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Liame Terapêutico

Atualizado dia 7/24/2009 1:24:13 AM em Espiritualidade
por Isabela Bisconcini


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O dia-a-dia da prática terapêutica deixa-nos às vezes atônitos. Voltamos para casa pensando se fizemos a coisa certa, se respondemos adequadamente ao que o cliente precisava, se ressoamos com ele... e como se desenvolverá o processo. Pensamos tantas coisas acerca de uma relação que é tão delicada e impactante ao mesmo tempo.

Certas coisas que lemos permanecem gravadas em nós, pela transparência, pela amplitude ou pela profundidade da compreensão. É como se ficassem esculpidas por sua beleza.

O parágrafo que segue é um desses casos. Achei por bem compartilhar... Ele me encanta pela agudeza do olhar, pela precisão e construção da linguagem e por falar de algo tão importante de uma maneira tão inusitada e particular. São de Jung, em sua biografia "Memórias, Sonhos e Reflexões", no capítulo em que ele fala sobre sua prática clínica. Os grifos são meus.

Vejam só:

"É natural que na vida prática o médico encontre homens que têm importância para ele mesmo. Ocorre-lhe encontrar personalidades que - para sua felicidade ou infelicidade - nunca despertaram o interesse público e que, apesar ou mesmo por causa disso, possuem uma envergadura pouco freqüente; são seres que passaram por acontecimentos e catástrofes que ultrapassam a imaginação; ou então se trata de indivíduos de dons excepcionais, dons aos quais um outro ser, num entusiasmo inesgotável, poderia consagrar toda a sua vida; mas ocorre que se encontrem implantados numa disposição psíquica geral tão curiosamente desfavorável, a ponto de não se saber se se trata de um gênio ou de um caso de desenvolvimento fragmentário. Também não é raro que floresçam nas circunstâncias mais inverossímeis e acrobáticas, riquezas da alma que nunca se pensaria encontrar no cotidiano da vida social. O liame relacional necessário para que se exerça a eficácia psicoterapêutica não permite ao médico subtrair-se ou furtar-se às impressões violentas que o fazem participar dos cumes e abismos do homem que se debate no sofrimento. Pois, enfim, o que significa este famoso "liame efetivo" entre doente e médico, senão uma comparação e adaptação permanentes, no seio de uma confrontação dialética, das duas realidades psíquicas que se acham face a face? Ora, se tais impressões e ajustamentos, por qualquer razão permanecem letra morta num ou noutro, todo o processo psicoterapêutico ficará aniquilado, não ocorrerá qualquer transformação. Se cada um dos protagonistas não se tornar problema, um para o outro, será impossível buscar uma resposta".

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Isabela Bisconcini   
Isabela Bisconcini é Psicóloga Clínica e Consteladora Sistêmica. Terapeuta EMDR. Terapeuta Floral, Reiki II, NgalSo Chagwang Reiki, AURA-SOMA. Deeksha Giver. Dedicou-se por 25 anos ao estudo da psicologia budista e prática do Budismo Tibetano. Participou do Centro de Dharma da Paz desde 1988, quando Lama Gangchen Rinpoche o fundou.
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