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A Auto-estima e Rendimento Escolar na Adolescência - 2ª Parte

Atualizado dia 8/15/2007 9:17:39 PM em Psicologia
por Priscila Gaspar


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Como dissemos anteriormente, a sucessão de experiências dolorosas, como as frustrações e os conflitos psíquicos não elaborados, leva à necessidade de encobri-los para diminuir a tensão e a ansiedade. São então desencadeados os mecanismos de defesa, que veremos a seguir.
A negação consiste em não admitir para si mesmo e para os outros as suas frustrações, bem como seus medos e limitações ou deficiências. Com freqüência, o jovem tende a compensar os sentimentos de inferioridade por meio dos riscos a que se expõe, negando os perigos reais.
A racionalização ocorre quando busca uma justificativa externa para algo que lhe compete, como uma dificuldade, por exemplo. É comum que o jovem justifique seu mau desempenho escolar racionalizando, como na frase “Essa matéria não serve para nada, mesmo!”.
De forma semelhante, na generalização são encontradas justificativas externas, porém colocadas como algo coletivo. Por exemplo “Ninguém entende essa matéria”.
Já a fantasia consiste em gerar um substituto imaginário para um realidade que se apresenta desagradável. É comum que o jovem se imagine em locais agradáveis, na presença da pessoa amada ou ainda, construindo um futuro ideal, no qual suas dificuldades são superadas e ele surge como vitorioso frente àqueles que o hostilizam ou menosprezam.
A defesa maníaca é uma espécie de fantasia, na qual são negadas todas as dificuldades e, assim, ele pode aparentar auto-estima elevada. O jovem fantasia ser melhor que os demais e sente-se realmente especial como forma de não encarar suas limitações. Para não sofrer com sua insegurança, mostra-se excessivamente seguro, porém trata-se apenas de uma máscara que encobre sua fragilidade interna. Muitas vezes o sujeito interpreta tão bem esse papel, que seus problemas reais não são notados pelos pais nem pelos professores.
Na identificação, o sujeito toma para si qualidades ou idéias de outros. Ao contrário, na projeção, atribui suas próprias qualidades a outra pessoa, que pode ser um colega ou um professor. A identificação e a projeção atuam normalmente em todas as relações humanas e nem sempre são mecanismos de defesa. Porém, em certas situações, podem ser utilizadas para resguardar o sujeito daquilo que não gosta em si mesmo. Como defesa, em geral o jovem projeta aquilo que não tolera em si mesmo a outrem. São típicos os casos de meninas que dizem que determinada colega é invejosa, quando na verdade trata-se da projeção da própria inveja. Já nos rapazes, dúvidas com relação à sua própria masculinidade podem levá-lo a atribuir caráter homossexual aos colegas. Existem também os casos de identificação projetiva, quando o aluno pode se ver espelhado no professor, que se torna um ídolo, o que geralmente é desejável e somente em casos extremos pode ser prejudicial. Na relação professor-aluno, deve ser dada atenção especial para projeção de características negativas no professor. Neste casos, o aluno projeta no professor as suas dificuldades pessoais, levando, inevitavelmente à queda no rendimento escolar.
É muito freqüente ocorrer o deslocamento, quando o sentimento para com uma pessoa é transferido para outra. Muitas vezes o professor, enquanto representante do mundo adulto e no papel de autoridade, pode ser inconscientemente associado ao pai ou à mãe. Sentimentos hostis para com os genitores podem ser deslocados para o professor, que se torna o alvo das agressões.
Na regressão, o jovem apresenta momentaneamente reações tipicamente infantis. Pode bater os pés no chão, fazer birra, falar de forma infantilizada e até mesmo agir como criança. A regressão diante de uma crise é perfeitamente normal, tornando-se patológica apenas quando o comportamento infantil é constante. Um exemplo comum é o do adolescente que morde e chupa o lápis ou a caneta, ou ainda que rói as unhas. Essa forma de lidar com a ansiedade é uma regressão ao comportamento típico das crianças de dois a três anos, que levam tudo à boca.
Os adultos podem auxiliar o jovem a constituir uma auto-estima sadia, levando-o a observar em si mesmo seus potenciais, dons, bem como suas limitações reais. Através da observação atenta de seu comportamento, é possível verificar que mecanismos de defesa estão envolvidos e quais os conflitos subjacentes. Cabe, pois, aos pais, professores e orientadores pedagógicos a observação atenta do comportamento do jovem, para compreendê-lo e auxiliá-lo tanto no reconhecimento como na elaboração de seus conflitos. É necessário também reconhecer os casos em que o tratamento psicoterápico se faz necessário, quando deverão ser encaminhados a um profissional qualificado para atender a essa faixa etária.

Leia também a primeira parte deste texto.


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Conteúdo desenvolvido por: Priscila Gaspar   
Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected]
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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