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BOM APETITE

Atualizado dia 6/28/2011 12:04:00 PM em Espiritualidade
por Oliveira Fidelis Filho


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"O pão nosso de cada dia dá-nos hoje" ( Jesus).

Inúmeras orações encontram-se disponíveis no "cardápio" da religiosidade e da espiritualidade, com a promessa de satisfazer os mais variados desejos e necessidades. Tais preces, umedecidas com o orvalho da devoção e aquecidas no calor da fé, constituem-se verdadeiro "maná dos céus" com potencial para suprir as demandas da existência humana. São fontes de consolo, esperança, proteção e segurança sob as quais grande parte da humanidade se refugia. Os benefícios psicossomáticos da oração são por muitos admitidos, mesmo nos redutos da medicina tradicional ocidental.

Neste artigo, entretanto, gostaria de focar em um único pedido da "oração do Pai nosso" que o Mestre Jesus deixou como modelo expresso; é a seguinte petição: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje". Lembrando antes que a "oração do Pai nosso" tornou-se patrimônio da humanidade. São milhões os que em toda a Terra dela se utilizam nas mais variadas circunstâncias, com os mais distintos propósitos, e com percepções as mais diferentes.

Tal oração não busca refletir, em princípio, as necessidades que individualmente achamos que temos e sim necessidades que Deus vê em nós, não só como indivíduos, mas como espécie, como família da aldeia global. Não são demandas do ego e sim do Ser que "mora" sob o "abajur", ou seja, debaixo do visível invólucro de nossas subpersonalidades.

Antes de tudo, orar buscando "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" desafia-nos a perceber o "pão nosso" como uma necessidade e um direito coletivo. Como todos os outros pedidos da "oração do Pai nosso", este também possui abrangência universal, transbordando para além dos restritos e doentios espaços do ego. Vale ressaltar que a idéia do "pão meu", oriunda da cultura da escassez, acrescida da incapacidade de partilhar, contribui preponderantemente para a perpetuação da imoral miséria que oprime milhões de irmãos.

Tal pedido é, também, a expressão do desejo do alimento que inerentemente carregamos em nós: dimensões da essência divina, vestígios dos atributos do Criador. "O pão nosso" deve conter os "grãos" da eternidade e exalar o aroma da Vida. Mais do que depender de Deus para ganhar o pão, significa levar Deus em conta na escolha do alimento.

Fazer uso desta prece não isenta o suplicante do trabalho. Não significa que só quem suplica o "pão nosso" irá obtê-lo. Não é uma exclusividade dos que "pertencem" a igreja cristã. Em verdade, tanto se encontra disponível para milhões de pessoas que pertencem a outras crenças religiosas quanto àqueles que são ateus. Faremos bem em lembrar que a discriminação não existe em Deus, é antes uma das muitas criações e projeções do ego.

Quando Jesus declara que "nem só de pão vive o homem", aponta para o fato das necessidades humanas extrapolarem em muito as consideradas básicas. Tais necessidades, entretanto, não podem ser ignoradas, pois fica evidente que enquanto houver um ser humano desprovido do alimento para o físico, manifesta estará à hipocrisia da religiosidade e a inconsistência de nossa pretensa espiritualidade.

"Minha alma tem sede de Ti", declara o Rei poeta Davi e, aos olhos de Jesus, são "bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça". Há, portanto, outras dimensões da existência que igualmente necessitam ser cuidadosamente nutridas. De tais provimentos depende a erradicação de toda fome.

Portanto, os relacionamentos precisam ser alimentados. São alimentados com o "pão do céu" na medida em que o diálogo se faz recheado de amoroso acolhimento, transparência, cumplicidade, compaixão e verdade.

A alegria precisa ser alimentada
. E em verdade o é quando alimentada no amor incondicional que nos faz justos diante do tribunal da própria consciência, suprindo de paz os espaços expandidos do coração.

Os olhos precisam ser alimentados. E assim o são quando levados a passear na magia presente do nascer e do por do sol, na luminosidade impregnada de ternura de uma lua cheia, na estonteante visão de um céu estrelado. Quando levados a sobrevoar o verde das florestas, a flutuar sobre o azul do mar ou ao se deixar presentear pelo sorriso de uma criança, mesmo que conte muito mais do que oitenta anos.

O tato precisa ser alimentado. Com o energizante calor do Sol, com a caricia do vento,  com sinceros apertos de mão, com o aconchego de um abraço fraterno, amoroso ou apaixonado, pois a pele também tem fome de toque.

Os ouvidos precisam ser alimentados. Com boa novas, com palavras que estimulam, encorajam e libertam. Com o som da natureza a discursar sobre os mistérios do Criador.

Os pensamentos precisam ser alimentados. São nutridos do "pão nosso" do "Pai nosso", quando abastecidos de tudo que é puro, verdadeiro, respeitoso, amoroso e louvável. Quando são instrumentos de criação abençoadora.

Os sentimentos precisam ser alimentados. Banqueteiam-se do "maná dos céus" quando abastecidos de alegria, perdão, compaixão, misericórdia e bondade.

Os sonhos precisam ser alimentados. Nutridos de esperança, de confiança em nós mesmos e na humanidade, de certeza que os dias mais espetaculares ainda estão por vir. Que a consciência humana continuará se expandindo, que a semente divina presente na humanidade como um todo e individualmente haverá de germinar e florescer, frutificando em boas obras, cada vez melhores.

E não nos esqueçamos de que o corpo físico também precisa ser alimentado. Precisamos cuidá-lo, levá-lo para caminhar e se exercitar, pois ele tem fome de movimento. Precisamos cuidar de sua alimentação da melhor forma possível, pois ele é o templo do Espírito, é quem agasalha a nossa alma.

Ao orarmos "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" estamos implicitamente nos propondo uma reeducação alimentar em todas as dimensões. O que buscamos é suprir a vida com alimentos que promovam a saúde plena.

Lembre-se: "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" precisa ser uma súplica consciente dos filhos da Luz, pois é dirigida ao Pai da Luz. Quando orar, procure diluir na Luz todas as sombras e recuse-se a qualquer alimento com potencial nocivo ao corpo, ao espírito e a alma.

E que tenhamos todos, verdadeiramente um "BOM APETITE".

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Conteúdo desenvolvido por: Oliveira Fidelis Filho   
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.
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