SOBRE OS NOSSOS INDÍGENAS

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 12/29/2012 6:55:18 PM


Ao modo do que acontece ou aconteceu em muitos países, temos a cultura indígena como algo peculiar, exclusivo, a ser assim respeitado e considerado. Tentar enquadrar a pulso o universo indígena - a meu ver - aos parâmetros brancos, sob o pretexto pouco confiável de se angariar territórios para a expansão da nossa civilização, é a repetição dos mesmos erros desastrosos já cometidos na época das grandes colonizações no mundo, e na história dos Estados Unidos, divulgada em verso e prosa em tudo quanto é filme de Faroeste já exibido ao longo das décadas.
Fala-se em adaptar o índio aos moldes de vida dos brancos. Não consigo realizar isto de um ponto de vista lógico, sem passar antes pelo crivo do livre arbítrio do próprio índio! Se, pois, um indivíduo condicionado culturalmente a parâmetros separados da nossa realidade por uma distância quase tão abismal quanto a existente entre dois planetas aceita a mudança, então que se considere o caso isoladamente. Há, efetivamente, casos de índios que, incorporados aos nossos costumes, aprenderam o idioma. Cursaram universidades e se fizeram ativos dentro desta fusão entre universos distintos. Ainda assim, questiono acerca do componente poderoso da indução do branco sobre o psiquismo do indígena, neste jogo melífluo de poder. E sobre o alcance da respeitabilidade deste mesmo indígena, na hora de se oferecer chances de fato igualitárias de sobrevivência e competitividade a este indivíduo, enxertado com valores e princípios culturais estranhos ao seu psiquismo, que não constituem os seus, genuínos, em contraponto ao branco, naturalmente adaptado a outra orientação em sociedade.
Valores, aliás, é a palavra-chave nesta polêmica. Alguns alegam que índio é elemento improdutivo dentro do mundo atual. Que não acrescenta, nem contribuí para absolutamente nada, em decorrência do que caberia, hipoteticamente, aos brancos, o direito de intervir em posses de territórios indígenas em favor desta expansão insaciável dos brancos, para quem não chega a vastidão de espaço de que já dispõe - mal administrado, diga-se! Posso estar aqui proferindo a maior impropriedade! Mas, tendo em vista o tamanho continental de um país como o Brasil, com territórios imensos em estado de desocupação, coisa facilmente observável em qualquer viagem aérea, causa espécie, essa insistência na luta infinda contra a alegação dos índios que querem a sua propriedade territorial preservada
Valores! Consideremos: numa negociata com os índios, a fim de desalojá-los de suas raízes territoriais para não sei aonde, o que se teria a oferecer, numa articulação justa de interesses? Outras terras? Mas o índio secularmente promoveu a subsistência dentro de um habitat que, intuitiva e culturalmente, conhece melhor do que qualquer um de nós! Dele extraí seu sustento: alimento, água, e remédios na flora rica de nossa nação! Produz desde arte, a métodos próprios de se manter no do mundo onde vivem, e com sustentabilidade ambiental! Erro crasso, portanto, a alegação de que nada produzem, tomando como referência equivocada os interesses desta nossa estiolada sociedade branca! No seu histórico cultural, portanto, produzem, e muito! O que, deste modo, seria compensação suficiente para o aborto brutal de toda uma pequena nação à parte, com promessas duvidosas de recomeço em ambientes desconhecidos? Aulas de idiomas? Roupas à moda branca? Religião? Remédios, química industrial para doenças introduzidas em seu meio por força da invasão branca nos seus territórios? Comida processada? Aulas em universidades, músicas de nossas tradições culturais já insuportavelmente enxertadas com componentes estrangeiros, na política extensa do imperialismo econômico?!
Pior: dinheiro?! Dinheiro! Lição boa a este respeito nos ofereceu o filme Avatar, a despeito de criticado como não merecedor de Oscar pelos intelectualóides que só entendem cinematografia de dentro daquela repisada ótica de se questionar a nossa realidade recheada de problemas intrincados e de difícil solução! Ora; mas Avatar fez com maestria esta mesma avaliação, de dentro de um espetáculo de beleza única, cheio de cenários maravilhosos, com mensagens subliminares que qualquer sensibilidade mediana compreende bem! Avatar nos apresentou esta mesma compulsão humana de poderio e de invasão sendo tragicamente transferida para outros planetas, quando tudo aqui estaria completamente extinto! Toda flora, toda fauna, todos os recursos minerais!
Só que, neste ponto, a história indígena das nossas nações se repete: o branco invade com tecnologia maciça e interesses econômicos escusos, pretendendo alastrar sua civilização destrutiva para outros territórios do Cosmos porque se encarregou de destruir seu próprio mundo, já inviável à sua sobrevivência! Mas, em lá chegando, descobre que o novo mundo já tem donos - os "indígenas" de Pandora. Os Navi! Autossuficientes, providos de tudo o que necessitavam para viver harmoniosamente em seu mundo: alimentos, remédios, flora majestosa! Vida! E, embora afáveis, e de início acessíveis a aprender algo de novo com o idioma e os hábitos de seus visitantes, tornam-se hostis, ao depararem a violência e os métodos brutais destes visitantes que, paulatinamente, vão revelando a que foram a Pandora: rapinagem! O domínio, ainda que pela força e matança! Tudo por interesse num único veio de minério energético que lhes serviria de salvação à economia moribunda de uma humanidade quase destruída em seu mundo de origem!
A história não nos lembra alguma coisa?! O grande impasse da questão, meus amigos, é que os valores presentes numa civilização portadora de idiossincrasias únicas - seja ela branca ou indígena! - não constituí obrigatoriamente moeda de troca! Não mais estamos nos tempos em que com trocas de badulaques de nosso questionável modo de vida comprávamos a inocência algo irrefletida de povos que, guardando origem num mundo paralelo ao nosso, talvez tenham pecado por infinita boa-fé nos visitantes que, a qualquer tempo, tentam sobrepor suas referências culturais como a última bolacha do pacote, a ser assimilada a qualquer preço por povos com que se deparem, com base nos seus interesses mesquinhos nas terras daquele mesmo povo!
Penso que Deus é sábio, e não é outra a razão da dificuldade que ainda nos mantém neste isolamento que não nos permite contato com as civilizações mais avançadas do Universo! Deus é misericordioso, e certamente isto implica em preservação de nós mesmos, nesta nossa busca insana por domínio e por poder! Devemos entender que nossa preciosa e falha civilização não justificará nunca invasão e domínio de terras alheias por meio da força bruta, lançando à indigência e extermínio centenas de seres inocentes! Porque, dado que humanidades muito mais evoluídas existem espalhadas nos céus, bem provável que, contatando-os com esta arrogância doentia, se encarregassem elas, eficientemente, de nos fazer dar meia volta, recolocando-nos no nosso devido lugar na compreensão pífia do que de fato significa respeito pelos valores alheios, e por esta mesma diversificada manifestação de Vida presente não somente aqui, quanto também nas extensões inimagináveis da Existência! E tudo, no final das contas, pertence mesmo e exclusivamente a este Deus, ou Existência Criadora - como queiram chamá-la! - não, e nunca, a nós!
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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