Sexo espiritual
Atualizado dia 9/15/2006 12:03:13 AM em Autoconhecimentopor Fernanda Petter
Na antiguidade, período em que o matriarcado era o foco cultural em vigor, as pessoas viviam integradas à natureza. A paixão erótica era inerente à natureza humana do indivíduo. Desejo e resposta sexual, vivenciados como poder regenerativo, eram reconhecidos como dádiva ou bênção do divino. A natureza sexual do homem e da mulher e sua atitude religiosa eram inseparáveis. Em seus louvores de agradecimento, ou em suas súplicas, eles ofereciam o ato sexual à deusa, reverenciada pelo amor e pela paixão. Tratava-se de ato honroso e respeitoso que agradava tanto ao divino quanto ao mortal.
Com o advento do patriarcado, o sexo foi renegado, virou maldito. Na sociedade atual, apesar de uma aparente liberação sexual, ainda vivemos fortes vestígios dessa cisão entre o mundano e o sagrado. A maioria dos palavrões é de ordem sexual. O sexo ainda é tratado de forma grosseira e vulgar. Não me refiro à prática mecânica do sexo, pois cada vez mais cedo, jovens têm sua iniciação sexual. Refiro-me ao sexo real e não essa ilusão carnal que chamamos de sexo. Para isso, os parceiros precisam de maturidade emocional, respeito e carinho um pelo outro. Sexo onde haja diversão, riso, prazer e alegria. Onde há alegria, há a presença do uno. Sentimos-nos renovados, preenchidos por uma energia muito intensa e vital.
Enquanto não houver uma compreensão mais profunda da energia sexual para uma vida mais prazerosa e saudável, os relacionamentos (estáveis ou não) ficarão com um gosto amargo de insatisfação, monotonia ou vulgaridade e banalização com encontros sexuais vazios de significado, onde ao invés de cumprirem a missão renovadora de energia vital, acabam consumindo a pessoa, aumentando mais ainda a sensação de carência e solidão.
Resgatemos a deusa do amor e da paixão, que o sexual seja respeitado como parte da natureza humana, que é imagem e semelhança do divino que reside em cada um de nós.
Quem quiser ler mais a respeito do assunto, poderá encontrar no livro a “Prostituta Sagrada – a face eterna do feminino” de Nancy Qualls-Corbett, Coleção Amor e Psique da Editora Paulus.
Texto revisado por: Cris
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