SQUADRA AZZURRA
Atualizado dia 7/9/2006 8:03:25 PM em Autoconhecimentopor Christina Nunes
A razão está no sangue e talvez, também, nas minhas vidas passadas (já que o trabalho regressivo já me desvelou não sei quantas delas vividas na Itália). De maneira que, bisneta de italiano calabrês, sou obcecada com a história antiga de Roma; aficcionada por uma bela macarronada à calabresa; por uma pizza napolitana, por um caneloni; e - confesso! - fã ardorosa da agora vitoriosa Squadra Azzurra, em caso de zebra mais do que listrada como a que, nesta Copa, vitimou o meu Brasil!
Perdoem-me se me fala alto, agora, o sangue, que me liga lá ao biso Antonio Olivieri, a quem conheci, infelizmente, somente por uma única fotografia. Mas o fato é que, brasileira que sou, não difiro de nenhum outro. Pois é patente, ponto pacífico, que quase todos nós aqui da terra canarinho possuímos, ou um pé na Itália, ou em Portugal, ou na África, ou na Holanda...ou em todas estas nossas raízes de colonização...
Mas talvez o que me mobilize, agora, a prestar esta homenagem à Squadra Azzurra seja um prazer meio anacrônico, meio desfocado... um consolo por tabela. O de ao menos ver a minha segunda pátria dignificando, com ardor e paixão, como é deliciosamente próprio do italiano, a sua camisa e o seu povo! Como é gostosa a forma como comemoram! Amassam-se, choram, berram, gritam, abraçam-se, descabelam-se, jogam-se no chão, exibem-se, mostram orgulhosamente a taça à torcida - juntam-se, ardentes, à ela, no calor da comemoração...no amor e no orgulho de serem italianos, e da bela conquista esportiva para o país que representam!
Não sei porque me comovi. Talvez a voz do sangue, que me tenha falado alto; afinal, a Itália poderia ser a minha dupla cidadania. E, não por coincidência, não é de hoje que a adoro de coração, de alma - desde a língua até a história, o temperamento, as paisagens e a comida - algo sem explicação, já que, afora a descendência, nunca pus os pés lá; o que, diga-se, é um dos meus maiores sonhos!
Biso Olivieri, se é que sabe das notícias daqui lá do outro lado da vida, talvez que esteja feliz. É bem possível!...
Então, em nome da voz forte da descendência que me leva a me emocionar nestas horas; em nome de ser eu, também, e meus filhos, alguns dos milhões de descendentes de italianos no nosso querido Brasil - parabéns, Squadra Azzurra! Pela dignidade da luta; pela alegria por tabela! Por ter me proporcionado, pelo menos, a gratíssima emoção pela garra da conquista do título de tetracampeão para a segunda pátria do meu coração!
Com amor; fortíssimo!
Lucilla
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 17
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |