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MASSAGEM KALARI

Atualizado dia 9/4/2008 9:20:12 PM em Corpo e Mente
por Erick Schulz


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Com base na minha experiência, posso dizer a vocês que esse tipo de massagem representa a quintessência da arte do toque oriental. Aqui encontramos conhecimento e benefícios preciosos a cada um de nós e ao próximo.

No Oriente de tempos imemoráveis encontramos avançadas e poderosas formas de conhecimento para a saúde e o desenvolvimento pessoal. Entre elas, a massagem como fonte central. A massagem Kalari se encontra no meio de duas das tradições mais notáveis: a Ayurveda e a Siddha. Esses maravilhosos sistemas de medicina incluem variados tipos de massagem, tratamentos e uso de medicamentos naturais à base de ervas, principalmente. A tradicional massagem de marmas Kalari é, nos dias de hoje, uma das mais populares dessas tradições.

A massagem Kalari pode ser feita com os pés ou com as mãos. Ela nasce para o lutador de Kalari, a antiga arte marcial indiana. O tratamento realizado com os pés permite ao massageador praticar, sobre quem recebe, determinados movimentos e posições de alongamento, enquanto realiza a massagem com os pés. Trabalha sobre os Nadis, canais energéticos do corpo, estimulando seu fluxo, tonificando a musculatura e dissolvendo as contraturas.

Suas Origens

Essa massagem é originária da antiga tradição do Kalari – “Kalari Payat” - a arte marcial indiana, provavelmente uma das mais antigas do mundo. No Kalari Payat o corpo e a mente se exercitam como uma dança. O Kalari contém elementos da Yoga, dança indiana e da medicina ayurvédica. Kalari, em sânscrito, significa “treinamento para o campo de batalha”.

O pai da tradição Siddha é Shiva, difusor das práticas de Yoga, do Tantra e de muitas outras ciências e tradições como a alquimia, a arte da guerra, do amor, etc. O Kalari Payat nasce em Vasudeva, no estado de Kerala, sul da Índia. Várias são as lendas sobre suas origens. Dentro da mitologia indiana se narra que o lendário sábio indiano Parasuram, seguindo os ensinamentos do deus Shiva, fundou essa disciplina. A fim de difundir a arte do Kalari Payat, Parasurana funda 108 kalaris em toda Kerala e decide transmitir os seus ensinamentos de geração para geração. Ligado ao Yoga, era utilizado pelos guerreiros, mas, ao mesmo tempo, vinha concebido como um método de cura para se manter um estado de bem estar e saúde, útil para fortalecer a musculatura e tonificar o corpo. O Kalari não é somente uma prática física, mas representa também o lugar sagrado de retiro em si próprio, onde o guerreiro celebra o “Puja”, cerimônia de adoração, feita antes de iniciar o combate.

Uma outra lenda diz que é um filho de Shiva, Kartikeya, que desenvolve o conhecimento guerreiro de como atingir para matar ou curar, dependendo do caso.

Desse conhecimento se desenvolve a tradição do Kalaripayat. É nessa tradição que se fala dos marmas e de como tocá-los. Antes de chegar ao conhecimento profundo de tais pontos, o iniciado se aproxima da Yoga e das artes marciais e, sucessivamente, ao se aprofundar no percurso, ascende aos níveis mais sutis de como tirar a vida ou curar, graças ao conhecimento secreto dos pontos vitais.

As origens do Kalari são cheias de mistério. Provavelmente fazem parte da tradição Siddha de Kerala e dos estados dravídicos do sul da Índia (Kerala, Tamil Nadu, Karnataka e Orissa).

Sucessivamente, com o encontro das etnias do norte (ligadas à Ayurveda) e do sul (onde era forte a tradição Siddha), também a massagem kalari dos marmas vem incorporada na tradição ayurvédica; mas é bom notar que se mantêm duas vias paralelas, sinérgicas e ao mesmo tempo distintas.

Hoje, a tradição ayurvédica é muito conhecida no mundo, porém não se pode dizer o mesmo da tradição Siddha. A tradição Siddha do sul da Índia é um corpo de conhecimento distinto e extremamente ligado ao Tantra. Assim como a Ayurveda é ligada aos Vedas.

No que ainda diz respeito à tradição Siddha, uma de suas características principais é o modo de preparação dos seus complexos medicamentos (que na Ayurveda são chamados de “bashma”), notadamente uma metodologia de processos alquímicos. Assim também o conhecimento dos Nadis e dos pontos vitais - marmas - vão sendo incorporados naturalmente no corpo de conhecimento védico. O conhecimento dos pontos vitais rende um grande interesse para a medicina atual, porém podemos ver seus traços desde os textos cirúrgicos do clássico “Susruta Samhita”, que remontam ao Século V a.C. Esses tratados diziam respeito às práticas cirúrgicas e o conhecimento dos pontos anatômicos dos marmas permitia, aos cirurgiões, anestesiar o paciente com uma precisa pressão sobre os pontos vitais inibindo o sistema nervoso. Para as operações cirúrgicas, o conhecimento dos Nadis e marmas era imprescindível para fazer as incisões e procedimentos necessários sem ferir linhas estratégicas por onde flui o prana, a energia vital.

Dentro desse contexto se pode afirmar que na Ayurveda o conhecimento dos marmas vem assimilada aos fins cirúrgicos, mais que curativos por si só. Na tradição Siddha, por sua vez, o conhecimento desses pontos vitais e suas formas de massagem ganham um papel principal.

O kalaripayat é o desenvolvimento da ciência do Tantra e da Yoga, e o seu sistema médico é embasado na ciência da medicina Ayurveda e Siddha. A prática do kalaripayat promove, num modo bem eficaz, antes de tudo a força física, a flexibilidade, o equilíbrio e o pleno controle do corpo, bem como inegáveis benefícios ao nível mental e emocional, como um caminho para ampliar e potencializar as próprias capacidades psicofísicas e tornar mais profunda a própria consciência, um meio de integração corpo-mente.

Na realidade, os praticantes de kalaripayat são os verdadeiros depositários da ciência dos marmas, com seus refinados mestres de massagens e manipulações do corpo com óleos medicados.

Texto escrito pelo italiano Micheli Ranieri que estará no Brasil, pela primeira vez, em setembro e outubro de 2008, ministrando curso de massagem kalari e estética ayurvédica.
Para saber mais entre em contato com o Instituto Naradeva Shala (11) 3862-7321.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Erick Schulz   
Erick Schulz - Vice Presidente da Associação Brasileira de Ayurveda, Diretor do Instituto de Cultura Hindu Naradeva Shala e Emissário Instrutor da Milenar Escola Iniciática Hindu Suddha Dharma Mandalam.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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