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RETROSPECTIVA DE QUÊ?!...

Atualizado dia 12/30/2006 11:12:51 AM em Autoconhecimento
por Christina Nunes


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Ontem, como de costume, assisti à retrospectiva dos fatos acontecidos em 2006, exibida pela TV Globo. A cada ano me admiro com a forma como vamos nos esquecendo completamente das ocorrências em sucessão ininterrupta, tantas e tão surpreendentes são, investindo em constante ebulição de encontro aos nossos dias de maneira vertiginosa, como as arremetidas das ondas das marés nas areias, ora suaves, ora bruscas.

E não pude evitar que uma impressão dominasse todas as demais: que retrospectiva foi aquela?! De quê?! Porque em meio ao festival ininterrupto de dramas, tragédias e desgraças não pude me furtar à sombria sensação de que o mundo como um todo - dos sintomas climáticos aos sintomas humanos - piorou sensivelmente no intervalo de apenas doze meses!

Clima em franco desequilíbrio; calor torturante; catástrofes climáticas; bombas; crueldades; novas guerras; violência num crescendo desgovernado, multiplicando vítimas em ritmo assustador; crianças maltratadas e agredidas; inocentes assassinados; caos na política; quedas de aviões e helicópteros... e o arremate com "chave de ouro" para o meu Rio de Janeiro - onde o assunto do dia é o domínio das milícias em morros e comunidades antes sob o controle de traficantes, ocasionando o desespero que temos presenciado nos últimos três dias...

Milícias... o termo me soou estranho, mas não inédito. Não sei porque assomaram à minha mente histórias de guerrilhas colombianas; filmes sobre seqüestros e combates entre distintos grupos fardados, tendo como fundo pretextos políticos ou outros, obscuros, e no entanto, histórias que exibem sempre no cerne a realidade brutal de algum tipo de domínio despótico sobre populações indefesas, justificadas com argumentos ideológicos rasos de autenticidade...

Impossível, diante de um tal quadro e às portas de um novo ano, não experimentar apreensão pelo que está por vir, a menos que a voz interior, a visão de dentro, não nos sussurre alternativas, e uma interpretação mais vasta da vida como um todo...

Para combatermos em nós mesmos o pessimismo inevitável que se nos insinua diante de tais quadros, é imperativo que se atribua a outras referências do ano que finda o devido peso e valor. Devemos insistir na lembrança daqueles bombeiros heróicos, e humanos na sua melhor acepção, e da sua alegria patente ao salvar a criancinha dos escombros de um desastre automobilístico; pintemos com cores brilhantes na retina dos nossos espíritos a recordação de que aquela outra criancinha, largada covardemente para morrer na lagoa da Pampulha, logo se viu aos cuidados de braços amorosos que a resgataram e a acolheram com todo o amor a que tem direito ao iniciar a sua jornada neste mundo; recordemos o sorriso simpático daquele astronauta brasileiro que com a sua aventura nos transmite uma lição sutil de como aprender a ver o nosso planeta com uma visão de cima e mais vasta. Afinal, de tão longe, no espaço, nos é dado contemplar o quanto somos pequenos e humildes na infinitude do universo; temos que nos deter nos indícios, salpicados aqui e ali nos noticiários, de que nem tudo é caos; nem tudo é violência, e de que nem todos são adeptos das forças obscuras do ódio, do orgulho e da agressividade.

Há insegurança no ar - mas há gente empenhada em combatê-la e amenizá-la; há insanidade e cegueira espiritual disseminada no mundo inteiro - mas há centenas de almas espalhadas pelo planeta Terra, no mais das vezes mergulhadas no mais absoluto anonimato, que funcionam como as eminências pardas da paz e da cura das almas, atuando com eficiência na profilaxia da vida nos dias das populações. Apoiando aqui, curando ali, consolando mais além - ajudando; oferecendo amor, chorando junto...

E esses anjos-da-guarda em missão aparentemente inexpressiva em meio a tanto desacerto são colocados nos nossos caminhos no instante exato, sem mais nem menos - sem atrasos nem desvios!

Letícia, a linda menininha da lagoa da Pampulha, nos ensina isso, de dentro da inocência de sua triste fatalidade, que lhe vitimou os primeiros meses no mundo; e outras tantas crianças e ocorrências anônimas também.

Em meio à retrospectiva impressionante dos enganos da humanidade, não desdenhemos a principal, a mais útil: a que nos ensina a não descrer completamente da vida e do potencial do ser humano para transmutar os desafios e os dramas em aprendizado, num fôlego a mais e na capacidade prática de se trazer ao nosso dia-a-dia exemplos tocantes de realização do amor e de esperanças para um mundo melhor.

Paz e amor a todos em 2007!

Com amor,

Lucilla e Caio Fábio Quinto

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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