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O alimento do amor - Osho

Atualizado dia 8/8/2014 9:05:49 PM em Espiritualidade
por Maísa Intelisano


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Tradução de Maísa Intelisano

Assim é a vida… Eu a divido em três partes: café da manhã, almoço e jantar. A infância é o café da manhã. E, como acontece se não lhe deram hoje seu café da manhã, você irá se sentir com muita fome, mais que o normal, na hora do almoço. E, se você perder o almoço também, é claro que, no jantar, estará quase louco. Amor é alimento – por isso divido a vida em três: café da manhã, almoço e jantar.


Amor é alimento, alimento para a alma. Quando a criança mama no peito da mãe pela primeira vez, ela está sugando duas coisas, não somente leite. O leite está indo para o seu corpo e o amor está indo para a sua alma. O amor é invisível, assim como a alma é invisível; o leite é visível, assim como o corpo é visível. Se você tiver olhos de ver, poderá ver duas coisas juntas gotejando do peito da mãe no ser da criança. O leite é somente a parte visível do amor; o amor é a parte invisível do leite – o calor, o amor, a compaixão, a bênção.

Se a criança perde seu café da manhã, então, quando for jovem, será muito carente de amor... e isso gera problema. Será muito ansiosa por amor... e isso gera problema. Terá muita pressa de amar... e isso gera problema. Porque o amor cresce muito devagar, é preciso paciência. E, quanto mais pressa você tiver, maior é a possibilidade de se perder.

Você já observou isso em si mesmo e nos outros? As pessoas muito carentes de amor sempre sofrem, porque sempre sentem que ninguém vai preenchê-las. De fato, ninguém vai ser a mãe delas novamente. No relacionamento mãe-filho, nada é esperado da criança. O que a criança pode fazer? Ela está desamparada. Não pode dar nada de volta. No máximo, pode sorrir, isso é tudo. Ou seguir a mãe com os olhos onde for, isso é tudo. Pequenos e lindos gestos, mas a criança não pode fazer mais nada. A mãe precisa dar, a criança precisa receber.

Se, na hora do café da manhã, você tiver perdido isso, então estará procurando por uma mulher que possa ser sua mãe. Mas uma mulher procura um amante, não um filho; é claro que isso vai dar problemas. A menos que, por acaso, por acidente, você encontre uma mulher que esteja procurando um filho. Aí as coisas vão se encaixar, e dois problemas vão se combinar.

Isso sempre acontece: um pessimista sempre encontra um otimista para se ajustar; um sádico sempre encontra um masoquista para se ajustar; uma pessoa dominante sempre encontra alguém que precisa ser dominado, assim eles se ajustam. Você não pode encontrar dois masoquistas vivendo juntos, nunca. Eu já observei milhares de casais: até agora não fui capaz de encontrar um só casal no qual os dois parceiros fossem sádicos ou masoquistas. É impossível viverem juntos; eles precisam combinar. Só os opostos combinam, e as pessoas sempre se apaixonam pelo seu oposto.

Se puder achar uma mulher que esteja à procura de um filho… isso também é ruim, isso também é doentio, porque uma mulher deveria estar naturalmente buscando um amante, não um filho. E esse é o problema, e o problema fica mais complicado: mesmo que esteja procurando um filho, ela está inconsciente disso; e, mesmo que esteja procurando uma mãe, você está inconsciente disso. De fato, se uma mulher tentar ser sua mãe, você ficará magoado. Você dirá, “O que é que você está fazendo? Sou uma criança?” E você está procurando uma mãe... Milhares, milhões de pessoas estão buscando uma mãe.

Eis porque o homem parece tão interessado nos seios da mulher. Do contrário, não há necessidade de estar tão interessado nos seios da mulher. O interesse simplesmente mostra que, na sua infância, na hora de seu café da manhã, você perdeu algo. Isso continua, paira na sua mente, assombra você. Seios são para o café da manhã. Agora, por que você continua pensando nisso e sonhando com isso?

Observe profundamente, porque isso não é sua responsabilidade, isso não tem nada a ver com você. Você não pode mudar sua mãe agora. Aconteceu como tinha que acontecer. Mas você pode se tornar consciente. Você pode ficar consciente de todas essas coisas aí dentro. E, tornando-se consciente, um milagre acontece. Se ficar consciente dessas coisas, elas começam a desaparecer. Elas só podem se agarrar a você em profunda inconsciência. Uma conscientização profunda torna-se uma força transformadora.

