Sobre Terapeutas e Emoções
Atualizado dia 11/29/2016 10:05:14 AM em Autoconhecimentopor Mônica Turolla
Ali, um médico que fuma, apesar de conhecer os males do cigarro; ali um dentista, cujos dentes não são um modelo de perfeição; acolá um terapeuta enfrentando dificuldades; ou um psicólogo sendo desafiado por um familiar de difícil convivência.
Os médicos, terapeutas e afins, sejam aqueles que cuidam do físico, do mental ou do espiritual também enfrentam seus desafios, nestas mesmas áreas. E eu arriscaria dizer que não chegaram neste ofício ou serviço por mero acaso. Aquele que fala, ouve. Aquele que ensina, aprende. Tudo que fazemos para o outro nos serve.
Ao viver determinadas situações conhecemos o que envolve lidar com ela. Um médico que já ficou doente, sabe como se sente um doente, e embora saiba manter a distância segura a fim de manter o equilíbrio e saber como proceder, possui a informação necessária para considerar os sentimentos que envolvem o caso.
Um dentista que já experimentou uma dor de dente, desenvolve um respeito maior por aquele que o procura com o mesmo sintoma.
Um psicólogo que viveu um desafio de conviver com uma situação ou pessoa difícil, leva em conta as variáveis que são influenciadas pelo subconsciente do paciente com maior cuidado.
Aquele que participa de corridas, possui mais facilidade de ensinar a correr.
Portanto, esperar que alguém que nos acompanha em nossos momentos de crise seja perfeito não colabora para a evolução do processo.
Estar diante de alguém que já viveu o que vivemos, que já passou por momentos que passamos nos traz a segurança de que estamos sendo ouvidos pelos ouvidos, pelo coração através do conhecimento profissional.
A crença de que médicos deveriam manter práticas absolutamente saudáveis, dentistas deveriam possuir dentes perfeitos, psicólogos deveriam ser capazes de proceder com equilíbrio e certeza diante de qualquer situação, terapeutas deveriam manter-se serenos sempre, é uma fantasia da nossa mente que deseja ser cuidado por alguém perfeito para que nos ensine o caminho da perfeição.
A perfeição deste mundo terreno reside na imperfeição que motiva a busca pela evolução.
Estamos aqui para ajudarmos uns aos outros, e a ajuda se faz mais eficiente quanto mais apreciamos o que fazemos.
Portanto, um bom médico é aquele que ama pessoas e cuida delas. Um bom dentista é aquele que gosta de cuidar de dentes e aprecia um belo sorriso, um bom psicólogo é aquele que é capaz de enxergar o móvel dos comportamentos e se realiza ajudando as pessoas a se sentirem bem.
Que não alimentemos mais a ilusão desta perfeição inexistente e inútil. Que saibamos manter o foco nas habilidades daqueles que nos assistem e quem sabe auxiliá-los através das nossas próprias habilidades, pois a vida é uma troca, e é esta troca proporciona equilíbrio.
Equílibrio é dar o que temos e tomar o que necessitamos. Nem mais, nem menos.
Mônica Turolla
29/11/2016
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