As vidas ceifadas no Rio de Janeiro.
	
Autor Rosana Ferraz Chaves
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 11/3/2025 3:48:27 PM
Ontem foi o dia que inventaram para nos lembramos daqueles que já se foram, como se isso fosse necessário.
É um dia para relembrar aqueles que "não" existem mais, só que "não", é a única palavra que nosso cérebro não entende, dizem os especialistas.
A verdade é que nosso cérebro não só não entende a palavra "não", como também não aceita, que exista um fim para alguma coisa.
Tudo o que você pensa, está gravado em programas que ficam ativos em seu cérebro e quando não são mais necessários, é como se eles estivessem arquivados, não deletados, porque continuam existindo e podem retornar ao uso, se necessário.
Semana passada tivemos aquele terrível desfecho, no RJ, onde mais de cem pessoas perderam a chance de continuar vivendo, "neutralizadas".
Sei que tem muita gente comemorando isso e podemos entender os motivos, no entanto, aniquilar pessoas, sejam bandidos ou policiais, sem ocupar, sem propor alguma mudança positiva, sem sufocar a lavagem de dinheiro, não muda nada na vida dos moradores, que em pouco tempo, estarão escravizados pelo tráfico novamente.
O povo brasileiro se acostumou com as "mudanças antiácido", que aliviam, mas não curam.
Na nossa vida, nos acostumamos tanto com essas falsas curas socioemocionais, que nem percebemos que elas não mudam nada para melhor, apenas trazem regozijo para uns e muito medo para outros.
Então eu me pergunto: Será que se essas pessoas que morreram, bandidos ou policiais, fossem todos brancos e bem-nascidos, ainda estariam vivos?
Porque já vimos muitos brancos ricos cometendo crimes horríveis, punidos depois de longos anos esperando pelo julgamento, isso se não forem absolvidos, logo arrumam uma doença, de preferência um câncer terminal, que nunca termina, ou uma doença mental, partindo para as prisões domiciliares, vivendo em suas mansões e com suas vidinhas muito bem preservadas.
No caso dos mais pobres, que somos todos nós que não somos ricos e não apenas aquelas pessoas que moram nas favelas, a dor é sempre mais embaixo.
Você já parou para pensar nisso?
Algumas pessoas e algumas situações, nos jogam sempre no lado sombra e acabamos concluindo que somos muito piores do que imaginamos, mas será que isso é verdade? Só os não ricos são ruins?
Será mesmo que só morre, quem tem de morrer?
Tinha um rapaz que sempre me consultava, na repartição pública onde trabalhava, porque uma área que pertencia a ele foi invadida, tanto pela população, quanto pelo próprio órgão público, que abriu uma rua, sem a permissão dele.
Conversávamos tanto, que acabamos virando colegas. Conversei com ele pela última vez, numa quinta-feira e na semana seguinte, soube do seu falecimento, no domingo.
Ele havia comprado uma moto nova e potente, que resolveu usar pela primeira vez, justamente naquele domingo, só que ele não costumava dirigir motos e aquela deu problema, bem na rodovia, durante a noite e ele resolveu estacionar.
Resultado: nem deu tempo de ir par o acostamento, porque o carro que vinha atrás não parou, pois não conseguiu enxergar nem ele e nem a moto.
O carro de trás avançou, bateu na moto e decepou a cabeça dele.
Sei que é horrível falar dessa maneira, mas foi isso o que aconteceu e quero usar essa triste história, para que você me entenda.
Quem é o errado dessa tragédia? Talvez os dois, talvez nenhum.
Um atropelou porque não viu e o que foi atropelado, nem sequer teve tempo de sinalizar e chegar no acostamento.
Com tanta violência, duvido muito que a vida de quem atropelou não tenha mudado em nada.
Tenho compaixão tanto pelo que foi, quanto pelo que causou sua ida e eu não sei se tinha chegado a hora dele, porque não acredito em respostas prontas.
Se chegou a hora dele, então também é preciso acreditar que chegou a hora de alguém acabar com ele.
Ou seja, se uma pessoa morre baleada porque "estava escrito", então também estava escrito que precisaria nascer alguém para baleá-la?
As vezes na vida, somos levados a ir para o nosso pior lado, aquele que sempre carrega muita culpa e isso nos trava de uma maneira, que nossa vida fica interrompida e mesmo encarnados, é como se tivéssemos parado de existir.
As tragédias, as perdas, os lutos, as grandes doenças e a falta de entendimento sobre aquilo que consideramos injusto, pode travar a nossa vida para sempre, como se não tivéssemos nascido ou como se nosso parto estivesse suspenso.
Conheço pessoalmente dezenas de pessoas que sequer imaginam que suas vidas foram interrompidas por algum incidente do passado, as vezes na infância, ou mesmo na fase adulta.
Então se tentássemos analisar as pessoas e as circunstâncias com mais espiritualidade e menos religiosidade, talvez as nossas opiniões fossem outras.
Porque punição é a especialidade de todas as religiões.
Deixo aqui essa proposta para todos, porque da noite para o dia, nós podemos estar ocupando, tanto a posição do bandido, quanto a do policial.
O momento é de termos compaixão com todos que perderam seus entes e suas vidas.
Nenhuma mãe deseja ter um filho bandido e muito menos, perder a vida de um filho policial.
Que todos os envolvidos alcancem a paz merecida, principalmente o povo carioca, tão sofrido, que vive nesse constante clima de guerra.
Vídeo: https://youtu.be/8wqdTSztjMA
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Autor Rosana Ferraz Chaves    Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui.  | 
 
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