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A capacidade de estar só

Atualizado dia 1/30/2014 11:50:15 AM em Espiritualidade
por Teresa Cristina Pascotto


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Quando estou sozinha, aproveito para estar verdadeiramente comigo. Faço um mergulho em mim e fico apenas me observando, para descobrir quem eu realmente Sou. Adoro isso!

Não fico buscando alguém para me fazer companhia porque sei que isso seria apenas uma distração, um faz-de-conta de que estou com alguém, quando na verdade continuo sozinha. E isto não é solidão, mas apenas solitude. Aprendi a conviver comigo há muito tempo, mesmo na infância, adorava brincar sozinha; essa sempre foi uma capacidade natural que minha alma escolheu trazer. Tinha irmãos, mas não me importava se alguém me acompanhasse ou não em minhas aventuras e brincadeiras, pois sempre estava comigo e feliz. Sempre fui minha melhor companhia. Não estou dizendo que não gostava de brincar e estar com os outros e que não aprecio a presença de outras pessoas. Claro que aprecio, mas não dependo de ninguém para ser feliz. Sou feliz comigo mesma.

E é isso que eu procuro transmitir e “ensinar” para todas as pessoas à minha volta. Quando estou com alguma pessoa, procuro manter-me dentro de mim, de forma a que a pessoa não me invada de nenhuma forma – seja despejando sua negatividade, seja “tirando” minha energia para si -, mas tenho sempre a firme intenção, em meu coração, de emanar a melhor energia amorosa e todas as “luzes-informações” de todo o meu aprendizado na minha jornada de alma, para que a pessoa possa, à sua maneira, aprender a mudar suas necessidades internas, ou seja, para que a pessoa possa aprender também a não precisar estar com alguém, ou ser reconhecida e validada por outros, para se sentir alguém, para se sentir inserida no mundo. Eu aprendi a não ter necessidade de ser reconhecida, validada e, principalmente, de ser aceita pelo mundo para me sentir feliz. Minha alma, como todas as almas, não precisa, absolutamente, de nada nem de ninguém para se sentir plena em si mesma.

Se algum dia eu precisei ser aprovada pelo mundo para me sentir incluída e aceita, foi porque meu ego assim queria. Foi somente com um árduo e perseverante trabalho interno que consegui desenvolver essa capacidade de estar sozinha – sem ninguém ao meu lado -, para então desenvolver a capacidade de estar em minha solitude, acompanhada apenas de minha Presença Divina. Hoje, que já vivo feliz dessa maneira, me sinto muito mais no mundo, muito mais interagindo com as pessoas de uma forma verdadeira, do que sentia e vivia no passado. Mas quero deixar claro que não é algo mágico e que ainda continuo me desenvolvendo e me firmando nesse aspecto.

Porém, essa forma verdadeira de me relacionar com as pessoas, em todos os meus relacionamentos, não é uma forma agradável para os outros, pois eles não compreendem essa maneira de se relacionar. Eles querem que eu “seja deles”, de qualquer forma, querem interagir da velha maneira, onde um domina o outro, onde um abandona o outro, num jogo sem fim de domínio, disputa de poder, desavenças, de torpor para que não sintam a dor que isso causa.

As relações são sempre baseadas nesses aspectos. Todos precisam “possuir” alguém, de forma explícita ou velada, para se sentirem “seguros”. O problema é que quando aprisionamos alguém, tornamo-nos igualmente prisioneiros, pois precisamos estar ali, vigiando nosso refém, pois se nos distrairmos, ele fugirá. A dor é intensa para todos, pois se em um contexto aprisionamos determinada pessoa, inconscientemente, em outro contexto, essa mesma pessoa nos aprisiona igualmente, também inconscientemente. Quando uma pessoa – na fisicalidade - é sequestrada e levada para um cativeiro, ela “sofre menos”, pois pelo menos ela sabe porque está sofrendo, sabe que está presa por seu sequestrador. Mas quando a pessoa está presa num cativeiro, em uma realidade paralela, ela sofre as mesmas sensações de aprisionamento e de medo de seu sequestrador, vive aflita, ansiosa e em pânico, mas desconhece a causa de suas aflições, pois tudo está acontecendo num nível tão profundo e tão oculto, que se ela não tomar consciência e não buscar recursos para se libertar, continuará presa “para sempre” e seu quadro psíquico, emocional e espiritual, vão piorar cada vez mais.

Mas essa pessoa não é uma vítima, ela é igualmente responsável por seu sequestro e por ser mantida em seu cativeiro, pois foi por seu sentimento de inferioridade, de injustiça, de não pertencer, de não ser aceita, amada e aprovada, que ela fez de tudo para ser tão desejada, tão “amada” e tão especial e exclusiva na vida de alguém – pois só com essa intensidade, de alguém querendo-a só para si, é que ela se sente amada -, que ela atraiu alguém que fosse tão fissurado e obcecado por ela, a ponto de querer que ela fosse só sua e, por isso, a arrastou para seu cativeiro, para tê-la só para si. A pessoa sequestrada, apesar de todo o sofrimento que isso lhe causa, é tão desamparada e tão solitária em sua vida, que quando sente que alguém a quer possuir, pela energia de envolvimento que o sequestrador emana, ela se sente envolvida por uma energia de falsa proteção e falso amor.
Por sua carência e sua incapacidade de ser feliz consigo mesma e apenas em si mesma, essa pessoa sequestrada se entregou facilmente nas mãos de seu sequestrador, pois, no início, ele aparentou ser seu salvador, por ter vindo resgatá-la do sofrimento da solidão e do sentimento de não pertencer. Assim, o cativeiro se torna um lugar acolhedor e um esconderijo, pois fora dali, a sequestrada se sente vulnerável e não amada.
Todos os seres humanos, em níveis e intensidades diferentes, vivem esse tipo de experiência. Sendo sequestrados e sequestradores. Antes mesmo de descobrirmos onde somos prisioneiros e onde aprisionamos, precisamos perceber as nossas sensações internas. Se sentimos que estamos bloqueados, estagnados demasiadamente e se nos sentirmos presos em algo ou alguém, com certeza isso indicará que estamos em algum – ou alguns – cativeiro(s). E se sentirmos culpa ou uma sensação de grande desconforto quando percebemos o sofrimento e as limitações de alguém muito próximo a nós, isso indicará que estamos aprisionando essa pessoa. Se formos minimamente honestos e capazes de perceber essa realidade dentro de nós, já teremos dado um grande passo em nossa libertação e na libertação dos outros.

Mas é preciso que tenhamos muito mais força de vontade de criarmos de verdade essa libertação geral. Precisaremos ser perseverantes e estarmos preparados para as reações que esse processo gerará, tanto em nós, quanto nos outros. Somos todos dependentes uns dos outros, não somente nos relacionamentos mais íntimos e familiares, mas até mesmo nas interações sociais mais superficiais; estamos sempre criando e recriando esses mesmos contextos, em níveis mais superficiais, porém, igualmente destrutivos para todos.

Enfim, a vida é um grande jogo e essa é a grande dinâmica de todos os jogos, de todos os egos. Tornamo-nos exímios jogadores-ego e só começamos a buscar mudança real em nossa vida, quando esses jogos começam a nos trazer um sofrimento potencializado. Antes, jogávamos e criávamos anestesias e outros vícios para não sentirmos o sofrimento que esses “jogos mortais” sempre nos causaram. Mas quando nossa alma determina que é momento de dar início ao fim dos jogos do ego, ela mesma, apesar de estar limitada em sua expressão, com seu poder magnético, começa a determinar os eventos internos e externos, para que os jogos do ego, que antes suportávamos e até apreciávamos, comecem a nos incomodar até o ponto de nos fazer sofrer intensamente. Infelizmente, é somente quando o sofrimento se torna insuportável é que o ego toma a atitude de buscar recursos para se livrar do sofrimento. Reforço que ele só quer se livrar do sofrimento, ele não quer mudar os jogos, ele quer ferramentas que o ajudem a aprimorar suas jogadas, quer inventar novas jogadas e busca recursos para esse fim. Mas quando essa dor se torna lancinante e insuportável, o ego se vê diante de uma nova situação: por mais que manipule, não consegue mais se aliviar de suas dores. Ele finalmente entende que tem que sair do poder, deixar de ser o jogador, para se tornar apenas um ajudante da alma. Esta sim é a verdadeira e sábia jogadora. A alma, quando assume o poder em nossa vida, inicia um novo tempo, um tempo de jogos divinos e sábios, quando somos jogadores-alma, as jogadas são saudáveis e sempre existe em nós a intenção de que nossas novas jogadas sejam curativas para todos.

Quando a alma assume o lugar de comando em nossa vida – mesmo que ainda limitadamente no início –, a primeira coisa que ela faz é nos guiar para mais profundamente dentro de nós, para um caminho de autoconhecimento profundo, mas com a sabedoria de aprendermos a nos apreciar e a nos aceitar, incondicionalmente. Começamos a descobrir o quão saudável e maravilhoso é estarmos em nossa Presença, o quão divino é aprender a gostar de quem realmente somos, a gostar de nossa humanidade, para finalmente podermos conhecer, apreciar e aceitar a nossa Divindade. Sentimo-nos divinos em nós mesmos, sem precisarmos dos velhos jogos manipulativos e sem precisarmos da presença do outro para nos sentirmos falsamente seguros e amados. É tão poderoso esse amor que desenvolvemos por nós, que isso nos basta. E isso, naturalmente, nos leva a não precisarmos mais dos outros, a não precisarmos mais estar aprisionados em cativeiros, e muito menos precisarmos aprisionar os outros para termos a falsa garantia de sua presença em nossa vida.
Se queremos que alguém fique de verdade em nossa vida, além de não termos mais a necessidade da presença do outro, precisamos libertá-lo verdadeiramente. O outro, quando livre de nossas garras, ficará conosco se sentir conforto dentro disso. Se estamos voltados para dentro de nós, em nossa sublime Presença, nos tornamos muito agradáveis, não somos pegajosos, nem controladores. Somos apenas NÓS. O outro poderá se agradar disso e querer interagir mais prazerosamente conosco ou, apesar de sentir que somos mais agradáveis, ele poderá querer partir para longe de nós. É claro que sentiremos certa dor por sua partida, mas continuaremos inteiros e tranquilos, pois não precisamos mais de ninguém para nos sentir bem.

O primeiro passo fundamental neste processo é desejarmos ser verdadeiramente livres e plenamente estabelecidos em nossa Presença Divina. Mas isto requer coragem e aceitação do medo que sentimos quando desejamos isso. Com esta intenção e o esforço consciente em buscarmos recursos para que isso possa acontecer em nossa vida, a sincronicidade trará os sinais e os recursos de que necessitaremos. Mas é preciso disciplina, coragem e determinação, além de um profundo comprometimento e plena auto-responsabilidade.

Todos os seres humanos vêm capacitados para tal desenvolvimento. Mas ressalto que o fato de aprendermos a viver em nossa Presença e felizes em nossa solitude, não significa que não continuaremos a prosseguir em nossos processos de libertação e desenvolvimento. Não nos tornamos “perfeitos” e livres de todas as condições humanas gerais. Continuaremos a jogar o jogo da vida com o ego, que disputará o poder contra a alma, enquanto vamos nos conscientizando dos jogos, para que nossa alma venha a corrigir as jogadas e assumir o poder, aos poucos, para se tornar a única jogadora.

Sugiro que tomem cuidado com as armadilhas do ego, de fazer com que entendam distorcidamente tudo o que escrevi. Desejem entender com o coração. Não estou dizendo que viveremos no paraíso, mas sim, de uma forma diferente e muito mais prazerosa. Mas isto está apenas começando, oscilaremos muito... São os primeiros passos para a Nova Era que ainda está se desenvolvendo.

Texto revisado
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Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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