalmente o indivíduo traz de vidas passadas e tende a se reproduzir na vida atual, sendo na verdade, um desconhecimento do significado do amor na sua forma mais abrangente, que transcende ao ego.

Há milênios, o homem tem se entregado às armadilhas da paixão, porém, o aprendizado dessa experiência tem sido muito limitado. Somente a psicanálise conseguiu algum avanço ao identificar algumas patologias relacionadas ao comportamento emocionalmente instável do indivíduo apaixonado, o que tem ajudado muitas pessoas a se encontrarem no âmbito da afetividade e do amor próprio.

Neste sentido, o poeta e dramaturgo William Shakespeare registrou para a posteridade a sua percepção sobre o amor, ou seja, o seu aprendizado de vida: "Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos, tampouco promessas de amor eterno. E começa a aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança".

Quatro séculos depois de Shakespeare, Sigmund Freud afirmou que "Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade do que da razão". E que "As neuroses são determinadas pela história de amor do indivíduo".

Nesta lógica, a experiência da Psicoterapia Interdimensional, através de inúmeros casos de regressão à infância atual e a vidas passadas, confirma as afirmações de Freud, à medida que a síntese desta experiência revela que o traço passional inserido no modelo comportamental acompanha muitos indivíduos em seus relacionamentos atuais.

Portanto, considerando-se a cultura ocidental, estar apaixonado por outra pessoa e, mesmo assim, manter um duplo relacionamento, pode significar apego, posse ou medo da perda, isto é, carência ou dependência afetiva associada ao padrão emocional-comportamental determinado pela história de amor do indivíduo.

No estado de "insanidade passional", ou seja, de intenso envolvimento emocional, o indivíduo carece de uma percepção apurada de sua situação, o que compromete a capacidade de avaliar racionalmente a sua realidade afetivo-relacional. Surgem, desta forma, as doenças de ocasião como a depressão em seus diversos níveis, resultantes da dor psíquica imposta pelas chagas do passado, que mantém o indivíduo prisioneiro de si mesmo.

Na crise dos relacionamentos paralelos, o verdadeiro conflito é pessoal, uma vez que intensifica-se o medo gerador da insegurança no momento da decisão. Situação que pode permanecer por tempo indeterminado, até que uma das partes decida pelo rompimento da relação, o que geralmente provoca sofrimento à outra parte. Um sofrimento que poderia ser evitado se a pessoa tivesse consciência dos inconscientes mecanismos geradores de sua insegurança afetiva. Conhecimento, que uma vez apropriado, mantém o indivíduo "senhor de si mesmo" e ciente daquilo que deseja de um relacionamento afetivo de compromisso, pois as repercussões do pretérito já não interferem negativamente no seu equilíbrio emocional a ponto de afetar a sua capacidade de discernir e decidir sobre os rumos de sua vida.

Enquanto pessoas afetivamente interdependentes, somos como naus à deriva no turbulento oceano das paixões, até visualizarmos entre as tempestades, o farol da lucidez, cujo foco orienta o navegador para as águas serenas do amor.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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