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ZOZ - Por que a aprovação é uma necessidade para tantas de nós? Parte Final

Atualizado dia 09/05/2024 20:53:54 em Autoconhecimento
por Margareth Maria Demarchi


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Parte Final do Texto
Já para Fernanda e Humberto, mapa e território contam, e o território representa a ancestralidade, que é a história de pessoas da família, e pessoas da família que interagiram com cada um de forma significativa e influenciadora, isso sempre tem que ser levado em consideração.

Sempre que buscamos aprovação, deixamos de ser verdadeiras. Em muitos casos, aprende-se através das experiências de vida que só sendo “boazinhas” com os outros é que se consegue ser aceita e obter valor. Essa dinâmica é muito utilizada porque a nossa sociedade a incute e impõe artificialismos por vários meios criando o significado de que é importante manter-se sempre no bem do outro, sem precisar estar no próprio bem. Quando vivemos de fato dessa forma, então acabamos cerceando o nosso verdadeiro sentimento interno que quer ser expresso como somos, sem nos deixar afetar pela forma e interpretação que o outro tem a nosso respeito.

É lógico que esta afirmação se aplica sempre ao mundo real. A nossa existência foi concebida para desfrutar e realizar o bem, o bom, o belo, o útil e o agradável, para cada um de nós e para o coletivo, mas nunca à custa de nossa anulação, ou da anulação da nossa individualidade, que nos identifica como seres e como agentes ativos. Como seres ativos, compreendemos que o outro sempre terá vivências diferentes que o tornam um ser integral e único.

De forma mais profunda, tratar a individualidade para se autovalorizar significa na verdade um sentimento de baixa autoestima. Implica que por necessidade de aprovação a pessoa passa a trocar o sentido de individualidade, que é uma conquista de valor por ser quem é, e também amar aquilo que a pessoa é. A individualidade confere à pessoa a possibilidade de estar num posto em que é admirada e reverenciada por si mesma, e se autodistingue pelo que faz e menos pelo que tem.

Nessa condição verdadeira, é que a pessoa deixa de controlar a relação com o outro e parte para conquistar a vida e ser integralmente responsável por ela. Nesse modo de ser não existe competição, pois, a pessoa está ciente de que pode e tem talento para realizações. Assim, o caminho fica livre, sem a necessidade de aprovação.

Já a necessidade de aprovação é a falta de preparo em reconhecer as habilidades pessoais que fazem com que sempre se sinta segura. As pessoas que aprendem a olhar para suas habilidades por necessidades da vida ou por incentivo, principalmente dos pais, possuem uma segurança natural, sentem-se tranquilas em expor essas habilidades e mantém relacionamentos mais maduros, tem facilidade em expor suas ideias e confiam nos seus valores.

A necessidade de aprovação, dá autoridade e transfere a responsabilidade para que o outro nos julgue. Mas, quanto uma outra pessoa realmente pode entender daquilo que você é, eu sou, nós somos? Pergunte-se se você quer que alguém diga quem você é e o que deve fazer.

Nesse sentido, a responsabilidade pela vida também é diminuída, não se corre riscos quando alguém diz que nos aprova, ou aprova o que fazemos. Há uma diferença relevante entre ser aprovada e ser elogiada. Sempre será mais fácil, perguntar se – “posso isso?” Ou – “posso aquilo?”, do que simplesmente assumir responsabilidades que exigem qualquer tipo de esforço, buscar conhecer condições ou mesmo, auto sugerir. É também mais confortável não ter que assumir consequências pelas decisões tomadas.

Mas, há uma diferença relevante entre ignorar a qualquer custo o que os outros pensam e pedir opiniões para comparar antes de tomar decisões. Ignorar a qualquer custo implica em considerar-se ao mesmo tempo autossuficiente, onisciente e independente, uma conjunção que só é possível para quem vive isoladamente, e quase sempre resulta de um comportamento individualista e não da individualidade.

