Ensinamentos do Srimad Bhagavatam: XXVI
Atualizado dia 10/21/2007 10:06:46 PM em Autoconhecimentopor Marcos Spagnuolo Souza
Gratificação dos Sentidos
Entre todos os atrativos oferecidos pelo gozo material, a atração que se apresenta sob a forma de riqueza confunde mais a inteligência de alguém do que ter belos traços físicos, nascer em família aristocrática, e ser erudito. Na riqueza a alma corporificada se dedica a ocupação em desfrutar de vinho, mulheres, jogatinas e busca dos diversos prazeres materiais. Os ricos sentem o falso orgulho de ter dinheiro, do nascimento em famílias aristocráticas, ou, de ter inteligência para os negócios esquecendo que envelhecerão e morrerão como qualquer outro ser humano ou animal.
O rico sempre quer mais do que possui e mesmo que tenha conquistado todas as direções do mundo ou tenha desfrutado de todas as coisas do mundo, ainda assim, não fica satisfeito. Muitas pessoas com diversas experiências, muitos conselheiros, muitos intelectuais eruditos caem nos planetas inferiores porque não se satisfazem com as suas posições.
As almas corporificadas que estão muito orgulhosas de suas riquezas deixam de enxergar com clareza o objetivo da vida, assim, a roda da vida pode fazer com que a alma nasça na pobreza para ver as coisas em sua realidade.
Aqueles cujo único interesse está numa vida familiar embaraçados com filhos e esposas em busca de riqueza acham que essas coisas representam à meta última da vida. Semelhantes pessoas só fazem vaguear por diferentes classes de corpos dentro da existência material, sem descobrir a meta última da vida.
A riqueza em si não deve ser considerada um aspecto negativo, a negatividade está na alma corporificada que utiliza a riqueza para satisfazer seus desejos luxuriosos. A riqueza material deve ser utilizada para ajudar os fracos, os doentes, as pessoas que sofrem e também para cobrir os gastos nas peregrinações aos lugares santos. A riqueza deve ser utilizada para proporcionar a liberação dos desejos materiais da alma corporificada e não para servir de aprisionamento no mundo material.
A alma corporificada que possui uma vida de gozo dos sentidos, desde sua língua até seus órgãos genitais, considera-se muito feliz e permanece envolvida nesses pensamentos, esquecendo que diante dela está o tempo eterno, que reduz a duração de sua vida dia por dia, noite por noite. A alma corporificada envolvida na atividade de ganhar dinheiro perde a consciência da diminuição gradual de sua vida e da aproximação da morte. A alma condicionada deve compreender que está ameaçada por todos os lados.
A alma corporificada que vive para desfrutar os sentidos julga, muitas vezes, que é uma pessoa muito importante, um ministro, presidente ou mesmo semideus, mas o que quer que ele seja, após a morte, este corpo se transforma em pasto para vermes.
A morte dos animais está diretamente relacionada com o prazer de saborear a carne do animal, satisfazendo assim os caprichos temporários do corpo, esquecendo que depois da morte terá que pagar por estes atos.
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