Temos nosso próprio tempo....

Autor Andrea Pavlo

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 8/6/2025 12:35:10 PM

Sinto que estou recomeçando. A beira de fazer 50 anos e passando por todos os desafios naturais dessa idade. Uma pré-menopausa, o desafio de ver seu corpo ganhar contorno e dores que não existiam, um monte de passado. Mas um monte de futuro.

É a famosa meia idade, numa cultura que já promete que as pessoas não precisarão morrer em breve. Que o bebê que viverá 800 anos já nasceu e está por aí, no colo de alguém, bem sossegado. Um momento muito diferente dos 50 anos que vi nos meus pais.

Minha diferença para os meus pais é pequena porque nasci quando minha mãe tinha 19 anos. Então, nos cinquenta dela, eu estava fazendo 30, com todos os desafios que do hoje me parece o começo da vida adulta. Vi minha mãe já preocupada com os netos, com não ficar doente e já ter a casa que moraria o resto da vida. Hoje, apenas 20 anos depois, tudo é muito diferente.

Mulheres engravidando ou com filhos pequenos aos 50. Corpos esculturais, procedimentos, energia lá no alto. Hoje eu comecei a minha segunda pós-graduação, num tema um pouco diferente do que venho fazendo nos últimos 25 anos. Comprei um terreno para construir no interior, acabei de me casar... estou cheia de planos como se os meus 30 fossem começar agora.

Ou seja, a vida mudou rápido, mas muito rápido. E a velocidade do mundo onde eu cresci então, meu Deus. Naquela época existia uma coisa chamada ócio, e todo mundo praticava. Eu costumava matar o meu lendo um livro atrás do outro. Li mais de mil livros, tenho certeza disso. Alguns anos eu lia coleções inteiras, as vezes mais de uma vez.

Hoje temos tanta coisa pra consumir, para ver, para fazer. Um caos organizado, generalizado, enlouquecedor por vezes. Fazer escolhas fica cada dia mais difícil com o tanto de opções e milhares de pessoas dizendo "vem aqui, sei o que você precisa fazer". Um monte de gente mal-intencionada, procurando fama e fortuna fáceis. Antes era a exceção e agora parece ser a regra.

Mas o ponto nem é esse, danem-se quem estiver a fim só de se vender ao sistema. O que eu sinto é que é mais cada dia mais necessário olharmos para a nossa essência, nosso self verdadeiro e interno. Ficar brincando nesse mundo externo pode ser perigoso e te deixar numa situação de não saber mais quem se é. De acabar realmente se enxergando velha aos 50 anos, sem nenhuma perspectiva e rezando para entrar um dinheiro extra para mais um ataque de Botox. Por favor, a meia idade é linda. E nos dá a chance de sermos quem não conseguimos ser até agora.

A geração que conduziu a transformação do mundo, cringe ou não, pede a passagem. E continua fazendo, lendo horrores e fazendo mais a mais pós-graduações. Estudando, tendo muitos sonhos, começado novos relacionamentos e provando que sim, os 50 são os novos 50. E que a idade é só um número na sua cabeça.

Autor Andrea Pavlo
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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