Então, apenas torne-se consciente! Se tiver algumas atitudes infantis em relação ao amor, fique consciente disso, descubra, busque profundamente. E, apenas por estar consciente, elas desaparecem. Desse modo, nada mais é necessário. Não que primeiro você precise se tornar consciente para só depois se perguntar “O que eu faço agora?”. No momento em que se torna consciente, elas desaparecem, porque, em se tornando consciente, você estará ficando adulto.

Uma criança não é consciente. Uma criança vive em profunda inconsciência. Tornando-se consciente você está ficando adulto, maduro. Desse modo, tudo que estava agarrado à sua inconsciência irá desaparecer. Assim como você leva luz a um quarto e a escuridão desaparece, leve consciência ao fundo do seu coração.

Mas existem pessoas que perdem também a hora do almoço. Desse modo, na velhice, elas se tornam o que vocês chamam de “velho safado”. Na velhice, essas pessoas pensam continuamente em sexo e nada mais. Elas podem não falar em sexo de uma maneira direta – elas podem até a falar contra o sexo – mas irão falar sobre sexo. Ser contra não faz nenhuma diferença.

Vá e escute os chamados santos na Índia, e você os encontrará falando continuamente contra o sexo e louvando o brahmacharya (celibato). Eles perderam até mesmo o almoço. E agora chegou a hora do jantar... E eles estão loucos. Agora eles sabem que a morte está vindo a qualquer momento e, quando a morte está se aproximando e o tempo está escapando de suas mãos, é natural que eles fiquem neuróticos.

Existem histórias sobre esses neuróticos nas antigas escrituras que contam que, quando eles meditam,  apsaras - belas mulheres do paraíso – descem. Dançam nuas ao redor deles. Por que elas fazem isso? Quem se importa com um velho sentado no Himalaia meditando? Quem se importa? Ele está quase morto – quem se importa? Essas apsarasdo paraíso, elas podem encontrar pessoas melhores. De fato, tantas pessoas estão caçando apsaras, como podem encontrar tempo para caçar rishis, os chamados santos? Não, isso não tem nada a ver com apsaras,  ou com o paraíso, ou qualquer coisa assim. Essas pessoas apenas perderam tanto o café da manhã como o almoço. E, no jantar, sua imaginação lhes prega grandes peças. Isso é a imaginação delas. Imaginação faminta.

Faça uma coisa: apenas faça um jejum por três semanas, e então, em toda parte, você vai começar a ver comida... Por toda parte! Mesmo que você veja uma lua cheia correndo pelos céus, você vai achar que parece um pão, um chapati. É isso o que vai acontecer. Você vai começar a projetar, sua imaginação vai brincar com você.

Se isso acontecer, então, a compaixão nunca surge. Mova-se devagar, alerta, observando, seja amoroso. Se você for sexual, não estou dizendo para abandonar o sexo: digo para você praticá-lo mais alerta, fazer isso mais devotadamente, torná-lo mais profundo, para que ele possa transformar-se em amor. Se você for amoroso, então torne esse amor mais gratificante, traga profunda gratidão, alegria, celebração, devoção, meditação para ele, para que isso possa se transformar em compaixão.

A menos que a compaixão aconteça para você, não pense que viveu bem ou que viveu. Compaixão é florescimento. E, quando a compaixão acontece a uma pessoa, milhões de outras são curadas. Quem quer que chegue perto dessa pessoa é curado. A compaixão é terapêutica.
 
(Traduzido do original em inglês de A Sudden Clash of Thunder, Talk/Chapter #8, disponível em https://www.oshorajneesh.com/download/osho-books/zen/A_Sudden_Clash_of_Thunder.pdf)

Texto revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Maísa Intelisano   
Psicoterapeuta com formação em Abordagem Transpessoal, Constelações Familiares, Terapia Regressiva, Florais de Bach e Reiki II, é também tradutora e revisora; palestrante e instrutora em cursos sobre espiritualidade e mediunidade; e fundadora e presidente do Instituto ARCA de Mediunidade e Espiritualidade.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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