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Acabou, e agora?

Atualizado dia 10/1/2006 1:29:27 PM em Espiritualidade
por Guilhermina Batista Cruz


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O fim de um relacionamento amoroso é, para muitas pessoas, difícil de superar e requer acima de tudo compreensão e respeito, pois é uma fase em que é preciso desapegar-se e viver sem a presença física e o carinho do ser amado. Muita gente passa um tempo enorme remoendo a dor da separação, tentando entender o porquê, o que levou o ente amado a rejeitá-la ou por que houve um desgaste tão grande na relação.

Durante certo tempo, via e-mail, correspondi-me com uma pessoa que estava num estado lamentável de sofrimento devido a uma perda amorosa, e a quem precisei, por várias vezes, servir de “ombro amigo”, por ser ela uma pessoa solitária e precisar desabafar sua dor com alguém. Sendo uma pessoa muito sensível e emotiva necessitava de ajuda para recuperar seu amor próprio e descobrir-se de novo inteira para a vida. Quando ela começou a me escrever não conseguia conformar-se em viver sem a pessoa amada, mesmo sabendo que a mesma já estava em outro relacionamento. Há pouco tempo ela me escreveu, já totalmente recuperada, dizendo que tinha descoberto, acima de todos os amores, o amor pela vida e por ela mesma. Foi uma grande alegria saber que ela tinha conseguido superar a perda e que continuaria seu caminho, indo ao encontro de novas experiências e afeições.

Recentemente recebi de outra pessoa um pedido de ajuda, uma palavra amiga que a fizesse entender a dor por que passa atualmente, ocasionada pelo fim de um relacionamento amoroso e onde há uma relutância em deixar ir, em desapegar-se, por existir ainda uma grande sintonia entre ela e o ser amado. Bem, primeiramente, fiz-lhe ver que não tenho poderes de intercessão amorosa e que os amigos espirituais apenas nos auxiliam e não têm como impedir o fim de um relacionamento, principalmente, se ele não estiver calcado numa afeição sincera. Para qualquer pessoa que passe ou venha a passar pelo mesmo problema, o essencial para manter a paz de espírito e a aceitação é o cultivo da fé e da coragem, pois, geralmente, rompimentos amorosos além de provocarem sofrimento pela dor da perda, geram também muita mágoa e inconformação.

Acredito que a situação em relação a envolvimentos amorosos vai muito além de somente desejarmos com todas as nossas forças que tudo dê certo. Envolve tanta coisa! Acho até que envolve certas provações e desapegos que precisamos vivenciar para seguir em frente e tentarmos valorizar um pouco mais nossos sentimentos verdadeiros.

O importante é lutar para sair do estado de sofrimento e entender que ninguém tem o poder de nos derrubar, pelo simples fato de que não viemos ao mundo para viver a vida pelos outros ou a vida dos outros; viemos aqui passar experiências necessárias ao nosso crescimento espiritual e devemos aceitar sermos os únicos responsáveis por nossa paz e felicidade.

Acho que o motivo maior do sofrimento amoroso está precisamente na incapacidade de dar e receber e nas exigências feitas nessas trocas, pois desejamos exatamente o que o outro não tem capacidade de dar e, muitas vezes, também nos sentimos incapazes de receber o que ele tem para nos doar. Exige-se da pessoa amada determinadas formas de amor que ele ainda não pode oferecer, pelo simples fato de que é um ser que se encontra num processo de aprendizado e aperfeiçoamento e, portanto, sujeito tanto quanto nós mesmos a erros e equívocos.

Muitas vezes, por orgulho, incompreensão, amor-próprio ferido, criam-se conflitos de difícil solução para uma vida a dois harmoniosa. Num mundo onde ainda estamos aprendendo a vivenciar o amor de uma forma mais depurada é normal existirem ainda esses conflitos e tensões, mas o problema, muitas vezes, não se encontra em passar por eles e sim em saber como anulá-los, como contorná-los de forma a provocar menos danos à relação.

Estamos ou estaremos sempre passando por transformações que nos chegam com algum intuito, como forma de aprendizado, e a verdade é que por mais que a gente sofra, somos nós os responsáveis por nossa felicidade e não o outro; enquanto não olharmos a vida com olhos de esperança, procurando e querendo tudo de bom para nós, não conseguiremos sair do sofrimento.

Todos nós enfrentamos provas, amarguras e frustrações na vida, porém, resta saber o quanto isso tem o poder de nos derrubar. Quem atravessa períodos de tristeza e solidão deve esforçar-se e procurar a companhia de outras pessoas, tentar desabafar o que lhe vai por dentro e não ficar trancado num quarto, sofrendo e chorando, enquanto o sol brilha lá fora e a vida prossegue com suas inúmeras oportunidades de crescimento. É importante procurar apoio na prece e tentar distrair-se com alguma atividade de que goste realmente, e assim, aos poucos, as coisas vão melhorando e a dor pela perda sofrida vai entrando em fase de aceitação.

Acho que nossos relacionamentos amorosos devem basear-se, além do respeito, carinho e amor, no desprendimento; sei o quanto isso é difícil, mas acho que é por aí que vamos começar a construir relacionamentos mais sólidos e duradouros; deve haver um encontro sincero entre duas pessoas que se amam, um encontro de vontades; há que se falar francamente esquecendo mágoas, ressentimentos, dúvidas e receios, deixando vir à tona sua verdade e procurando entender a do outro.

Enquanto não pararmos de enxergar o outro como o único responsável por nossa vida e alegria, vamos sempre nos desesperarmos quando perdermos alguma afeição e acharmos que tudo acabou. Mas não acaba nunca, pois tudo se transforma e nós também nos transformamos; são experiências sofridas, mas necessárias para despertarmos, às vezes, de nosso apego exagerado às pessoas e às coisas. O desapego sempre chega em algumas épocas de nossa vida e sofremos e achamos que nunca vamos parar de sofrer. De repente, um dia a gente acorda diferente, acreditando novamente nas pessoas e querendo amar de novo e ser feliz.

Todo fim de relacionamento acarreta um período de sofrimento e tristeza e esse período por mais que demore a passar, um dia passa, pois ninguém morre de amor... com certeza, não; somos seres criados para a luz, devemos nos erguer novamente e começar de novo.

O fundamental é ter coragem para virar o jogo e seguir em frente; procurar olhar ao redor e prestar atenção nas pessoas que nos amam e que sempre estarão ao nosso lado. Afastar a desilusão e a descrença achando que nunca mais conseguiremos amar alguém ou seremos amados do mesmo jeito. Liberte-se libertando o outro de amarras e deixando-o seguir seu próprio caminho. Agradeça a Deus por ele ter passado por sua vida, pois, bom ou ruim todo relacionamento deixa algum aprendizado, mexe com nossos valores e emoções e nos faz crescer.

Sabemos que um encontro entre dois seres não acontece por acaso e que situações passadas e atuais vão sempre estar presentes entre os dois e por isso devemos entender que em cada encontro e união sempre existe um tipo de aprendizado de caráter evolutivo a vivenciar.

Quando Jesus disse: ”Amai-vos como eu vos amei”, não só estava prescrevendo o amor como uma dádiva da vida como também estava nos ensinando como deveríamos exercer esse amor. Embora ainda estejamos um pouco longe desse amor apregoado pelo Cristo, exercitemos a tolerância, a aceitação e o respeito pelo outro, aceitando-o como ele é realmente, sem julgamentos e expectativas.

Paz e Luz
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