Torna-te quem tu és




Autor Paulo Tavarez
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/13/2025 11:34:26 AM
Quem é você?
Já se fez essa pergunta? Parece simples, mas poucos realmente a enfrentam com profundidade. A maioria de nós vive tentando se identificar com um personagem idealizado - uma projeção de quem achamos que deveríamos ser. Esse "eu virtual" é apenas uma possibilidade, um reflexo moldado por expectativas externas e internas. Tentamos nos encaixar em padrões, ser "alguém à altura", mas não percebemos que isso nos condena a viver num terreno de ilusão. Vivemos presos em um castelo inalcançável, como nos enredos de Kafka.
Enquanto buscamos o inalcançável, ignoramos o vilarejo tranquilo da realidade - o que já somos. A frustração constante nasce dessa desconexão. Estamos revoltados e cansados, não porque a vida seja injusta, mas porque insistimos em viver fora de nós mesmos.
É hora de mudar o rumo das nossas buscas. Estamos sob um encantamento coletivo: hipnotizados por ideais de felicidade que surgem de todos os lados - redes sociais, publicidade, modelos de sucesso, gurus instantâneos. Corremos como cavalos atrás de uma cenoura pendurada à nossa frente, sempre famintos, ansiosos, e nunca satisfeitos. Essa é a nossa realidade. Estamos na contramão da estrada, e no fundo, sabemos onde ela nos levará.
Vivemos obcecados por diplomas, títulos, status. Queremos dinheiro, fama e poder como formas de fugir do incômodo de simplesmente existir. Buscamos uma aparência impecável, como se isso pudesse compensar a falta de paz interior. Todo esse esforço nasce da não aceitação - não nos aprovamos, não nos sentimos suficientes, e tentamos compensar com conquistas externas.
É claro que investir em si mesmo é importante - ninguém está sugerindo estagnação. Mas é injusto esperar que o que está por vir nos traga aquilo que nos falta agora. Viver de expectativas é adiar a vida. A existência acontece no presente, aqui e agora. E talvez o que mais nos falte seja enxergar o óbvio: precisamos nos tornar o que já somos.
Sim, somos especiais. Cada um carrega dentro de si uma usina de luz, mas estamos distraídos demais para perceber. Tentamos preencher com coisas o que só pode ser preenchido com consciência. E, em algum momento, precisaremos nos esvaziar - porque nossos copos já estão cheios demais de ruídos, máscaras e excessos.
Não perca tempo tentando "voltar para casa". A verdade é que você nunca saiu dela. Tudo o que precisa é remover os enfeites falsos, as ideias distorcidas, os adereços de mau gosto que você acumulou dentro de si. Cuidado com guias auto-intitulados. Cuidado com atalhos fáceis que conduzem ao abismo. Não seja mais um rato seguindo um tocador de flauta qualquer, como no conto dos Irmãos Grimm. Siga a própria intuição. Ouça a voz do coração. Não há mestre melhor. Tudo o que você precisa ser, você já é. Acabe com essa sofreguidão.
E cuidado também com outra armadilha: a de negar o mundo. Não pense que a realidade espiritual invalida a experiência humana. Isso é um tipo de niilismo disfarçado, como denunciou Nietzsche. Estar aqui é sagrado. Só existe o aqui e o agora. É preciso assumir nossa condição humana e fazer dela um terreno fértil para mudança e consciência.
Chega de esperança.
Sim, como já escrevi antes: esperança é um palavrão. Esperar é adiar. Não precisamos de ideais futuros ou de condições ideais para nos sentirmos realizados. Pelo contrário: precisamos despertar agora. Parar de buscar fora o que sempre esteve dentro. Nada e ninguém trará a felicidade de fora para dentro - porque ela já existe dentro de nós. Só precisamos assumir isso. Com coragem.
Vamos acordar.
Como disse Nietzsche:
"Torna-te quem tu és."









Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |