Marta, Marta. aquieta teu coração. Maria escolheu a melhor parte. (Lc 10, 41-42)




Autor Paulo Roberto Savaris
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 15/08/2025 17:18:22
Por que insistimos em sempre ter razão? Por que nos incomoda que alguém pense diferente de nós - seja por ter outra visão política, outra fé, torcer para outro time ou alcançar um nível de sucesso e reconhecimento maior que o nosso?
O primeiro nome disso é ignorância. Depois, inveja. E, por fim, fraqueza.
Quando tentamos impor aos outros aquilo que nós mesmos não vivemos, é sinal de que carregamos incertezas profundas, dores mal resolvidas e falta de fé. É o grito alto de quem, por dentro, está ferido.
Mas falar alto e não ser ouvido é pior do que silenciar e irradiar empatia, gentileza e compaixão.
Por que, então, precisamos gritar? Muitas vezes, é pela ânsia de pertencer à bolha - aquela zona de conforto que nos faz sentir importantes. Porém, mais cedo ou mais tarde, a própria bolha pode nos expulsar, cancelar ou esquecer. Então, restará apenas o silêncio amargo e a vergonha, como se um mar vermelho de oportunidades se fechasse diante
A evolução da humanidade é um processo lento. Conquistas como a liberdade, o voto feminino, a educação universal e a dignidade humana foram erguidas ao longo de décadas - às vezes séculos - de luta. E, no entanto, já surgem vozes defendendo que mulher não deveria votar ou ocupar altos cargos; que livros devem ser censurados quando não agradam; que pesquisas científicas só valem quando confirmam interesses pessoais; que a escravidão negra foi "menos grave do que se conta"; ou que a ditadura foi apenas uma "contrarrevolução", como se os fatos pudessem ser moldados para caber em narrativas convenientes. Essas tentativas de apagar ou distorcer um passado marcado por dor e injustiça corroem, pouco a pouco, o alicerce da memória coletiva. Pequenos retrocessos de hoje podem se transformar em grandes perdas amanhã.
Se olharmos com atenção, veremos um padrão: um conservadorismo interesseiro que, sob o disfarce de tradição, tenta minar conquistas históricas para servir a poucos - especialmente aos que buscam poder e riqueza. É a mesma tentação que, desde o Éden, oferece um fruto bonito por fora, mas envenenado por dentro.
Enquanto uns dormem na ilusão material, outros leem as entrelinhas, constroem, refletem e despertam. Uns serão chamados de tolos agora, por desafiar o sistema, mas colherão frutos adiante. Outros, que hoje se julgam sábios, provarão o amargor dos espinhos no futuro.
Como disse São Francisco de Assis:
"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível."
No fim, a escolha é sua: ser Marta, inquieta e distraída pelas urgências da superfície, ou ser Maria, que para, ouve, compreende e escolhe a parte que jamais lhe será tirada - a parte da evolução no amor.
Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo.
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