ZOZ - Como libertar a alma?
Atualizado dia 8/7/2024 9:25:43 PM em Autoconhecimentopor Margareth Maria Demarchi
Pois bem, para começar é preciso definir que a liberdade da alma é o sentimento abrangente de felicidade por ser a pessoa que é, ser feliz com aquilo que se vê de si e sente em si [1]. E lidar com arte esse sentimento exige um olhar verdadeiro para o interior de si mesma, e deixar fluir a resposta para as seguinte perguntas:
- Porque eu ainda necessito buscar a aprovação do outro?
- Quanto ainda me deixo influenciar por aquilo que falam a meu respeito?
- Porque me importo com julgamentos?
- O que eu gostaria de fazer que me daria um enorme prazer?
Em seguida, é preciso identificar um talento, e o que esse talento pode proporcionar de facilidade no viver, pois esse talento que é único, é também determinante do verdadeiro propósito de vida, ou seja, a sua colaboração para esse mundo. Compreender esse talento também é fundamental, não se trata de dançar como uma profissional, cantar como uma soprano, escrever maravilhosamente, desenhar, pintar ou cozinhar, ou seja, fazer coisas com inigualável capacidade, ou qualquer coisa que se trate de habilidades e capacidades especiais.
O talento aqui é algo muito mais sublime, é a força geradora, é dar vida a algo ou alguma coisa, que se vitaliza na espiral crescente da evolução do conhecimento, da compreensão, da aceitação do ser a partir de tudo o que ele traz de bom, belo, útil, agradável para a sua evolução e a evolução do que está no seu entorno.
A arte entra como um processo de reconstrução, pois, a sociedade como a vemos condiciona o ser humano a determinados padrões reduzindo a sua individualidade.
Muitas mulheres cedem a essa força condicionadora permitindo que se deforme o próprio comportamento com egoísmos e individualismo, mas sobretudo com submissão a pessoas, hábitos, tradições e conceitos, esquivando-se da responsabilidade consigo mesma, e assim, é preciso primeiro derrubar as barreiras e dificuldades nos relacionamentos com esses fatores, para então potencializar a autoestima para realização.
Tudo isso pode parecer filosófico, mas a alma é substanciada pela mente. A mente deve prover funções que envolvem o conhecimento inapropriado, o conhecimento, o pensamento, a memória, a imaginação e o sonho. A mente cria imagens, imagens que vem sempre de acontecimentos do passado, não importa se aconteceram há um minuto atrás, no mês passado, no ano passado ou qualquer coisa como dez, vinte, trinta anos atrás, ou na infância já longínqua. O fato é que a mente cria imagens e determina como cada um se relaciona com o seu meio.
Todo sentimento está ligado à uma emoção, e toda emoção está ligada à uma memória, memórias são imagens que resultam de algum evento ou circunstância aos quais cada pessoa está entrelaçada, isso cria substância, e é dessa substância que a alma está preenchida.
A cessação da felicidade que bloqueia a liberdade começa quando a alma fica preenchida por substâncias que causam comportamentos opostos à sua própria essência, e condiciona a pessoa pelo efeito dos sentimentos aprisionados (julgamentos)[2] em função das lembranças dessas imagens que necessitam ser compreendidas, para depois serem aceitas, sem inferências, e em seguida superadas, para que possam finalmente serem neutralizadas, de forma que a pessoa deixa de lhes dar condições para exercer influência sobre si mesma.
Essa é a discussão que uma mulher que se sente infeliz, não realizada, com a alma presa, deve iniciar consigo mesma para encontrar a sua própria chave para libertar a alma.
Alma, liberdade, mente, imagens, substância, lembranças, emoções, sentimentos, aceitação, neutralização, chave.
A chave é de cada pessoa, não existe uma receita, mas o que existe é o caminho natural, da consciência. A consciência é consequência do amadurecimento, e aqui, amadurecimento não tem absolutamente nada a ver com idade, ser mais nova ou ser mais velha. Amadurecimento é uma circunstância de vida.
A conquista da liberdade da alma é um processo que exige muita percepção de si, e acontece quando possuímos consciência que tudo o que é visto no outro, e que em termos de julgamento está também na pessoa que vê, ter essa consciência requer atenção para quem ainda está com a mente ocupada pela emoção e pouco ou nada consegue perceber de suas necessidades e intenções internas, que acabam por ser projetadas através do outro, com abandono às vezes quase completo da intuição.
A mulher têm emoções e sentimentos fortes que necessitam ser entendidos, que precisam ter a sua origem identificada para que possam ser aceitos, e no momento em que alguém fizer qualquer comentário que envolva essas emoções e sentimentos, ela tenha condições para acionar um mecanismo de seleção e compreensão que a permita se manter tranquila em relação àquilo que realmente é, sem a necessidade de ter que provar nada a ninguém, sem representar.
Isso é importante porque quando se deseja provar alguma coisa, é porque ainda está difícil aceitar essa mesma coisa como certa para si mesma.
A não ser que isso seja deliberadamente permitido, ninguém pode tirar a liberdade de ninguém, apenas você pode permitir que o outro determine qualquer coisa, ou exerça qualquer tipo de influência em sua vida.
Quando você se deixar solta pelas experiências da vida de forma que sinta a plenitude de cada momento, perceberá o quanto tudo está ligado ao amadurecimento.
A liberdade acontece quando a mulher dirige a essência da sua vida para desenvolver o próprio conhecimento e exploração do que a vida realmente é, o que ela quer ser e qual a relação que tem com todos e com tudo que a cerca, e qual a percepção que ela tem sobre todos e tudo que a cerca em relação à si mesma.
Quando isso acontece, a mulher toma suas próprias decisões, pondera os relacionamentos, e nunca atribui ao outro a responsabilidade que lhe cabe e os efeitos dos seus atos, pensamentos e atitudes, nesse momento a mulher exterioriza sua verdadeira identidade, ou seja torna-se a heroína de sua própria existência.
[1] Só existo com relação às pessoas, coisas e ideais e, estudando
minha relação com as pessoas e coisas exteriores, assim como as interiores,
começo a compreender a mim mesmo. Krishinamurti, pág. 26, Livro Liberte-se do
passado.
[2] "É desse centro que eu observo e faço meu julgamento, e assim, o
observador está separado da coisa que observa.
Porém o observador está percebendo mais do que uma só imagem, ele cria milhares de imagens. Ora, o observador difere dessas imagens? Não é ele apenas outra imagem? Está sempre acrescentando ou subtraindo alguma coisa do que ele próprio é, ele é uma coisa viva, o tempo todo ocupado em pesar, comparar, julgar, mudar, em virtude de pressões exteriores e do interior..." Krishinamurti, pg. 112, Livro Liberte-se do passado, coloca o quanto o observador, observa a vida com a memória do passado.
Porém o observador está percebendo mais do que uma só imagem, ele cria milhares de imagens. Ora, o observador difere dessas imagens? Não é ele apenas outra imagem? Está sempre acrescentando ou subtraindo alguma coisa do que ele próprio é, ele é uma coisa viva, o tempo todo ocupado em pesar, comparar, julgar, mudar, em virtude de pressões exteriores e do interior..." Krishinamurti, pg. 112, Livro Liberte-se do passado, coloca o quanto o observador, observa a vida com a memória do passado.
Texto retirado do Livro ZOZ - Mulheres Libertem sua Alma
Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
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