TEMPO DE COLHEITAS




Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 25/08/2005 00:00:52
E me chegaste sazonado.
Outonal, contigo trouxeste
a beleza em cobre e ouro
de uma paisagem luminosa e plena.
E me deste a conhecer as delícias
de descobrir-me igual a ti,
um tempo de fartura de colheitas.
Seguro, sereno, por labirintos sutis
me conduziste ao indescritível prazer
da liberdade da maturescência.
E me deste a beber no teu corpo,
o melífluo sumo dos frutos intumescidos
ao sol dos meio-dias da existência.
Com tua paixão extraíste de mim,
não, das flores, a efêmera doçura;
te entreguei, da sensualidade ancestral
da seiva das raízes, a pura essência.
Hoje, no meu colo, repousas
teu desejo saciado e eu renasço
na volúpia da nossa paixão;
fruta colhida no tempo certo,
em teu abraço.
Chegaste no tempo perfeito
da maturação, amalgamado
em água, fogo, ar e terra.
Teu fluido-sazão fecundou
com vigor minhas sementes.
E semeaste para nós a beleza
de novas primaveras, no presente.
Bom te ter na estação da maturidade
e nas tuas mãos pacificadas viver
o gozo do prazer na plenitude da felicidade.
ILUSTRAÇÃO: Le Baiser (The Kiss), Carolus-Duran - French portrait painter/teacher, 1868
Self portrait of Carolus-Duran with his wife as newlyweds.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 9




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