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VOCÊ RECONHECE O LIMITE?

Atualizado dia 10/11/2006 11:52:48 AM em Autoconhecimento
por Silvana Lance Anaya


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Muitas vezes nos deparamos com pessoas angustiadas e até mesmo esgotadas, não apenas por seus problemas, mas porque também se sentem responsáveis pelos problemas dos outros (família, amigos, vizinhos, etc). Com o propósito de ajudar acabam por se abarcar no problema alheio não conseguindo separar o que faz parte dela mesma e o que é do outro, se envolvendo além do limite! Muitas, simplesmente adoram resolver problemas ao estilo: "Deixa comigo! Eu sei! Eu faço!" E com ares de donas da situação opinam e torcem o nariz em sua análise, até mesmo podando a ação do outro. Tudo isto na melhor das intenções, claro!

Estas pessoas abraçam problemas alheios por acharem que ninguém resolveria melhor, pelo bem estar de sentirem-se necessárias ou até para fugirem de suas próprias dificuldades. No intuito de prestar auxílio e com a maior boa vontade, acabam se sobrecarregando e não percebem que estão indo além, escasseando assim a pretensa ajuda. Não raro, podem se sentir até injustiçadas pelo peso da responsabilidade imposta por elas mesmas! Tomam as rédeas de situações que não lhes pertencem e, como o gigante Atlas da mitologia grega, sentem o peso do mundo nas costas mas se negam a “largar mão” deste martírio voluntário, como sendo uma justificativa de sua existência.

É preciso cautela e discernimento quando se presta auxílio, pois deve haver um certo limite! Se o problema de alguém que está próximo de nós se tornar o nosso problema, como é que vamos ajudar? E esta pessoa como vai se sentir estando já fragilizada e ainda com o incômodo desta “invasão”? Além do mais, problemas também trazem em si aprendizagens e nesta interferência podemos estar tirando do outro a oportunidade de vivenciar sua experiência pessoal! Mais prestativo seria consultá-la e perguntar-lhe como poderíamos ser úteis!

Temos que ter em mente que muitas vezes o que alguém chama de problema é a forma de como ela encara suas vicissitudes, e isto depende muito do seu estado emocional e do seu momento de vida. Portanto, o tal problema pode nem ser tão complicado assim, mas em meio a ele, não se consegue observar com realidade a sua dimensão. É necessário tempo e tranqüilidade para analisar! É preciso deixar a poeira baixar para se ter uma melhor visualização! Em meio a adversidades a visão de quem está de fora é diferente da visão de quem está dentro, e isto ainda depende de diversos ângulos, da própria capacidade particular de cada um em lidar com circunstâncias diversas e do seu posicionamento diante da vida!

As pessoas que se envolvem em meio ao caos alheio, poderão ser de pouca ajuda e ainda levarem a pior: servirem de bode expiatório! Sim, porque o envolvimento pode ser tão grande que na visão momentânea e deturpada do outro em meio à confusão, elas passarão a ser parte dele gerando mais conflitos e até desentendimentos!

Uma ajuda pode ser bem vinda e necessária, mas sempre respeitando o limite entre o que é nosso e o que pertence ao outro, porque este pode não querer interferências. Pode apenas estar precisando de um apoio sem que isto se transforme em uma verdadeira invasão de privacidade, com probabilidades de piora da situação já delicada!

Apoiar não significa ceder ao impulso de apoderar-se da situação e tomar as decisões pelo outro. Ninguém tem o direito de interferir; temos que respeitar o limite ficando o mais próximo possível do ponto de apoio que pode ajudar a equilibrar a situação. Desta forma podemos estar confortando ou auxiliando sem nos esgotar ou atrapalhar! Reconhecer o limite exige bom senso e respeito.

Talvez o melhor a se fazer é tentar ajudar no sentido de estar “ao lado” e intervir na medida certa e com consentimento. Até mesmo um “se precisar estou aqui” surte efeito tranqüilizador, transmitindo segurança, pois o outro pode estar apenas precisando de um ombro amigo ou simplesmente de quietude para analisar a situação com mais clareza e não de braços e pernas que insistem em se emaranhar junto ao problema tornando a visão mais turva e a situação ainda mais adversa! Afinal, limite é bom e o outro gosta!

“Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”
Anais Nin

“O segredo para viver em paz com todos, consiste na arte de compreender cada um segundo a sua individualidade.”
Federico Luis Jun

“As dificuldades não esmagam um homem, fazem-no.”
Arthur Meighen

Silvana Lance Anaya
Psicanalista

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Silvana Lance Anaya   
Silvana Lance é Psicanalista e Psicoterapeuta Especialista em Psicodrama Clínico - Pós-Graduada em Teoria Psicanalítica, membro fundadora da SODHEP - Soc. Desenv. Humano e Estudos Psicanalíticos - / Jornalista Mtb 75200/SP atendimento: consultório particular/SBCampo www.clinicapsicabc.com.br - facebook.com/clinicapsicabc
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