Na autoaprovação, uma pessoa é responsável pelas consequências previsíveis de seus atos. Fosse sempre essa a forma de comportamento, o resultado seria o de pessoas confiantes de suas qualidades e que sabem perfeitamente o seu propósito e valor. Cessaria a busca de aprovação, e se passaria a viver a sua própria aprovação.

Carl G. Jung chamava isso de “processo da individuação”[1], a meta da individuação, dizia Jung “era despojar o próprio eu (self) dos falsos invólucros da forma como nos apresentamos ao mundo (persona), isso por um lado, e do poder sugestivo das imagens que carregamos no inconsciente, (imagens primordiais), por outro lado”. Ao nos tornarmos nós mesmas, ao nos tornamos quem realmente somos, também expressamos uma das muitas facetas da do interno da pessoa (realidade primordial da psique) que, desta forma, cristaliza o seu próprio ser.

Por isso o desenvolvimento humano individual, na teoria psicológica de Jung, é conectado com a evolução humana e até mesmo cósmica. Nessa estrutura conceitual, o indivíduo não está mais isolado e sozinho, ao contrário, ele torna-se “contrapeso” que através da sua consciência, desequilibra a balança da história humana. Aplicando esta estrutura ao nosso tema, parte do que somos hoje, é resultado dos eventos que envolveram nossa família (ancestralidade) até agora.

O que nos ajuda a pensar que cada ser humano tem a sua importância para o meio. Equilibrado (dentro do seu talento e propósito) ele contribui no todo, favorecendo com a sua atuação diferenciada e verdadeira a possibilidade de que outros possam tomar coragem e reagir para o seu centro de prazer e felicidade. Só estando conectado com o centro do ser é que se possibilita viver de forma responsável e cooperativa no mundo. Cada qual pode assim dizer: - Sou um que compõe o todo.

Quando uma pessoa carrega a verdade ela vê e identifica a verdade. Pense. Quando você consegue ser realmente sincera? Quando você percebe a sinceridade do outro? Quando você aceita sinceridade?

Quando a verdade é buscada é porque ela não é vivida pela pessoa que a busca.

Isso é o que frequentemente se faz com todos aqueles por quem se quer ser amada. Entra-se numa esfera de dependência da apreciação dos outros, e as razões podem ser as mais diversas, desde o simples bem estar no convívio, até complexas relações de poder.

Agora, olhe para você sem máscaras e olhe para cada máscara que já utilizou e observe atentamente e entenda o verdadeiro motivo de ter utilizado cada uma delas, inclusive e sobretudo para si mesma (uma figura que você representa ou representou ser).

A própria aprovação estará equilibrada quando olhar para trás e entender que todos os que vieram antes como provedores (pais, tutores, auxiliadores) recebem respeito, aceitação e consideração por saber que eles fizeram o seu melhor, e os deixa livres de julgamento, do pensamento, assim, estará livre para ser o meu melhor.

Desta forma ninguém tem necessidade de dar provas, nem de aprovar, pois já existe a consciência da sua responsabilidade pela a verdade que carrega em si, sem precisar de que o outro lhe diga. Ninguém tem que ser melhor que alguém, quem quer que seja, simplesmente tem que ser melhor naquilo que quer e deve melhorar para si mesma.

Cada pessoa tem que se aprovar como o ser humano que caminha pela vontade de realizar o seu talento, com amor por tudo o que realiza, e com sabedoria para realizar suas atividades com força e conhecimento necessários, sempre com a verdade que já se encontra si mesmo. Por isso é preciso acessá-la.

Olhar a verdade em si, é o caminho para sentir amor e compreensão pelo outro, pois só assim se pode também compreender que aprovar o outro é supérfluo e desnecessário, já cada um possui em si a aprovação. Este é um passo importante que nos conduz a um novo tema, o da colaboração e da solidariedade.

 [1] C.G.Jung - Processo de individuação

* Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
*Todos comentários serão bem-vindos. Obrigada*
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