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Saga dos Guerreiros Dekassequis (1)

Atualizado dia 5/24/2008 11:34:42 PM em Autoconhecimento
por Shee Sheerran


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Esse ano o Japão e o Brasil comemoram o centenário da Imigração japonesa. Muitos eventos estão sendo dedicados a esse acontecimento.

E bem merecido, pois essa saga é uma das mais interessantes, não sei se porque eu participei também dessa aventura mas ao inverso. Fiz o caminho de volta sem ser descendente. O que me propiciou uma observação interessante e mais apurada, pela curiosidade de quem não conhece nada da cultura e nem dos costumes.

Vi muita coisa; aprendi bastante; conheci a cultura e os costumes; vi um mundo de alta tecnologia com um povo de mente medieval.

Mas também participei ativamente no auxilio aos dramas desse brasileiros que vão cheios de esperança e veem seus sonhos se esborracharem assim que tocam o solo japones.

Tenho uma quantidade imensa desses dramas gravados na minha memória, muitos nunca poderei relatar, pela dor que causaria novamente a essas pessoas e pelo respeito pela sua individualidade também.

Mas alguns por terem sido tão repetitivos posso relatar.

"Telefone toca em casa de madrugada. Voz de homem em desespero... está ainda no aeroporto de Narita, recém desembarcado de um avião vindo do Brasil... pede socorro... pede que eu o atenda... peço que venha até minha casa ... ele chega ao amanhecer... eu já estou com o coração nas mãos antevendo o que me espera ...

Ele entra em casa com os olhos já secos de tantas lágrimas derrubadas durante o longo voo (24 horas). Senta a minha frente ... cabelos desgrenhados ... olhar parado ... boca seca ... depois de um café brasileiro .. ele inicia tropegamente o seu relato ....

Veio para o Japão pela insistencia da familia (pasmem - na época qualquer familia japonesa que não tivesse pelo menos um membro indo para o Japão a trabalho, era considerada traidora. Só não ia para o Japão os considerados muito doentes ou vagabundos, o que colocava a familia em desgraça perante a colonia) e na primeira leva dos que seriam chamados de Dekassequis.

Sonhou junto com a esposa a compra da casa própria, uma condição melhor de estudos para os filhos ainda bem pequenos e a montagem de um pequeno negócio que propiciaria uma velhice serena. Ele iria e ela ficaria cuidando das crianças e do dinheiro a ser enviado.

Alguns bons anos se passaram e ele mandando dinnheiro para o Brasil e vendo o sonho ser realizado. A casa já pronta... mas ainda faltavam os móveis...então mais um pouco de sacrifício... as crianças estudando.. bom!!! Um alento a mais ... e foi levando ... a solidão ele enganava com as fotos das crianças e da casa.. bonita...um casarão.

Até que um dia ele resolveu... ia voltar ... só por uns dias ... ia fazer uma surpresa ... a produção da fabrica tinha caido um pouco e ele podia se dar ao luxo de viajar e voltar ainda com o emprego garantido.

Não contou nada ... queria a surpresa ... queria os olhos brilhando de emoção das crianças ... o abraço apertado e saudoso da esposa ... mil projetos ... mil presentes na mala.

Chegou na casa nova ... o endereço estava certinho ... a mala no chão ... a mão suada na campainha ... o coração aos pulos ... ia rever todos os seus amores ... ia ser recebido com o herói voltando da guerra ... e olhe que tinha sido uma bela guerra ... anos de solidão ... anos de trabalho pesado...mãos calejadas do batente duro de 14 horas diárias, uma semana de dia e outra de noite.

Demoraram muito para abrir a porta ... mas de quem era a imagem que via? Quem era aquele homem enorme que perguntava quem ele era? O dono da casa, oras! Mas que dono? Eu sou o esposo de Dona fulana de tal.

E o senhor não tem entrada aqui não. Estamos juntos e assim vamos permanecer. Sai daqui. Ela não o quer mais. Fique sabendo que essa casa é nossa, minha e dela e as crianças também não são mais seus filhos.

Ele não acreditava no que ouvia. Tentou falar com ela. Mas nada, nenhuma palavra, só consentia com o que o homem falava.

Ele saiu dali arrastando a mala. Voltou para o aeroporto e marcou a passagem para o dia mais proximo possivel. Ficou por ali no aeroporto vagando como uma sombra.

Entrou no avião e voltou para o nada."

Levei alguns meses cuidando do emocional, do físico, da alto estima e da sanidade desse homem.

Depois de muitas regressões e horas de conversa, ele começou a apresentar uma melhora. Hoje, está refeito do baque. Tem uma nova esposa que encontrou no Japão e um filhinho pequeno que é toda a sua alegria. Nâo quer mais voltar para o Brasl e pretende passar seus ultimos dias por la mesmo. Se refez, se reergueu...Venceu!

She

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(11) 3467-5330


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Conteúdo desenvolvido por: Shee Sheerran   
Escritora, terapeuta (TVP), palestrante, curso de energização e retirada de implantes. Atendendo agora em Alto Paraiso (GO). Consultas: (62) 3446-1990
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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