VENDO ESTRELAS... IDENTIFICANDO-ME COM ELAS
Atualizado dia 6/11/2006 6:42:47 PM em Autoconhecimentopor Luciano Américo
UM POEMA DE LUZ ou UMA ESTRELA QUE AINDA SE FAZ LÂMPADA
Uma noite... mais uma vendo estrelas, pontos mágicos e cintilantes no céu de quem as acolhe e com elas brinca numa grande festa cósmica. A atmosfera impregnada de dejetos e luz invasiva não permite ver o céu coalhado por zilhões de astros luminosos cercando o pontinho que habitamos. Mas, o coração vê todas. Não as vejo com os olhos do observador astronômico e sim com aqueles mais penetrantes e sensíveis, que captam a luz, a alma, a música, a mensagem emitida por cada uma delas. Cada qual é uma individualidade em si, mas todas brilham com a mesma alegria que as integra com todos os seres do espaço. O coração divino pulsa em cada uma delas.
Um traço luminoso risca, neste instante, o céu tão rápido e fugaz quanto um pensamento repentino que se vai em três segundos para ser relembrado alhures. Tão fugaz quanto um segundo que marca pelo resto da vida. Tão fugaz e de beleza eterna. Nem deu tempo de formular um desejo... Mas, o desejo sempiterno deste coração é viajar, dançar, crescer, evoluir, brilhar eternamente com as amigas estrelas no seio e alegria infinita da estrela-mor, em suprema harmonia criativa e criadora.
Continuo olhando enquanto sonho de olhos bem abertos... lá está Alfa Centauro mandando eflúvios lusco-fuscos oníricos. Um pouco mais pra cá e eis aquele trio ternura, as Três Marias e não muito longe delas nosso simpático Cruzeiro com a brilhante Magalhães em sua "base". Para muitos ela indica a direção que leva até o Polo Sul. Para mim ela indica muito mais que isso... aponta-me as miríades de irmãzinhas que devo admirar e amar juntamente com ela. Aponta-me a direção que conduz ao infinito, ao coração que pulsa e dá o tom da harmonia por trilhões de trilhões de astros num concerto magnífico e glorioso. E da harmonia não foge nada, mesmo as criaturas microcósmicas. Aponta ainda para mim mesmo e diz que eu possuo um brilho muito mais intenso que qualquer estrela do universo e que eu mesmo contenho e comando um universo inteiro de estrelas, mundos, nebulosas, cometas... e que estou no caminho evolutivo da consciência disso, com rota traçada e orientada pelo farol da lei cósmica tendo eu o direito de conduzir minhas constelações pelas vias que me aprouver, muitas vezes errando, muitas vezes teimando e me rebelando... Aquele som sagrado de vida eterna ecoando dos confins do meu universo ajusta por eras e eras a minha vontade e, irreprimível e irresistivelmente ela se ajusta à vontade divina à medida que avança pelas trilhas do progresso infinito.
Ainda não entendi porque chamam de intrometida aquela estrelinha "mal colocada" entre as traves do Cruzeiro; ela faz parte do concerto. Intrometidos são os fantasmas e monstros que nos assustam e torturam e são criações de nossa mente imatura. Intrometido é tudo aquilo que atrapalha nosso progresso rumo à luz, estão em nós, mas precisamos colocá-los na posição que lhes cabe (vade retro!).
Mando um beijo às irmãs estrelinhas e fecho os olhos. Visualizo, então, algo inenarrável. O coração pulsa diferente e o som que transmite faz vibrar a família de incontáveis astros do meu pequeno universo que é todo luz. Se ainda não vejo ininterruptamente esse brilho é porque minha consciência está em fase de aprendizado no nível primário e toda aquela poluição das influências sedutoras da matéria e a luz ilusória e invasiva do ego embaçam minha visão. Até que num momento qualquer deste imensurável dia cósmico ego e matéria se desligam de vez deste coração e meu brilho estelar será pleno e dirigido a todas as estrelas e seres do universo. Reconhecerá como nunca antes a Estrela Maior, Pai/Mãe de tudo o que existe. Amará como não tem noção neste instante. Brilhará com o brilho que está em si, mas ainda não se desalgemou das cadeias chamativas de Maya.
Reabro meus olhos físicos, marejados (de alegria ou por me reconhecer ainda tão pequeno?), lanço um olhar de gratidão para o infinito, junto as mãos ao peito, tiro do coração a melhor bola de luz que consigo criar, de braços abertos lanço-a ao espaço com a mensagem de amor mais intensa que meu cardíaco consegue dizer e esperando que ela chegue a todas as estrelas que habitam os mundos de todos os sistemas estelares.
Com o peito quase se rompendo com a energia do prana aspirado com este sentimento ainda jorro para todos os recantos do nosso planeta fachos multicores desejando que alegrem e amenizem o coração de todos os que ainda não descobriram que debaixo da casca que supervalorizam está um ser luminoso pedindo para sair e crescer. E um último e forte jato de luz dirijo ao Pai/Mãe de todos nós com um hino de louvor e rogando me ilumine e a todas as estrelinhas, sobretudo as que ainda não conseguiram ver a luz que brilha nelas mesmas.
Aqui vai, queridas irmãs estrelinhas, um coração sequioso de aprender sobretudo a amar.
Texto revisado por Cris
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