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A FLOR DE LIS

Atualizado dia 7/3/2010 3:20:43 PM em Espiritualidade
por Oliveira Fidelis Filho


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E ela desabrochou maravilhosa, vulnerável e efêmera!

Olhei rapidamente, lembrei-me da flor de maracujá e entrei no meu apartamento comentando sua rara beleza. No dia seguinte, haveria mais tempo para eu me deixar encantar por aquela inequívoca expressão do Criador. Observaria melhor seus detalhes, suas cores, suas formas, seu perfume...

O dia amanheceu e com ele um novo ciclo, um novo renascimento, trazendo a singular dádiva do presente. Como filho da Luz, despertei motivado a abençoar e ser abençoado.

Um novo dia é semelhante a uma tela fixada sobre o cavalete das escolhas, aguardando para ser pintado com os traços dos pensamentos, com a expressão dos sentimentos, com as cores e arte que trazemos na alma.

Não houve, entretanto, um "amanhã" para a Flor-de-Lis da Sibéria. Quando fui ao seu encontro, ela jazia murcha e morta. Pensei que talvez só florescesse à noite, vivesse como uma "dama-da-noite", mas meu vizinho - que a plantou e dela cuida - disse-me que sua vida é frágil e breve.

O dia que eu dediquei a ela, segundo minha conveniência, não mais lhe pertencia, como poderia não ter pertencido a mim também...

Minha realidade definitivamente não era a mesma do Príncipe Gautama. Em função do pequeno e futuro Buda, os jardineiros do palácio eram orientados para que cuidassem de tal forma que nenhuma flor morta fosse encontrada em cada amanhecer. Assim, todas as manhãs, somente flores desabrochando para a vida eram por ele vistas. Não é de admirar que a flor se tornasse para Buda um símbolo tão precioso.

Com ela ainda em meu pensamento, busquei saber mais sobre sua expressão de vida e me deparei com muitas surpresas interessantes, embora ela, que fora a motivação do meu encantamento, já não se achasse mais presente.

Sou recompensado por novas floradas, o que me surpreende e alegra. Sempre que outra flor desabrocha, eu a contemplo dedicando minha atenção e gratidão. Entretanto, aquela, tornou-se especial e seguirá comigo em minhas memórias.

Como ela, a vida não faz replay! Cada momento é único e deixa sua marca de satisfação ou de frustração. Degustar o presente com inteireza de alma, com intensidade, é prova de Sabedoria.

Perdemos oportunidades valiosas em conseqüência de exageradas elaborações mentais, de não nos permitimos viver o momento, de não nos deixarmos levar pelo coração.

Muitas vezes, postergar ações e decisões pode resultar desastroso. É quando lamentamos o que deixamos de fazer, o que deixamos de ousar, o convite rejeitado, o desejo reprimido, sobretudo, quando o convite vem do próprio coração.

A vida só é verdadeira e possível no presente; além do agora, é recordação, especulação e miragem. Ela é feita de momentos, depende de nós a enchermos de alegria cada instante. A felicidade está presente quando somos capazes de encadear vários momentos alegres.

Não deixe para ser feliz no final de uma caminhada, na conclusão de um projeto, na realização de um sonho. Se houver atenção e coração, o percurso pode ser até mais gratificante do que a chegada. Abandone o medo e viva. Livre-se do julgamento e viva. Esqueça a opinião dos outros e viva. Livre-se da culpa e viva. Livre-se da mágoa e viva. Livre-se do mau humor e viva.

Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje. Não movidos por um frenético e insano "ter que", mas sim impelidos por valores geradores de alegria, leveza e prazer. Essa prática nos levará à igual sabedoria de percebermos que também há momentos em que vale mais o "por que fazer hoje o que pode ser feito amanhã"?

Como a flor-de-lis, podemos não ter amanhã! Também murcharemos e também morreremos. Portanto, que nossas rugas sejam simplesmente trilhas, por onde caminharam soltos nossos abundantes sorrisos.  

Que em nós permaneça a reconfortante certeza de que expressamos toda a magia do amor, a suavidade da paz, a docilidade da alegria. Que nos permitamos viver intensamente cada momento e na dimensão mais encantadora possível.

Que, no momento de nossa passagem, o Criador sinta-se compensado com Sua magnífica, vulnerável e efêmera obra de amor. 

 

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Oliveira Fidelis Filho   
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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