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Sentir saudades faz bem pra saúde?

Atualizado dia 1/27/2016 10:46:44 AM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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"Saudade é a nossa alma dizendo pra onde ela quer voltar". (Rubem Alves)

A saudade é um sentimento de lembrança nostálgica de pessoas, animais, coisas ou situações distantes de nós ou extintas, associada ao desejo de tornar a vê-las ou possuí-las, sintonizado às sensações de distância, perda e falta de amor.
Para a psicanálise, a saudade é um sentimento importante, mas, como na solidão, deveríamos nos beneficiar dela e não sermos consumidos por ela.

A melancolia, que é sentir prazer através da tristeza, envolve muitos casos de pessoas que são movidas pela saudade, resultando na associação entre saudade, melancolia e depressão, e transformando-se num labirinto cujas causas e consequências são mais profundas, onde os sintomas predominantes são a sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa. A melancolia, portanto, seria a síndrome nuclear da depressão.

Nesse continuum que envolve outros processos, como a ansiedade, tristeza, luto, amor e estresse, apresentam-se diferentes níveis de intensidade, duração e gravidade entre o normal e o patológico.
Considerando-se esse "continuum", temos as consequências da saudade para a saúde (nível psicológico). É o que veremos a seguir em forma de sintomas.

1) Ansiedade, nervosismo, angústia, flutuações do humor;
2) Sensação de desamparo, frustração, insegurança, solidão;
3) Tristeza, choro fácil, apatia, falta de iniciativa, depressão, ideação suicida;
4) Insônia, falta de apetite, pensamentos obsessivos;
5) Dificuldade de aprendizagem, distração, perda de memória;
6) Isolamento social, absentismo escolar e laboral, abandono escolar;
7) Comportamentos aditivos: álcool, tabaco, drogas lícitas e ilícitas.

Segundo o espírito Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, "O ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico e periespíritico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores à presente existência".

Portanto, podemos incluir no tema "saudade", o sentimento estrangeiro ou de vazio sem motivo aparente, que é o sentimento de sentir falta de algo ou algum lugar sem saber de quem ou de onde exatamente. É como se algo faltasse na presente experiência, porém, de difícil exatidão do que se sente falta.

Para o Espiritismo, a saudade do desconhecido pode ser definida como sendo uma saudade inconsciente da dimensão espiritual. A sensação de vazio é referente ao que inconscientemente sabemos que perdemos - a liberdade de espírito, as lembranças, os amigos, a felicidade relativa que tínhamos, bem como a tristeza se torna referente ao fato de estarmos aprisionados em corpos mortais, pesados em nossa matéria, expostos a influências negativas, necessitados de esforços físicos e morais.

O Dr. Osvaldo Shimoda, criador da Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), em seu site menciona que frequentemente muitos pacientes relatam que desde criança sentem saudade e tristeza sem um motivo que justifique. "Eu mesmo quando criança, à noite, sempre que olhava para o céu estrelado, chorava de saudade, tristeza e sentia um aperto no peito, sem entender ao certo o porquê desses sentimentos. Mas somente passando pela regressão de memória vim a entender que a minha alma, na verdade, tinha saudade do plano espiritual de luz de onde vim, antes de reencarnar na vida presente".

Na "Síndrome de estrangeiro; história de quem sempre foi diferente" (www.acasadoespiritismo.com.br), observamos um interessante depoimento apresentado por Ingrid Cañete, autora do livro "Crianças Índigo - a evolução do ser humano", a respeito de uma leitora, adulta índigo de 49 anos que lhe escreveu. É o que veremos na sequência.

"Somente hoje criei coragem para escrever. Era para ti que deveria escrever, pois não quero, neste momento, dividir isso com a minha terapeuta, com uma amiga, com ninguém que não saiba exatamente como estou me sentindo. Quero a verdade, não fosse todos esses movimentos que sei que estamos passando, essa transformação, eu poderia abrir a DSM IV e incluir-me em todas as anomalias mentais que estão ali descritas. Primeiro, estou sentindo uma necessidade vital de estar só, sem fazer absolutamente nada, sem falar com ninguém. A imagem dos Andes não sai da minha mente. Estou vivendo abertamente entre essa dimensão e outra que não identifico, mas que tem a ver com curas, em que sou um instrumento de cura e, ao mesmo tempo, sou curada. Transito entre a natureza e tudo que vem dela, desde índios até a energia da luz que é muito forte.

Quero soltar-me, mas tenho medo de misturar-me a tudo isso e perder a minha identidade. Uma parte minha está muito feliz por esse acesso, mas outra parte me limita e não me permite vivenciar esse fluxo de energia no qual estou inserida. Esse conflito gera imensa ansiedade, em que nenhum lugar ou companhia me satisfaz. Sinto-me presa. A sensação é de querer tirar essa roupa que estou vestindo, pois ela não faz parte de mim. Reconheço que tenho compromisso com pessoas, instituições, família, mas, neste momento, gostaria de não ter nada. Somente eu comigo mesma".

COMENTÁRIO

Parto do princípio transcendental de que tudo na vida é transitório, ou seja, que a jornada vital representa o efêmero e o eterno, e que o nosso desafio é encontrar o equilíbrio entre as experiências da dimensão física e da dimensão espiritual de nossa existência, considerando as condições nas quais nos encontramos, onde são aplicadas as Leis universais ou Divinas da justiça, do progresso, do amor e do trabalho. À medida do possível, com a mente desperta, estudando e atuando para a nossa própria evolução.

Tanto na experiência como dirigente mediúnico espírita, quanto na experiência como psicoterapeuta interdimensional, passamos por situações nas quais a saudade (ou melancolia) está relacionada ao apego afetivo, emocional ou material. Portanto, torna-se importante para o espírito encarnado, exercitar o desapego, porque embora aconteçam as experiências de perdas afetivas por separação de corpos ou por morte, sempre existe a possibilidade de reencontros futuros. E isso ocorre muito durante as sessões regressivas de memória, nas quais os motivos da saudade (ou melancolia) são identificados em situações pregressas que podem ou não sintonizar com fatos ocorridos na vida atual.

Sim, sentir saudades porque somos humanos, mas, acima de tudo, exercitar o desapego através do processo de autoconhecimento que responda as nossas dúvidas que cultivamos ao longo da existência, é o melhor caminho de experimentarmos ou continuar experimentando a tristeza natural e a esperança saudável, ou seja, com saudade, sentimento inerente ao ser humano dotado de excepcional capacidade de expansão da consciência.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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