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Você sabia que Dante Alighieri foi um Templário? Parte III

Atualizado dia 4/3/2007 9:39:24 AM em Autoconhecimento
por João José Baptista Neto


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Os capítulos 30 a 34 narram as experiências espirituais subsequentes à Iniciação entre os membros da Ordem. Os capítulos 35 a 39 são dedicados à narrativa dos entusiasmos do iniciado ao retornar à vida cotidiana. O final feliz se reserva para os capítulos 40 a 42 que constituem um cântico espiritual de grande elevação.

É de interesse assinalar que Dante foi iniciado no Primeiro Grau dos Fedeli d’Amore ao redor de 1290. Seu iniciador foi um eminente filósofo e erudito da época, Bruneto Latini (1230, circa 1294), muito respeitado e querido por Dante. O grande florentino visivelmente se inspirou no “Tesoretto” de Latini ao escrever o "Canto Primeiro do Inferno", obra de clara inspiração templária, escrita em italiano na forma de resumo de uma obra anterior em francês, o “Trésor”, do mesmo autor.

E passamos agora a considerar, de forma breve, a obra máxima de toda a literatura italiana: a “Divina Comédia”. Observe-se que esse título do poema dantesco, e que perdurou, foi dado por Bocaccio. Dante morreu deixando sem título sua obra principal. Em sua obra capital Dante revela o mais elevado da gnose templária, de forma oculta, cifrada em símbolos e velada por alegorias. E novamente aparece aqui, patente, sua filiação templária, pois após haver sido guiado, no poema, por Virgílio e por Beatriz, é Bernardo de Claraval, fundador do Temple e inspirador de sua Regra, quem o conduz aos planos da mais elevada espiritualidade até chegar ao “Amor que move o Sol e as estrelas”, onde culmina e finaliza o poema.

Com respeito aos treze Cantos finais da “Divina Comédia” vale, talvez, a pena fazer a seguinte anotação. Dante morreu em Ravena, em 1321. Os últimos treze cantos do Paraíso, precisamente naqueles em que ele havia cifrado habilmente o mais elevado da doutrina esotérica do Temple e dos Fedeli d’Amore, não pensava seu autor em publicá-los posto que isso seria perigoso. E assim foi que os escondeu num ôco da parede de sua casa, habilmente dissimulado por uma esteira de palha. Por enquanto não vamos elucidar qual é essa doutrina; vale a pena reler nas entrelinhas esses Cantos pois isso pode nos conduzir a descobertas de muita importância.

Morto o grande florentino, seus filhos e amigos pensaram que sua obra mestra havia ficado truncada. Como efetivamente o Inferno consta de uma Introdução e trinta e três cantos e outros trinta e três tem o Purgatório, era lógico esperar outros tantos como extensão do Paraíso. Conta Bocaccio em seu “Vida de Dante”, que essa história teve um final tão feliz como surpreendente. Oito meses depois da morte de Dante, um discípulo seu por muitos anos, de nome Piero Ravignani, sonhou com o poeta. O grande gibelino apareceu nesse sonho vestido com túnica branca e irradiando de sua figura um halo de luz, como de um autêntico Iniciado que era. No sonho seu discípulo lhe perguntou se estava vivo ao que Dante respondeu que em verdade ele vivia mas a verdadeira vida, não a nossa terrena e miserável. Ao interrogar-lhe de novo o discípulo, desta vez sobre se seu grandioso poema havia sido concluído, Dante respondeu de novo afirmativamente e no sonho o conduziu até o ôco anteriormente mencionado na parede da que havia sido sua casa em vida, dizendo-lhe que ali se achava o que tanto se havia procurado. Após isso a imagem do poeta se desvaneceu.

Despertou o discípulo e correu de imediato até a casa de Jacopo Alighieri, filho do grande florentino e que morava na casa que havia sido de Dante. Conta-lhe o sonho e juntos correm à parede de marreta em punho. Ali, atrás da esteira se encontrava o ôco do qual tiram, terrivelmente emocionados, os manuscritos dos Cantos faltantes do Paraíso, a que a umidade já começava a deteriorar. Assim se pôde dispor do texto completo da “Divina Comédia” que nos chegou até hoje inteira apesar de que em diversas oportunidades a Inquisição pensou em destruí-la. Em particular na Espanha do século XVII foram queimados numerosos exemplares pelos sempre ativos representantes da intolerância e do fanatismo ignorante.

O tema central do esoterismo de Dante é o amor Divino como meio para alcançar a Sophia, a divina Sabedoria que se acha mais além de todas as crenças e dogmas. E essa Sophia é o tema chave de todo esoterismo gnóstico, incluindo aqui não só os Templários e os Fedeli d’Amore senão também os cátaros, para não mencionar agora senão correntes iniciáticas ocidentais. Não cabe dúvida de que o catarismo e o templarismo mantiveram relações muito estreitas, o que se torna evidente ao se examinar certos ritos nos altos graus da Ordem do Templo. E quanto à Sophia ou Divina Sabedoria, vale a pena recordar aqui o assinalado pelo Dr. Hugh Schonfield, que analisou em suas obras o código cifrado “Atbash” baseado na permutação de letras, empregado tanto pelos essênios como pelos sadoquitas e nazarenos para fazer ininteligíveis seus textos. De acordo com o Dr. Schonfield, ao aplicar essa chave criptográfica à palavra “Baphomet” esta se transforma em “Sophia”, o que resulta pelo menos muito sugestivo (C.f.r. Lincoln-Baigent-Leigh: “O Legado Messiânico”).

Não resta dúvida de que os Templários tiveram contatos muito estreitos com diversos agrupamentos iniciáticos na Terra Santa e esta poderia ser uma prova a mais a respeito. Em diversos trabalhos se mencionou a evidente analogia entre as cores vermelha e branca usadas em suas vestimentas, tanto pelos ismaelitas haschischin como pelo Templários; quer dizer que as duas Ordens reclamavam para si o título de “Guardiãs da Terra Santa”. Essa analogia, na realidade, vai mais longe ainda pois essas cores aparecem também em combinação com o negro como fundamentais em Alquimia.

Notadamente branca e vermelha são também as cores tanto de “Conduiramour” como de Beatriz, sendo a primeira para Perceval o que é Beatriz para Dante. Naturalmente há que se remeter aqui à obra de Wolfram von Eschenbach... e recordar que a Tradição Iniciática é una e universal.

A essa altura se faz necessário, para concluir, assinalar alguns pontos a mais que tocam diretamente os aspectos doutrinais da Fede Santa. Resulta muito ilustrativa a respeito, a obra “Documenti d’Amore” do cardeal Francesco da Barberino (nascido cerca de 1597). Esse livro traz em sua primeira página a imagem de um guerreiro de espada em punho. Da boca desse sai uma inscrição:
“Eu sou a força e defendo se vier
Alguém que esse livro abrir quiser;
E se for de não ter direito
Com essa espada lhe trespasso o peito”.

Texto revisado por Cris

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