Somos todos... sequelados?

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Autor Andrea Pavlo

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 5/7/2025 12:38:32 AM


Definitivamente, de perto ninguém é normal. E o problema não é quando constatamos isso nos outros, mas em nós mesmas. Essa foi uma das minhas últimas conclusões sobre mim: sim, sequelas existirão e não, não é tudo o que pode – ou deve – ser ressignificado.

Desde que recebi meu diagnóstico de depressão há muitos anos eu coloquei uma coisa na cabeça: iria me curar daquilo. E assim eu fiz: horas e mais horas de terapia, cursos, palestras, milhares de livros, treinamentos e até substâncias legalizadas foram usadas nessa busca (sempre de maneira terapêutica, claro). Mergulhei profundamente em lugares tão remotos de mim mesma que tinha uma certeza: ou eu faço isso ou desvivo tentando.

E sim, tive muitas e muitas curas. Momentos especiais que transformaram pedaços meus profundamente. Filas e mais filas de crianças interiores, mulheres de relacionamentos passados, dores e traumas devidamente curados e aceitos. E sim, estou bem e prosperando desde então, mas pequenas coisas me incomodam.

Um pavor de ir ao dentista e um remanescente transtorno alimentar que não me permite comer certos alimentos – por conta da textura – e engolir comprimidos de qualquer espécie. E um medo irracional de voar, apesar de ter uma certeza de que nada jamais me aconteceria. Por que algumas coisas simplesmente ficam? E eu respondo. Porque temos um cérebro reptiliano.

O que acontece é que o cérebro se modifica à medida que as coisas acontecem com a gente. Cada relacionamento ruim que temos, deixa suas cicatrizes que demoram a curar, mas que nunca desaparecem. Nosso cérebro se molda à medida das nossas experiências, por mais que a gente tenha a capacidade neuroplástica de mudar alguns caminhos. Outros não. Não dá mais, está muito enraizado.

Falo isso de uma doença. Não sei se é só ainda um estágio evolutivo – acredito até que sim – mas depois que alguma doença como a diabetes, por exemplo, se instala em você, nem todo o autoconhecimento do mundo vai reverter. A doença instaurada, dependendo da sua natureza, nunca mais te abandona, mesmo que você não morra daquilo. Podemos mudar a alimentação e começar um bom programa de exercícios, mas lá dentro algo se quebrou. Com a psiquê é a mesma coisa.

Eu sou terapeuta de formação e de coração e sei, sinto isso. Eu trabalho para que a pessoa seja a melhor versão de si mesma, dentro da sua própria essência. Mas o que vemos são as falsas promessas de transformações imediatas e eternas, coisa que muita gente acredita, mas pouca gente suporta. Não dá. Sinto muito.

Assim, a tal da sua melhor versão não é o corpo da blogueira e a disciplina do Dalai Lama, mas a sua melhor capacidade de cuidar de si mesma e a disciplina possível para o seu cérebro dar conta. Não é possível fazer uma perna crescer novamente ou enganar e voltar da morte, então por que ainda acreditamos em promessas impossíveis? E o pior, por que nos sentimos tão mal quando não conseguir ser aquilo que achamos que deveríamos?

A busca não é da perfeição e sim da essência. E, por mais contraditório que pareça, a sua essência tem parte dos seus traumas. Tem partes das suas dores, dos seus amores perdidos, das suas sequelas. Nesse contexto, somos todos sequelados eternamente presos em padrões impossíveis de romper, mas com os quais aprendemos a viver e a conviver.

Tentar mudar o imutável só vai levar sua energia embora e a enche de frustração. Mas antes de desistir e pendurar a sua chuteira se pergunte: eu já fiz tudo o que era possível fazer nesse caso? Se a resposta for sim, apenas entregue. Viva com o que você é e com o que você tem. Seja quem você pode ser e carregue suas sequelas como pets fofinhos que formam a grande amalgama que é você.
Texto Revisado




 

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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