Quando formos Deus
Atualizado dia 7/19/2006 2:39:44 PM em Autoconhecimentopor Lígia Jacobsen Alvares
Como podemos acreditar que “o bem sempre vence o mal” e que “no fim tudo dá certo e se não deu certo é porque não chegou ao fim” (e o que será o fim?) ?
Como podemos acreditar num “Deus”, nos “Iluminados e Mestres” de todos os credos, religiões, filosofias, etc. e tal, cujos amor, bondade e compaixão são absolutos e cuja sabedoria está voltada para ajudar a evolução do mundo: estarão todos aposentados? desempregados? adormecidos? surdos? cegos? ou o quê?
Diante de toda a destruição que estamos vendo acontecer sem que ninguém, deste ou do outro mundo, faça alguma coisa para interromper e parar de vez com toda a insensatez que tomou conta dos seres humanos, fica difícil acreditar em qualquer coisa ou em qualquer “Super-Ser” que, com a desculpa de não poder intervir no carma, no livre arbítrio, se isenta de qualquer responsabilidade referente ao nosso mundo!
Estaremos sós? ou nossa existência é tão insignificante que apenas nós mesmos a percebemos?
Quantas perguntas, além destas, existem em várias cabeças, como a minha, que não serão respondidas por nenhum dos “Sábios” porque, segundo tudo o que estudamos e aprendemos do “divino”, a evolução é uma caminhada solitária e só quando estivermos “ prontos” é que o Mestre deverá aparecer (para que? se já estaremos prontos...)
E agora?
Bom, cada um de nós preparará sua resposta tentando preencher as lacunas deixadas pelos “Seres Iluminados”. Pelo menos, será uma forma de sofrer menos.
As respostas que eu encontro, hoje, para mim, dentro de mim, me dizem que a melhor forma de compreender o mundo e a atitude divina em relação a ele, é tentando me colocar no lugar de Deus quando interajo com os outros seres vivos...
Muitas vezes, quando tenho que decidir coisas que venham a atingir, por exemplo, um cachorrinho, uma abelha, um gato ou outra pessoa, e, até mesmo, uma barata, eu digo a mim mesma: “...neste momento, eu sou Deus e minha decisão é soberana porque estes seres não podem decidir por si mesmos ou se defender de minha decisão ou compreender minha atitude...”
O que pensaria a barata, se pudesse pensar, quando decido de maneira unilateral que devo matá-la? Será que quando Deus decide nos matar (de fome, pela violência, por doença, enfim da forma que Ele julgue conveniente...), Ele nos vê da mesma forma que vemos aquele inseto? Isto é, será que Ele nos avalia segundo sejamos (ou estejamos, sendo, naquele momento) úteis ou nocivos à circunstância da necessidade daquela hora?
Quando faço isso, duas coisas acontecem: primeiro, tomo muito cuidado com minha decisão para que o outro ser sofra o menos possível; segundo, consigo perceber o conflito que Ele deve viver ao ter que fazer o mesmo com relação ao nosso mundo e tudo e a todos que nele estão contidos. Então, não sei se O desculpo pela minha incapacidade de compreendê-Lo ou se, compreendendo-O um pouco mais, quando me transformo Nele, passo a agradecer pela oportunidade de crescer com minhas atitudes mais ponderadas, mais tolerantes, menos rudes ou agressivas para com os demais seres que Ele criou.
Assim, venho exercitando e desenvolvendo a deidade que existe em cada um de nós, não com a ambição ou vaidade de vir a ser privilegiada com a santidade ou coisa parecida, mas sim de transformar minha ignorância em sabedoria e com isso alcançar e partilhar a felicidade.
Façamos de conta que somos “Deus” sempre que tivermos que lidar com decisões que envolvam outros seres vivos e façamos com eles o que gostaríamos que Ele fizesse conosco. É um bom exercício para compreender Deus, podem crer.
Lígia Jacobsen Alvares
Terapeuta Holística
CRT 33644
Avaliação: 5 | Votos: 26
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