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Dependência ; uma prisão.

Atualizado dia 8/15/2007 3:10:54 PM em Autoconhecimento
por Stella Rebecchi


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Existem momentos na vida em que somos obrigados a fazer escolhas imediatas e que na maioria das vezes não sabemos qual caminho tomar. É o chamado " momento da virada" , agora ou nunca mais. Alguns desses momentos são por conta das etapas naturais de nossas vidas na Terra. Outros são consequências de atos e doenças que adquirimos e que nos avisam que devemos mudar e nem sempre com muitas escolhas. Ou mudamos ou estamos condenados a sofrer as consequências nada fáceis das escolhas menos adequadas. No caso de certas doenças o ego precisa dela, assim como vários obsessores; eles se alimentam disso. Dominar o ego pode ser mais difícil do que eliminar os obsessores! Mas nunca impossível. Infelismente o ego modifica nossa forma de pensar, ser e estar no mundo. Altera nossos valores de tal forma que nos tornamos ao longo do tempo , irreconhecíveis. E não percebemos isso.
Se descobrimos uma úlcera , corremos ao médico, tomamos remédio, nos tratamos. Se temos a doença da dependência... negamos. Negam inclusive os amigos e familiares.É a doença da negação.
Aqui falarei sobre a dependência química do álcool primeiramente.
A OMC - Organização Mundial da Saúde reconhece o alcoolismo como uma doença física, emocional, mental ( eu e muitos incluem espiritual)de origem desconhecida, que pode ser hereditária, progressiva , sem cura e de final fatal. Absolutamente trágico esse diagnóstico, mas não é bem assim.
Primeiramente tem que ser esclarecido que alcoólatra, alcoólico, alcoolista seja lá o nome que tiver, não é só aquele que está na sarjeta, sujo, de olhos inchados e perdidos. Quando uma pessoa começa a se preocupar com a bebida,isso já é um sinal que algo está errado. Preocupações do tipo: " tenho bebido muito, tenho que diminuir, melhor hoje não sair para não beber, esqueci o que eu falei,o que fiz, a bebida tem feito mal ao meu fígado, etc", começam a acontecer quando estamos passando, com mais frequência dos limites.. E pode se instalar a doença da dependência. Não se pode confundir um bebedor pesado com um alcoólatra. A diferença entre um dependente e um usuário abusivo está não no beber todos os dias ou estar
" na sarjeta", mas na forma que se bebe. Existem alcoólatras só de fim de semana, outros bebem sem parar pois estão num estágio mais avançado. O alcoólatra quando começa a beber perde o controle; não consegue parar . Numa festa onde todos já pararam , ele precisa mais. Bebe escondido, suborna garçon, bebe bem rápido. Sente-se envergonhado. Começa a se justificar: " estou bebendo para relaxar, estou triste, meu time perdeu, estou alegre, vou comemorar, sou uma droga mesmo, então vou me dar motivo. Vou trocar de destilada para fermentada, vou mudar de namorada/a, marido/mulher, são eles que me fazem beber. Que bêbeado que nada, tenho trabalho, dinheiro, prestígio, família... ou, ai! juro que nunca mais coloco uma bebida na boca!" (quando está de ressaca!) E tudo isso faz com que ainda assim não reconheça que precisa de mudanças, de ajuda.
E enquanto perdemos tempo e energia com essas questões, continuamos nos intoxicando, fazendo a festa dos "amigos" , o banquete dos obsessores e a degradação de nosso Ser. Criamos sentimentos de raiva, ódio, vingança em muitas pessoas ao nosso redor; energias essas que nos prejudicam enormemente. Ficamos numa egrégora de sombra ,trevas, ignorância e impotência.
Acordar de manhã torna-se um pesadelo; o coração sem ritmo derrete-se aos solavancos. Nem sempre sabemos onde estamos ou com quem. Sentimo-nos muito mal. Abrimos os olhos um por um bem devagar para reconhecimento do local e aguardamos infelizes as caras feias, ou brigas ou promessas de abandono.Queremos mesmo é nos tornar invisíveis, pular aquela parte, queremos ser mudos e surdos. Cegos também pois não queremos ver nossa cara no espelho. O espelho nos mostra quão miseráveis estamos nos sentindo. Preferimos que esteja chovendo pois o sol com sua magnitude nos agride. Invejamos as pessoas que acordam bem e dispostas e vão de encontro ao sol.Sentimos raiva e inveja de quem é saudável. Prometemos que vamos mudar, choramos, fazemos promessas, tudo em vão. A doença é mais forte e reaparece no próximo gole. A vergonha, a culpa e o medo são os sentimentos mais destruidores do homem; derrubam e levam a baixa-estima e a falta de respeito por si mesmo. Então a arrogância e a prepotência aparecem para esconder nossa insegurança e desamor.
Nós os dependentes somos eternos buscadores, mas em nossas buscas perdemos o discernimento e não soubemos parar. Nem lembramos mais o que estamos buscando; esquecemos completamente do que viemos fazer aqui e nos distanciamos de nós mesmos.
Então nos tornamos adictos, viciados, dependentes, ou qualquer coisa. E de outras formas também como adictos em dinheiro, fama, internet, jogo, sexo, posses, comida, drogas lícitas e ilícitas... basta perceber quanto tempo é gasto nesses "prazeres" e no tempo em que se está trabalhando,ou com amigos e familiares.
Alcoólatras por exemplo, buscam um mundo livre, ideal, perfeito. Não querem enfrentar sentimentos e problemas. Querem ser eternos Peter Pan e terem a ilusão que o mundo é um mar de sereias, golfinhos, espuma e estrelas ...
Mas, chega o momento em que devemos perceber nossas armadilhas, nossos sabotadores e admitir que o álcool é mais forte que nós,que ele nos domina. Que não somos fracos nem covardes como dizem por aí, que temos uma doença mas que podemos estacioná-la. Ninguém sabe como essa doença começou mas a recuperação está em nossas mãos; somos responsáveis por ela e podemos escolher querer mudar. Não adianta precisar mudar, adianta querer mudar e se comprometer com isso fazendo com que a virada se torne possível, escolher viver, livres e sem medo de sermos verdadeiramente felizes!
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Conteúdo desenvolvido por: Stella Rebecchi   
Nascida na cidade de São Paulo, vive no Rio de Janeiro desde 1975, formada em Terapias Psico-Corporais pelo Instituto de Biossíntese em 1992 e Aconselhamento em Dependência Química pela Clinica do Dr. Jorge Jaber.Em 2008 fez formação de Rigologia na École Française du Rire et du Bien-Être em Frontignan na França. Dirige a Oca e a Suindara Lodge.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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