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Filho sem manual de instrução

Atualizado dia 1/28/2012 10:35:00 AM em Espiritualidade
por Nilton Salvador


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Quando se fala sobre a importância dos pais em nossas vidas, é muito comum se ouvir que eles servem apenas para oferecer aquilo que não conseguimos por nossos próprios esforços. 

Não se questionam sequer razões por que os filhos procuram seus pais apenas para satisfação dos seus desejos, e jamais para lembrar que estamos aqui para compensar nossas falhas pretéritas, bem como servir de guias amorosos para a formação do núcleo familiar. 

Muitos filhos não têm alcance do quanto valem os pais, que são únicos, embora quando os perdem fiquem chorando pelos cantos, pois tiveram a vida inteira para dar e retribuir parte do amor que tanto receberam e não o fizeram por egoísmo, dispensando-os do carinho e da atenção que mereciam. 

Diz o dito popular que "não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe" e, de acordo com a sabedoria contida nessa frase, também são as alegrias e tristezas da vida, sucedendo-se numa alternância sem fim, que revelam a dualidade da sustentação do mundo entre pais e filhos no campo das relações humanas. 

Nossa visão do bem é limitada e imediatista, pois se concentra em perspectivas de poucos setores da vida, no máximo buscando dar prazer ao outro que no fundo não passa de um sentimento egoísta investido por interesses próprios. 

Buscar prazer para si não é errado, desde que não ceda lugar à dor ou crie dependência. Assim como o ódio não pode se opor ao amor real, este não pode levar ao sofrimento. 

O problema é que todo ser humano se sujeita à dualidade do amor e do ódio que limita o prazer do apego instintivo, e contrário à razão alimentadora de atitudes, favoráveis ou desfavoráveis por vícios e paixões desmedidas. 

Quando a idade se estabelece avançada, a pessoa lembra que em momento algum da vida se defendeu do seu próprio egoísmo porque preferiu a mente polarizada dos prazeres, sem se importar com a dor daqueles que o amavam e, agora carente, quer os filhos por perto, mas cala por força da ausência deles que não raro os esquecem abandonados em casas de apoio ou asilos. 

Às vezes, recolhido à insignificância da minha ousadia, fico pensando que Jesus não sentiu o sofrimento da mente polarizada no prazer, mas sim à dor daqueles que o amavam de fato, ao presenciar atos inconsequentes dos seres que ele tanto amou quando na solidão da cruz pediu: "Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem". 

A palavra "pais", mesmo no seu sentido duplo, é muito importante e forte em nossas vidas. 

A desagregação da família nos nossos dias, embora fazendo exercício utópico, deixaria de existir, quando os pais que passam o dia longe de casa, ao retornarem do trabalho, à noite, estabelecessem uma reunião doméstica, como se fora um programa de variedades, incluindo exercícios educativos e preces amorosas, ao invés de ficar na frente da televisão acusando as mídias, e os filhos pela vida desregrada que levam, por falta dos seus próprios cuidados. 

O exemplo vem de cima, aprendi. Se nossos pais nos ensinaram o que era responsabilidade, de nada adiantará atribuirmos aos nossos filhos nosso fracasso, e por querer que tudo de bom aconteça, se não fomos educadores ideais e bons pais. 

Devemos ensinar aos nossos filhos que a vida não é apenas para estudar, crescer, ter uma profissão, sucesso e dinheiro. Realizando neles os nossos próprios sonhos, demonstraremos que não nos faltou preparo para tê-los. Ao trazer um ser para a escola terrena, além de soberana importância, é preciso responsabilidade, pois é a missão que exige comprometimento com a evolução dele. 

Quando uma criança deixa o Berçário Celestial, vem para o Plano Terreno com a sabedoria divina aflorada e é dever de orientar o desenvolvimento espiritual dos filhos, com ou sem religião. Portanto, precisam fazer a lição de casa e mostrar aos filhos que são espíritos em evolução acima de tudo e, por isso, ensiná-los o que é espiritualidade de forma livre para que possam escolher seus caminhos. 

O impacto das reações dos pais é imenso na criança, pois ela observa e absorve absolutamente tudo em seu meio, e eles serão o seu modelo e essa imagem permanece por toda a vida, podendo causar sérios danos e até uma repetição de comportamento quando constituir a sua própria família. 

É na infância que é formada a parte emocional da criança, a atitude dos pais marca profundamente sua personalidade em formação. Devemos, sim, vigiá-los cada vez mais, embora tendo que fazer uma auto-análise sobre nossa conduta para influenciarmos não só a vida deles, mas também servirmos de exemplos para as crianças em geral de maneira positiva. 

Temos que de vez em quando regar os jardins da nossa humildade para que ela não se resseque, ouvindo as experiências daqueles que já nos ultrapassaram na idade, pois é daí que vem o exemplo da velha lição que devemos sempre aprender com os erros, ajudando a facilitar a vida que surge contribuindo para fazer do futuro um mundo melhor para se viver e que deles também vai depender. 

Filho não vem com manual de instrução, costuma-se falar, é difícil educar, até porque cada espírito já vem a Terra com seu acervo adormecido na bagagem para despertar na senda do progresso. Sabendo disso, perceberemos que as crianças não são folhas de papel em branco, justamente para saber um dia o quanto custa ser pai.

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Conteúdo desenvolvido por: Nilton Salvador   
Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual; Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender; Adoção - O Parto do Coração. Brasileiro.
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