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ENCANTANDO A DOR!

Atualizado dia 6/30/2011 6:17:23 PM em Espiritualidade
por Carmem Calmon Lacerda


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Noite fria de São João. Um sobrado azul, simples, todo iluminado. Um bairro difícil de ser enquadrado nos padrões vigentes de classes: média, alta, isso ou aquilo - apenas um local onde moram pessoas de várias classes, etnias, nível cultural, etc.

Aqui a verdade brasileira se expressa: somos fruto de uma " miscelânea" divina e maravilhosa: pobres e ricos, brancos, negros, pardos e de todas as cores, doentes, saudáveis, doentes da alma, apaixonados, felizes e tristes, todos sentam-se lado a lado e as cores, de pele e aura se fundem formando um arco-íris humano.

Percebo, nessa linda e estrelada noite, que as diferenças se expõem e resolvem ser amigas, conviver em paz e como deve ser: lado a lado, com suas diferenças, apenas diferentes em si, encaradas como obstáculos a serem, senão superados, contornados, a velha história do "rio que flui"...

Chama a  atenção o fato que, ao menos nesse momento, "medir" problema não é bem visto. Incrível perceber que até nos eventos ruins o homem quer a disputa pelo poder. O tal: meu problema é maior que o seu, minha dor é maior que a sua, e outras competições mesquinhas não tem lugar nesta noite de São João.

Pessoas chegando, subindo as escadas para nelas sentarem e prosearem por uma hora até a abertura da porta. Conversas giram em torno da realidade de cada um: se um fala da falta de sorte com o seguro do carro, a outra já lamenta o furto da bicicleta que comprou para ir trabalhar: "Puxa, vou ficar um ano pagando uma coisa que não uso mais!" realidades opostas? Não, apenas diferentes.

Hoje, percebo que uma parte desta população que cresce desde que passei a frequentar este grupo de fé, já travou uma amizade, não destas de fazer festas ou programar férias e "baladas" juntas, mas de trocas de dores, de amores, de experiências, e também o famoso "jogar conversa fora" aqui tem seu lugar, mas a tal "fofoca" eu nunca ouvi, vai ver ela existe sim, mas "por baixo dos panos".

Cada ser humano tem a sua cota de dores para carregar, assim como a de alegrias também Importante notar como cada um lida com estes aspectos tão comuns da vida e que alguns parecem achar que são permanentes ou especiais. Mas, são sim, especiais, são sérios, são importantes e permanentes... enquanto duram.

Então, tudo muda, o portão se abre, as expressões mudam, a fila se forma e a esperança aparece na maioria dos rostos que eu observo. Chegando a hora do mal se tornar o bem, ou ao menos o alívio, o sentimento de alento, de ser cuidado, de ser ouvido de falar das mazelas e dos sentimentos mais íntimos que nem ao melhor amigo se expõe. Todas estas emoções tomam conta destes rostos queridos. Eis que o mal pode se tornar o bem. Todos carregam, ali e pelo mundo, a sua própria cota de dor e amor, de bem e de mal, priorizar não quer dizer esquecer o resto, apenas focar em algo.

A capacidade do ser humano em focar no BEM é posta à prova nestes locais onde se busca alento para nossas dores. E eu, como expectadora de um show, me pego vendo em câmara lenta todas as noites nas quais presenciei esta mesma cena e percebo que realmente sem Fé não dá: não tem trabalho, não tem para onde seguir, não tem viver!

Viver é um ato de coragem e para ter coragem é preciso ter a maior motivação possível, e isso a gente consegue com Fé. Não dizem que a Fé "move" montanhas? "Remove" obstáculos também, remove a tristeza, remove os problemas e a maldade.

Tudo se renova e me vejo encharcada de amor pelas pessoas que confiam suas dores mais íntimas ao encanto destes orixás que vem mais tarde para trabalhar.

Sentam-se agora em bancos, "proseiam", e aguardam mais uma hora.
"Não acha muito tempo de espera?"  me perguntaram certa vez. " - É...", respondi vaga.  "- ah, mas vale a pena cada segundo" foi o comentário a seguir.

 Repito isso sem medo de errar, vale cada segundo de espera, e isso é um dos aprendizados que obtive AQUI, após tantos anos nessa terra: esperar, cansar, pensar, falar e silenciar.

A certas coisas só damos valor se contrastadas com a dor ou com o amor, e ali percebo que estes dois andam de mãos dadas; ao menos eu, nunca presenciei, em nove meses, nenhuma queixa em esperar, em ficar em fila. Como em uma gestação (afinal são nove meses) fui caminhando junto com esse povo, aprendendo, esquecendo e reaprendendo o mais importante apesar de tão famoso:

"TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA!"

E alma pequena aqui foge assustada, porque hoje a tristeza pula de alegria, a esperança se renova e o prazer tem uma força impossível de ser contida.

AXÉ, de acordo com o Aurélio: "uma saudação, um cumprimento através do qual se deseja ao próximo coisas boas, força, ânimo e energia."

Então queridos,

Muito axé pra vocês,

Krika Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Carmem Calmon Lacerda   
Trabalho e estudo Aromaterapia, Florais de Bach e Califórnia, Terapia do Barro (GEOTERAPIA) e Shiatsu Emocional. Sou Reflexoterapeuta e Fitoterapeuta. Muito confiante e feliz com o meu trabalho, faço com estudo e amor.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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