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Você guarda mágoas?

Atualizado dia 6/6/2017 10:52:44 AM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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"Paz não é ausência da dor, mas sim o entendimento do que a dor significa". (Mark Brown)

Segundo os dicionários, mágoa é um sentimento comum dos seres humanos, caracterizado por uma sensação provocada a partir de um ato indelicado, decepcionante e de ofensa por parte do outrem.
Ao contrário de outros sentimentos humanos que são intensos e passageiros, a mágoa é uma sensação de desconforto que pode durar por muito tempo, em alguns casos até para sempre.
A mágoa é um "vírus" invisível, que se não combatido a tempo pelo seu hospedeiro, vai se instalando lentamente em seu organismo, onde passa a agir sobre a química cerebral responsável pelos estímulos da alegria e da felicidade, inerentes à natureza humana.
Quem não conhece ao menos uma pessoa que tem como característica remoer ressentimentos? Pois elas são muitas, e geralmente passam a vida fixadas em experiências que as tornam pessoas amarguradas e prisioneiras da vitimização, até somatizarem essa energia negativa e adquirirem uma patologia crônica.
O ressentimento é um ácido corrosivo, que vai, aos poucos, danificando os saudáveis mecanismos de expressão da alma e afastando o indivíduo do convívio social e familiar, que vem a ser uma das razões de nossa passagem pela vida.
Tal bloqueio, alimentado pela sintonia a frustrações, traumas e decepções de seu passado, gera uma energia de aprisionamento de si mesmo, limitando o sujeito para o desfrute das coisas boas e saudáveis da vida.
A venenosa flecha da mágoa pode comprometer com o seu veneno a vida de uma jovem pessoa cheia de expectativas e planos para o futuro, e torná-la reclusa, deprimida ou hipocondríaca.
Na maioria das regressões realizadas com pacientes com o diagnóstico de depressão, o sentimento da mágoa é o principal agente de seu sofrimento. Geralmente, em função de traumas que marcaram uma infância ou experiências no âmbito afetivo do adulto, que deixaram feridas de difícil cicatrização. Dores do corpo e da alma, que passaram por um processo cumulativo e repercutiram de forma intensa na vida atual em forma de tristeza e menosprezo pela vida.
Nas situações regressivas, as memórias acessadas proporcionam uma significativa catarse que leva a pessoa a depurar parte de sua energia emocional acumulada há séculos de vivências no plano material.
Nessa lógica, a catarse é necessária como forma de liberar emoções reprimidas que causam efeitos colaterais associados a somatizações e processos obsessivos que acompanham padrões comportamentais. O termo "catarse" é também utilizado para designar o estado de libertação psíquica quando o indivíduo acessa uma experiência traumática de intensa emoção.
Costumo dizer aos meus pacientes, no início de uma interação terapêutica, que a situação é semelhante a um confessionário, embora eu não seja padre, ou semelhante a uma tribuna livre, embora o paciente não seja um político ou orador. Digo isso para "quebrar o gelo" e deixar a pessoa à vontade para expor os sentimentos e emoções durante o processo psicoterapêutico.
Nesse sentido, por uma questão cultural, os homens, diferentemente das mulheres, tem mais dificuldades em exteriorizar as suas emoções de uma forma catártica. No entanto, é na regressão de memória, em estado alterado de consciência, que homens e mulheres conseguem acessar memórias ligadas a fatos traumáticos de suas vidas e liberarem o conteúdo psíquico-espiritual através da catarse.
Porém, apesar da depuração catártica ser importante no processo de autocura da mágoa, é a elaboração de uma mudança de padrão emocional-comportamental que fará o indivíduo liberto de sua autoprisão. E, nesse sentido, a Psicoterapia Interdimensional torna-se uma eficaz facilitadora para que se processe internamente a necessária transformação.
Por outro lado, o perdão é um processo gradual, lento, doloroso, em que muitas vezes precisamos experimentar angústia, indignação e sentimentos contraditórios que não podem ser radicalmente reprimidos. Nessa direção, a fé religiosa serve como válvula de escape para a pessoa se dar conta de sua própria agressividade, à medida que perdoar pode se transformar em compulsão a reprimir a agressividade gerada em função da ofensa recebida.
Portanto, perdoar é um complexo processo de libertação emocional e espiritual. Conversar com Deus, o padre, o psicoterapeuta, o agente da dor, tudo isso pode fazer parte desse belo, doloroso e lento processo. Silenciar, negar, sufocar a raiva ou a mágoa que o evento provoca, são as soluções mais inadequadas. Por isso, perdoar (da boca pra fora) pode ajudar, mas não resolve o "xis" da questão, que é elaborar conscientemente a transformação interior.
Perdoar (da boca pra dentro) exige uma prévia liberação do conteúdo agressivo que envolve as emoções oriundas de sentimentos não resolvidos. A partir dessa liberação gerada pelo processo psicoterapêutico, a pessoa estará apta ao perdão consciente.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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