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UNIVERSO

Atualizado dia 8/13/2007 10:59:51 PM em Autoconhecimento
por Rogério Pires


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O Poeta Douglas Mondo escreveu: “Desde o surgimento do homem primitivo, provavelmente ao olhar para as estrelas e para si próprio, deu-se conta de sua insignificância perante o universo e nessa hora surgiu a necessidade de posicionar-se em relação à imensidão dos céus. Alguém teria criado tudo aquilo que observava além de seu próprio olhar.”

O relacionamento que o homem criou com o Universo está intimamente ligado ao tipo de relação que tem com a existência de Deus, mesmo que a sua crença seja a de que Deus não o tenha criado, a idéia de uma força superior ainda é o foco da atenção, tanto de religiosos, quanto de cientistas.

Várias teorias físicas foram elaboradas para dar uma explicação sobre a criação do Universo, dentre as mais conhecidas está a de que o Universo não existia, formando assim, o Nada Absoluto e que a sua expansão (Criação) se deu através de uma grande explosão (Big Bang). Esta teoria está sendo contestada por muitos cientistas devido à dois fatores; o primeiro é a de que o Universo sendo infinito e que fosse composto por "Nada Absoluto", Nada existiria ou surgiria, o que torna a teoria inconcebível para alguns cientistas; o segundo é o de que o Universo sendo infinito, não há argumento para um ponto privilegiado de uma suposta explosão que daria inicio a tudo. (a presente teoria só vem confirmar a existência da energia no mesmo, caso contrário, jamais em tempo algum surgiria a reação que daria origem ao suposto “Big-Bang”).

Esta por sua vez entra em contradição com o conceito fundamental da microfísica teórica, que nos apresenta a idéia de que o Nada é fonte inesgotável de energia. O princípio de indeterminação de Heisenberg e o conceito de vácuo quântico permitem compreender que do Nada, todas as possibilidades têm nascimento. Como puro incondicionado, sendo o “Nada”, a fonte de toda condição de essência. Desta forma, podemos observar mais uma vez o “conflito dos opostos”.

Outras teorias físicas apontam que o “Big-Bang”, a grande explosão, não foi o marco zero do Universo, e sim mais uma etapa de um eterno ciclo de contração e expansão do cosmo, que nunca teve um início, e não terá fim. Expansão e Contração.
Uma “boa” definição foi dada pelo físico Stephen Hawking, em seu livro "O Universo numa Casca de Noz" ao responder uma pergunta de um aluno sobre onde estaria o universo antes da explosão do Big-Bang, ao que ele respondeu: "Por falta de compreensão melhor, prefiro acreditar que estivesse no bolso de Deus”. Albert Einstein resumiu o relacionamento que o homem tem com o Universo na seguinte afirmação:

"O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos, como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto apenas pelas pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá atingir completamente este objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior."

Podemos encontrar referências também no catolicismo sobre a criação do Universo, na Bíblia em Gênesis 1:1 “No princípio Deus criou os céus e a Terra”.
No Budismo, assim como, em outras filosofias orientais, afirma que a criação do Universo é proveniente do Pensamento de Deus, que Ele nos pensa para que possamos existir. Platão acreditava que esta realidade que denominamos Universo é uma ilusão criada pelos nossos conceitos mentais. Podemos buscar milhares de explicações e pensamentos a cerca da Criação do Universo. A sua existência é inquestionável e a sua criação sempre despertou a “curiosidade” da mente humana para a resolução desta questão, já que antes do aparecimento do homem ele já existia e assim continuará após a sua extinção. Uma outra possibilidade é a de que a criação do Universo tenha resultado do fato de que toda possibilidade tende a se realizar, visto que o vazio, o genuinamente indeterminado, é instável e sempre tende a "ser" alguma coisa a se criar.

“Nesta vida tudo se transforma”. Esta visão consiste na idéia de que o Homem, Deus e o Universo constituem aspectos de uma mesma Realidade (energia), sendo a existência do Homem necessária para a manifestação de Deus neste Universo físico. O Homem é a manifestação divinal individualizada, sendo Deus o aspecto Universal da criação, o Universo, por sua vez, é o palco criado para que essas realidades coexistam, tenham influência mútua, e unifiquem-se.

A evolução do Universo está intimamente ligada à evolução do homem, da mesma forma com a evolução de Deus. Desta forma podemos afirmar que Deus é ao mesmo tempo Criador e Criatura deste padrão evolutivo. Sendo Deus criador do Universo e da vida, Ele é constantemente re-criado por ela, completando assim, a Tríplice Evolução – A Evolução Humana, Divinal e Universal. O Homem, Deus e o Universo, são Unos, elementos primordiais para a continuidade da “vida”, sendo o homem a divindade individualizada em busca da unificação com o Todo, Deus é o Todo e o Universo é o aspecto que abriga esta perpetuação divina. O Universo contém e está contido no homem, assim como em Deus.

Observando este processo, levando em consideração o ponto de vista da Totalidade, o Universo é composto do aspecto divinal, que é ao mesmo tempo o Todo e o Nada. Uma cadeia de possibilidades sem fim, sendo o Todo e o Nada complementos de uma mesma Fonte Existencial, e a existência do Nada é a possibilidade da existência de qualquer coisa, criando assim, a necessidade de SER alguma coisa, cuja movimentação para a realização desta necessidade dá origem à criação propriamente dita, que por sua vez, dá condições de existência ao processo de destruição, retornando ao Nada e este processo é infinito. Criação e Destruição. Para se criar algo é necessário que este “algo” seja concebido, imaginado, idealizado, dando origem ao programa de criação a partir do Nada, desta forma podemos dar entendimento ao processo de criação do Universo. O Budismo diz que o pensamento é a criação hominal a partir do NADA.

A filosofia hermética de origem egípcia, baseada nos ensinamentos de Hermes Trimegistos, nos diz que o Universo é uma criação mental do TODO, desta forma, o Universo, assim como toda a realidade existente, seja ela material ou não, é mental, tem sua existência na mente do TODO. Partindo deste princípio, podemos concluir que o Universo é uma criação mental do TODO a partir do NADA.

Esta abordagem nos permite ter uma visão de como a Totalidade existente nesta realidade está subordinada aos domínios mentais, quando compreendermos a nossa verdadeira natureza mental, compreenderemos a possibilidade TOTAL de criação Universal existente em Nós, assim entenderemos a existência do Universo e a nossa real participação neste evento. Se o Universo é mental, ele é incognoscível, da mesma forma que criamos “modelos” sobre Deus, criamos analogias sobre o Universo. Quando tivermos a capacidade de compreender os mistérios existenciais da realidade humana, elucidaremos aquilo que é indefinível ao homem.

Por Rogério Pires
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