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Neurociência e a regulação do afeto nos processos do pensar, sentir e aprender

Atualizado dia 9/9/2015 10:27:20 PM em Corpo e Mente
por Elaine Christina Romano


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Sempre soube que o corpo é um sistema autorregulável que expressa suas necessidades e procura satisfação.
Se está desidratado, manifesta sede, se está cansado encosta ou senta, ou deita; se está com calor procura a sombra ou tira a roupa.
Autorregulação é, portanto, uma característica do corpo de buscar o equilíbrio através dos movimentos muitas vezes imperceptíveis.
A grande novidade, pra mim, é pensar que o corpo se autorregula também em relação às emoções. Produzindo lágrimas, por exemplo, quando se sente triste, ou rubor nas faces ao se sentir observado. Suando fétido se a situação é de ansiedade e há muita adrenalina circulando. Isso quer dizer que a emoção encontra uma forma concreta de expressão que ao mesmo tempo é uma descarga, uma forma de liberar a tensão que aquela emoção provoca.
E é nesse ponto que a coisa começa a ficar mais interessante.
Veja só: alguém que está autorregulado usufrui de um estado de prazer, satisfação, integração consigo mesmo e com o meio ambiente. O corpo digeriu emoções e alimentos e voltou ao estado de equilíbrio, que vai durar até que algo aconteça – do lado e fora, como um repentino vento frio, ou do lado de dentro como a vontade de ir ao banheiro.
Mas vamos supor que não seja possível sair do vento ou ir ao banheiro. O corpo vai reagir como? Criando mecanismos de contenção para lidar com a impossibilidade: contrai a musculatura, respira menos. Com isso o fluxo de energia corporal fica mais lento, ou mesmo bloqueado. Quando for possível encontrar abrigo e alívio, o corpo também vai poder relaxar e recuperar seu estado de prazer.
A grande encrenca começa se a autorregulação não acontecer!
Por exemplo, uma criança fica triste e chora. Mas de tanto ouvir a mãe dizer para não chorar, cria uma retenção, bloqueia o choro e com isso o corpo não pode se autorregular.
Há um engarrafamento de energia ali, a respiração piora, os músculos se ressentem, os fluidos não circulam livremente. A emoção já passou há muito tempo e a retenção continua.
De tanto não fazer o que precisaria para atender a um processo de autorregulação, o organismo deixa de ser saudável e o sistema nervoso se desorganiza prejudicando os processos de aprendizagem e de engajamento social.
Nossa cultura e sociedade valorizam muito o fazer, trabalhar, produzir: uma pessoa acha que está bem quando tem muitas atividades.
Mas, na perspectiva da autorregulação se dá importância a chegar em casa, relaxar, saborear a experiência do dia, dar um tempo entre uma situação e outra.
Antes de começar uma nova atividade, ter certeza de que digeriu a anterior. Perceber quando é preciso descansar e sentir confiança nos processos corporais de descarga, como chorar, desabafar, gritar, bocejar, rir, cochilar, enfim: tudo que pode trazer de volta a respiração calma, a fluidez e o prazer.
Muitas vezes, não conseguimos dar vazão aos processos corporais de descargas emocionais, felizmente a neurociência através da Somatic Experiencing pode nos ajudar nisso.
As crianças e adolescentes exprimem o que estão sentindo por meio do corpo. Podem se tornar irritantes, sofrer de hiperatividade, pesadelos, insônia, déficit de atenção, maltratar animais ou crianças mais fracas. Outras crianças, talvez, revelem o sofrimento através da timidez excessiva, dores de cabeça ou de barriga, medos, evitando pessoas que antes gostavam para conviver com ansiedade insuportável.
Os pais e educadores perguntam: de onde podem ter vindo esses sintomas? A resposta pode estar em acontecimentos comuns, como quedas, procedimentos médicos, cesarianas, acidentes, separações, luto, quando não solucionados (autorregulados) são suspeitos de esconder os responsáveis pela ansiedade das crianças.
Através de brincadeiras e dinâmicas orientadas em sessões de Experiência Somática (Somatic Experiencing), as crianças e adolescentes podem se recuperar, superando seus medos.

Texto adaptado da crônica: “Meditando na cozinha” de Sônia Hirsche e do livro “Uma voz sem palavras – como o corpo libera o trauma e restabelece o bem-estar” Dr. Peter Levine, PhD

Elaine Christina Romano
Terapeuta de Somatic Experiencing e Constelações Familiares
11 3863-9539
11 99903-4303
www.elaineromano.com
[email protected]
www.facebook.com/elaineromano.se



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