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A loucura da busca pela perfeição

Atualizado dia 11/22/2013 3:51:46 PM em Espiritualidade
por Patricia M. Barros


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Não é difícil perceber que a nossa sociedade está doente em vários aspectos. Um deles é a busca pela perfeição. Hoje, mais do que nunca, nós queremos ser belos(as), profissionais perfeitos(as) e mães ou pais acima de qualquer crítica. Além disso, nossas casas têm que estar impecáveis, precisamos nos arrumar muito bem e assim por diante. Mas isso é uma neurose, é uma loucura! É claro que é impossível alcançar a perfeição.

Segundo Osho, muitas doenças físicas e mentais originam-se da busca pela perfeição. Sim, claro, pois a busca pela perfeição implica na crença de que “não sou bom (a) o bastante”. (Você quer ler o texto integral do mestre Osho, ao qual dei o título "Desejo de perfeição"? Visite meu site. link Muitos psicólogos consideram que a origem de praticamente todos os males mentais é a baixa autoestima, excluindo-se as causas físicas, é claro.

E a busca pela perfeição também leva ao preconceito. Se o outro é “diferente” já não é visto com bons olhos, é considerado “imperfeito”, não é “bom o bastante”... E basta enxergar o outro de uma maneira diferente, com amor para que tudo mude. É claro que esta verdade se aplica às pessoas com deficiências. Existe uma bela página no Facebook, “Amor supera deficiências”. Em apenas três palavras o idealizador da página conseguiu expressar uma profunda verdade.

Li um belo texto que procura explicar porque existem crianças especiais. Deus criou pessoas muito diferentes para que aprendessem umas com as outras e para que juntas formassem o seu corpo, tornando-se então “a sua imagem e semelhança”. Neste texto, mencionou-se uma doença chamada mielomelingocelle (o nome da enfermidade significa “mel que veio do céu”, consistindo em uma deformação da coluna). Decidi pesquisar um pouco sobre a doença na Internet, o que me levou a ler a história de Barbara. O simples fato de escrever o seu nome fez com que lágrimas aflorassem aos meus olhos. Ela é uma linda menina americana, que sofre daquele mal e de hidroencefalia. Lembro-me nitidamente da sua foto. Como não amá-la? A sua mãe a considera uma criança como qualquer outra. Ela conta que Barbara é ao mesmo tempo inocente e manipuladora, que está indo bem nas suas aulas de natação especial e que a menina tem muitos admiradores. Ler este depoimento me tocou, pois a mãe de Barbara não a considera “anormal”. Por que pessoas que não têm os problemas daquela menina são consideradas “estranhas” por muitos? Isto não faz sentido. É claro que não faz sentido, mas a nossa sociedade é realmente louca, difícil de se entender.

Eu comentei que me enterneci ao ler sobre a história de Barbara e ao ver a sua foto. Muitas vezes nós nos esquecemos do que é essencial: amor e respeito. Inclusive quem disse que todos nós temos que ter um papel ativo, produtivo na sociedade? E as crianças e idosos? Inclusive estas pessoas são desvalorizadas. Lembrei-me de um pequeno livro, “O Caminho da Paz”, de Henri J. M. Nouwen. Nesta obra o autor, um sacerdote holandês, conta a história de Adam, um rapaz com sérios problemas físicos e cognitivos, que transmitia uma paz que não é deste mundo. Conclusão: todos nós temos valor pelo simples fato de que existimos, pelo que transmitimos para os outros. E eu acredito que tudo no Universo tem um sentido, inclusive os mais sérios problemas. A nossa compreensão é que é limitada.

São muitas as histórias de pessoas portadoras de autismo ou da síndrome de Down que superaram de maneira surpreendente os seus problemas. Também são muitas as dificuldades enfrentadas por estas pessoas e por seus pais ou responsáveis. Não dá para ignorar tudo isso. O fato é que as dificuldades existem para o nosso aprendizado, para fortalecer os nossos espíritos. Com força interior e amor podemos ir longe!

É preciso lutar contra a loucura da busca pela perfeição, que impera na nossa sociedade. Certamente isto poderá gerar muito amor. Aceitando a imperfeição, os preconceitos caem por terra e a autoestima de cada um se fortalece. Por que não me aceitar, apesar de eu não ter a aparência de uma modelo? Posso não ser uma profissional perfeita e também aceitar este fato. Posso tentar me aperfeiçoar, é claro. Mas sem neurose! Resumindo, a sociedade cobra demais de todos nós e acho que é saudável questionar isso.

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Conteúdo desenvolvido por: Patricia M. Barros   
Sou jornalista e advogada. Atualmente sou funcionária pública e estudante de psicologia e psicanálise. Sempre me interessei por questões que envolvem comportamento e o desenvolvimento pessoal. Espero contribuir um pouco para o bem-estar e felicidade de algumas pessoas!
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