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Até que ponto nossa ajuda realmente ajuda?

Atualizado dia 4/17/2012 12:09:56 AM em Corpo e Mente
por Andre Lima


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Atendi um homem chamado Adriano (nome fictício) que tinha um senso de obrigação de ajudar um irmão, vamos chamá-lo de João, que nunca conseguiu independência financeira. Os dois tinham pequena diferença de idade. Adriano desde que era criança assumia responsabilidades em casa. Sua mãe não lhe dava muita moleza. Guardava até uma certa mágoa das pressões que sentia.

João, por sua vez, era superprotegido e cresceu sem ter que passar por muitos desafios. Hoje, mora de favor na casa de uma senhora que lhe dá o sustento básico e é conformado com a situação. Sempre encontrou, de uma forma ou de outra, alguém para lhe dar pelo menos o essencial sem que ele tivesse que fazer muito.

Ao ver a situação atual do irmão, Adriano sentia um desejo de ajudá-lo. Investigando um pouco, fomos descobrindo sentimentos conflituosos. Em parte queria ajudar João, em parte sentia raiva e se perguntava por que é que ele não se virava sozinho. Na verdade, ele não tinha qualquer tipo de obrigação em ajudar. Mas sentia um misto de pena e tristeza pela situação do irmão e também um sentimento lá no fundo de que ele tinha sim uma certa obrigação.

Vemos isso acontecer o tempo inteiro nas relações familiares. Pessoas que se sentem responsáveis pelos outros. Isso sempre acaba gerando um conflito emocional. Se não ajudam, sentem culpa, pena e tristeza. Se ajudam acabam ficando com raiva, sentem-se explorados. Em muitos casos, passam a cobrar, infernizar e tentar controlar a vida do outro, querendo que ele comece a agir por si só para que deixe de ser um fardo.

Quando um bebê nasce, é cem por cento dependente dos adultos. Todas as suas necessidades precisam ser providas pelos seus responsáveis. O adulto tem o dever de prover alimento, conforto, limpeza, carinho, abrigo e todos os tipos de cuidado para o bem-estar da criança. Nada mais óbvio. A medida que a criança vai crescendo, gradativamente, ela deve aprender a cuidar de si mesma até que vire um adulto independente. E os adultos devem ter o discernimento adequado para ir aos poucos soltando a criança para que ela cresça.

O que ocorre muitas vezes é um prolongamento nocivo e desnecessário onde os pais ou outras pessoas continuam assumindo o papel de responsáveis pelo bem do outro. E isso traz muitas consequências negativas. O protetor fica sobrecarregado, o protegido não cresce. A partir daí, vão surgindo mais sentimentos negativos em torno da questão. O protetor desenvolve um sentimento de que ele é necessário além do que deveria, e se apega a isso e não quer perder esse papel. Ao mesmo tempo, uma parte sua sente raiva da sobrecarga e culpa o outro, consciente ou inconscientemente. Assim, estabelece-se um jogo de dependência e cobrança.

O protegido, por sua vez, desenvolve uma autoestima baixa, um sentimento de não ser capaz de cuidar de si próprio, fica dependente do protetor e, ao mesmo tempo, pode desenvolver uma raiva por não ter sido lhe dado a chance de crescer com suas próprias dificuldades.

É importante deixar que as pessoas passem pelas suas dificuldades para que elas possam se desenvolver plenamente. Todas as vezes que fazemos algo pelo outro que ele poderia fazer por si só, estamos causando sérios problemas para nós e para a outra pessoa também. Um recém-nascido tem que ser vestido pela mãe. Já uma criança de 5 anos pode ir aprendendo a se vestir sozinha, mesmo que não seja fácil pra ela. Há pais que fazem as tarefas escolares dos filhos, fazem o prato e cortam a carne pra eles (mesmo quando já tem 10 anos de idade), dão banho em uma criança que já tem condições de se banhar sozinha.

E tudo é feito em nome do amor. Para evitar que o filho sofra. Mas o que se passa são mensagens de que o filho não é capaz. É tirada dele a oportunidade de passar pelo "treinamento" que a vida oferece. Sem esse treinamento nos tornamos pessoas fracas e dependentes.

Pessoas que são criadas dessa forma tendem a se relacionar com outras que têm a necessidade de ajudar pessoas dependentes. Estas são pessoas aparentemente fortes, mas que, no fundo, são dependentes emocionais. Para se sentirem fortes e úteis precisam de alguém com o perfil do fraco.

É interessante observar como os dependentes conseguem encontrar pessoas que fazem o papel do protetor. A necessidade emocional de um se encaixa com a do outro. No caso de João, mesmo sem trabalhar, sempre aparece alguém para lhe dar o básico. E, assim, ele não precisa crescer e aprender a se sustentar sozinho. Adultos só são responsáveis 100% pelo bem-estar dos recém-nascidos. Um adulto saudável tem que ser 100% responsável pelo seu próprio bem-estar. Querer ser o responsável pelo bem-estar de outro adulto está fora da ordem, e cria-se mais problema.

No dia-a-dia, às vezes fazemos coisas bobas pelas outras pessoas que elas poderiam fazer por si mesmas. Por exemplo. Ser o responsável em fazer o outro acordar na hora certa (tem gente que assume o papel do despertador), ser o responsável por lembrar e levar o remédio para o outro tomar, fazer o prato para o outro... Parece algo inocente, não é mesmo? Mas revela um padrão emocional de comportamento dependente, onde um faz o papel do protetor e o outro o papel da criança.

Não estou querendo dizer que não podemos de vez em quando fazer uma gentileza e acordar o outro que perdeu a hora, ou trazer a comida no quarto. Isso vira uma coisa disfuncional, doente, quando um assume a responsabilidade, o compromisso de agir dessa forma sempre, por alguém que pode fazer isso por si só.

Para ajudar Adriano a se libertar, fizemos um trabalho emocional profundo utilizando a *EFT (técnica para autolimpeza emocional, baixe o manual gratuito aqui)para dissolver os sentimentos de culpa, pena, tristeza e obrigação para com o irmão. Assim ele pôde ficar em paz e compreendeu que a melhor forma de ajudar seu irmão, era deixar que ela passasse pelo que está passando, colhendo as consequências da sua falta de iniciativa pra vida. Quem sabe assim um dia ele desperta. E mesmo que nunca haja esse despertar, Adriano poderá ficar em paz mesmo assim. Essa compreensão que ele teve não foi algo apenas racional. Ao dissolvermos todos os sentimentos negativos em torno da questão utilizando a EFT, surge uma paz e uma certeza interior daquilo que é pra ser feito, e deste modo se consegue agir de forma natural.

É importante deixarmos que as pessoas colham as consequências negativas de seus atos. Se fizermos de tudo para remover essas consequências para o outro, estaremos tirando desta pessoa sua oportunidade de aprender.

André Lima

*EFT - Emotional Freedom Techniques - Técnica que ensina a desbloquear a energia estagnada nos meridianos, de forma fácil, rápida e extremamente eficaz, proporcionando a cura para questões físicas e emocionais. Você mesmo pode se autoaplicar o método. Para receber manual gratuito da técnica e já começar a se beneficiar, acesse este link

Texto revisado
 


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Conteúdo desenvolvido por: Andre Lima   
André Lima é engenheiro e trabalha exclusivamente com autoconhecimento desde 2006. Vem divulgando e esinando em palestras e cursos presenciais e online sobre a EFT - Emotional Freedom Techniques, uma técnica revolucionária, simples e eficaz, para limpeza e cura de todos os tipos de emoções, pensamentos e crenças limitantes.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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