Menu

"O ILUSIONISTA" - MENSAGENS SUBLIMINARES

Atualizado dia 04/05/2008 12:10:49 em Autoconhecimento
por Christina Nunes


Facebook   E-mail   Whatsapp

O Ilusionista é um dos mais belos filmes, rico de significados nem sempre perceptíveis na primeira vez em que é assistido, e menos ainda por todos que o assistem. De fato, há os que o assistirão várias vezes fazendo da história apenas a mesma leitura. Mas muitos outros irão mais longe - naturalmente, os que detêm uma percepção mais espiritualizada - e espírita - da vida.

Edward Eisenheim, o protagonista, é, à primeira vista, um mágico; um ilusionista, no significado mais estrito da palavra, que aprendera o seu ofício ainda menino de um homem misterioso que - e aí insinua-se o primeiro mistério da história - também realizava coisas extraordinárias, como desaparecer ele mesmo, carregando junto uma árvore dos campos onde acontecera o seu primeiro encontro.

Quando menino, as artes do aprendiz Eisenheim atraem justo a atenção de uma jovem duquesa, criança pertencente às camadas sociais nobres daquele país europeu; logo se encantam um do outro e, nada obstante as proibições imediatas de se encontrarem, alegando-se as condições sociais díspares entre ambos, o que fazem é exatamente o contrário. Claro; a duquesa, embora menina, não era uma mentalidade comum, menos ainda contaminada com os preconceitos do seu tempo. A autenticidade e pureza dalma são as tônicas de sua personalidade, reveladas desde o princípio.

No resto da história, em sendo ambos final e definitivamente separados, o jovem Edward segue para uma vida sem paradeiro, onde desaparece com destino incógnito para muito mais tarde, já adulto, ressurgir realizando não apenas mágicas e truques de ilusionismo comuns - mas maravilhas, que acabam por estarrecer platéias até aos níveis mais seletos da sociedade, atraindo a atenção do próprio príncipe herdeiro, Leopold, àquela altura da história noivo justamente... da sua antiga amiga de infância, Sophie!

Só que o príncipe herdeiro, homem de caráter duvidoso, despótico, e de perfil doentiamente racional, termina por descobrir o antigo elo de Eisenheim com Sophie, pois que logo se reconhecem e retomam a sua história anteriormente interrompida à revelia. E, principiando uma perseguição velada ao ilusionista, em ocasiões em que se empenha obcecadamente em resolver a contento os segredos dos seus supostos truques, Leopold acaba antes, com o apoio de seu inspetor chefe de polícia, transtornado por deflagrar denúncia de fraude contra Edward, a desforrar-se do envolvimento secreto deste justamente com a sua noiva!

Se abordasse as artes comuns, por mais bizarras, dos mágicos tradicionais, O Ilusionista seria apenas mais um filme, nada obstante ainda e sempre encantador. Todavia, o que é exibido instiga o telespectador na direção da existência do sobrenatural, na conotação mais adequada a esta obsoleta designação para fenômenos que apenas e ainda hoje escapam ao escopo analítico da nossa limitada ciência. Nos próprios discursos de Eisenheim às platéias hipnotizadas, ele menciona as "leis naturais desconhecidas, a morte, a ilusão do tempo..." Tudo conceitos com os quais são intimamente familiarizados os paranormais, sensitivos, médiuns, e estudiosos profundos do espiritualismo e dos fenômenos extrasensoriais, na sua melhor forma.

Porque na verdade as artes de Edward Eisenheim afrontam as mentalidades de seu tempo (circunscrito à Viena do século XX). Quando se entrega aos gran finales de seus espetáculos, exibindo espíritos materializados que interagem com o público respondendo às suas perguntas - embora nunca mencionando quem e o que são! - e ademais sendo tais espíritos testados pelos presentes na platéia que, em tentando tocá-los, encontram nada mais do que uma transparência vaporosa, sua situação frente ao transtornado Leopold, já empenhado com tenacidade na sua perdição, periclita!

Eisenheim não poderia admitir seus dons, sua intermediação mediúnica em público. As sociedades espiritualistas eram mal vistas pelo status quo e pelas mentes arraigadamente cartesianas de seu tempo. Se o fizesse, ofereceria a Leopold as ferramentas que desesperadamente buscava para aprisioná-lo por fraude. Então, o que faz é justo o contrário, num desses momentos críticos - homem sagaz que era: afirma em alto e bom som perante o público em perigoso acesso de fanatismo que era preciso desenganá-los; que suas apresentações, todas, não mais eram que truques. Que, de fato, não era capaz de atrair da morte os seus entes queridos...

Só que, para desconcerto tanto de Leopold, a vigiá-lo encarniçadamente, quanto da polícia, em duas de suas apresentações finais atraí para o palco, diante do espanto de dezenas de presentes, justamente a presença espiritual de Sophie - a quem Leopold supostamente havia matado num acesso de fúria ciumenta*... embora tudo estivesse orquestrado pela jovem coadunada com o Ilusionista num fantástico plano de fuga final de ambos para a sua liberdade, unidos. É esta a gota final, tanto para Leopold quanto para a polícia, que, naquele ápice, tenta prendê-lo, em plena apresentação...

Não conto o desfecho entusiástico desta cena, em respeito aos que ainda não viram o filme e se interessem em assistí-lo. Antecipo apenas que a polícia acaba desvendando, devido a uma série de circunstâncias entrelaçadas à trama principal, as tentativas criminosas do príncipe interessado em usar Sophie apenas como instrumento para arrebatar a coroa do pai; bem como também compreendendo não somente a inocência de Eisenheim, mas também o ardil da falsa morte da duquesa...

CONTINUA!

*Ocorria, aí, em se tratando de alguém ainda em vida no corpo físico, o fenômeno que o Espiritismo nos explica como a bicorporeidade, manifestação espiritual simultânea de uma mesma pessoa em dois lugares ao mesmo tempo.



Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 13


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 




publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa