A Colheita Invisível: O que Você Tem Plantado no Silêncio dos Dias?



Autor Paulo Roberto Savaris
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 6/26/2025 12:03:55 AM
Já me perguntei, mais de uma vez, entre um café que esfria e um pôr do sol que insiste em ser belo:
Essa tal “Lei do Retorno” existe mesmo ou é só mais uma frase de efeito para consolar os que não entendem o tempo das coisas?
Será ela uma engrenagem invisível do universo — silenciosa, precisa, inevitável — ou apenas um eco dos nossos desejos de justiça num mundo que, tantas vezes, parece injusto?
Eu confesso, às vezes acredito, às vezes duvido. Porque há dias em que você dá, se doa, planta com amor, e tudo o que colhe é silêncio.
Outros, você apenas passa, despretensiosamente, e recebe flores onde sequer semeou.
Mas talvez aí esteja o segredo:
O retorno não tem pressa, nem alarde. Ele chega quando estamos distraídos, e talvez só nos alcance quando já nos tornamos diferentes daqueles que o lançaram.
A física fala de ação e reação — Newton que o diga.
Mas o coração humano... ah, esse vive de outra lógica:
Uma gentileza lançada ao vento,
Um olhar que escuta,
Uma mão que não espera pedido,
Um “muito obrigado” sincero,
Um “estou aqui” dito sem palavras.
Esses pequenos gestos, feitos no silêncio, são como sementes de algodão:
Leves, quase imperceptíveis, mas um dia...
florescem em campos inteiros.
E quando a colheita vem, nem sempre entendemos.
“Por que agora?”, nos perguntamos.
Ora, porque só agora você se tornou capaz de acolher o que, lá atrás, não saberia reconhecer como benção.
É como aquele professor que indica um aluno para uma oportunidade depois de anos de observação silenciosa.
Ou como pais que veem nos filhos, anos depois, não só diplomas, mas dignidade, humanidade, compaixão.
A lei do retorno, nesses casos, age como o tempo age sobre o barro: com paciência, molda algo que dure.
Mas também há os que insistem em dizer: "Comigo essa lei não funciona."
E eu devolvo: "Será que você plantou ou só esperou a colheita?"
Porque retorno exige ligação, e ligação exige ação.
Não se colhe da terra que nunca foi tocada,
Nem da alma que nunca se doou.
Há, é verdade, desigualdades gritantes. Mas dentro das mesmas condições, há aqueles que caminham diferentes.
Uns constroem pontes, outros erguem muros.
Uns acendem luzes, outros se alimentam da escuridão.
Uns plantam o bem, mesmo em solo árido — e colhem, cedo ou tarde. Outros... apenas esperam.
Então, volto ao início: A Lei do Retorno existe?
Talvez não como mágica ou punição.
Mas como consequência natural de quem se faz inteiro no que faz,
de quem age com verdade, mesmo que não veja resultado imediato.
No fim das contas, o universo é só um grande espelho que reflete o que somos, não o que fingimos ser.
E você, diga lá — Tem semeado algo digno de retorno? Ou apenas esperado milagres sem mover os pés?
Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo.
Texto Revisado









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