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O pecado

Atualizado dia 1/27/2011 12:47:47 AM em Espiritualidade
por Bernardino Nilton Nascimento


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Na sua essência profunda, todo pecado é uma recusa da comunicação do EU interior com o exterior. Uma comunicação com as energias do bem, portanto, é a verdadeira consciência que pode dizer o que é ou não é pecado. Somente a consciência de cada um poderá entender o pecado. Porém, qualquer tentativa de julgamento ao próximo pode ser precipitada, uma vez que o pecado é extremamente individualizado.

Fixemo-nos agora um instante sobre os laços entre o pecado e a pornografia. A pornografia é uma sequela do pecado e se torna, por sua vez, uma ocasião de pecado.
Não é preciso entender por pornografia a inclinação para as coisas más, mas a inclinação para as coisas boas, dirigida de maneira errada. Negando seu verdadeiro dom, o ser humano procura inevitavelmente um infinito fora de Deus. Por sua essência espiritual e por sua vocação, ele está orientado para um acabamento infinito. Se não aceita o infinito que lhe é prometido em dimensões, há de procurar uma medida nas coisas finitas. Sua inclinação se torna desordenada e desequilibrada. Nós pedimos a todo mundo somente o que a magia do Criador pode dar.

É falso, portanto, ver a pornografia, principalmente ou exclusivamente, no desacordo entre os desejos dos sentidos e a vontade do espírito. É, talvez, nesse desacordo, que ela se manifesta mais claramente. Porém, a sua raiz se encontra na vontade, orientada por sua natureza e por sua vocação para as dimensões infinitas, mas inclinada a procurar este infinito nas coisas finitas.

A verdadeira sensualidade se manifesta, por exemplo, na vaidade, na ambição, na pretensão exagerada, no orgulho. Ela sempre vai valer à pena para o ser humano renovar-se para um novo amor, uma nova vida ou uma mudança de rumo.

Não sei o que faço, mas sei que não faço aquilo que quero, mas sim, aquilo que aborreço. O conflito dentro da vontade, que não submete inteiramente suas tendências ao único amor sem partilha, alimenta e fortifica o conflito entre as tendências superiores e as inferiores, entre o amor lindo, suave e verdadeiro e a paixão forte, desenfreada arrasadora, egoísta e sofredora.

Todo bem pode ser orientado para as boas atitudes, que é o princípio que ilumina toda nossa existência. Toda tendência pode se submeter a essa orientação para a pedra angular do amor. Mas, onde o amor de Deus não existe, toda tendência se prolonga indefinidamente na direção de seus interesses próprios, de modo que o dinamismo de suas tendências rompe e desarticula o ser humano. Ele se torna um ser dividido entre o que se diz pecado e a tendência.

O ser humano tende, com toda sua força, a caminhar em direção à realização de si mesmo como pessoa independente, para a realização da humanidade como comunidade, e para a edificação de um mundo que seja seu. À medida que ele consegue isso, o mundo se torna o reflexo de sua humanidade, e a isto ele se submete. O ser humano dividido constrói um mundo dividido e uma comunidade dividida, um mundo “pecador”, que conta toda nossa história, pois caracteriza tudo o que há no mundo, a sexualidade da carne, a sensualidade dos olhos e o orgulho da vida. Quem ama o mundo vendo o lado ruim do chamado pecado, não pode amar a Deus.

Muitas vezes somos obrigados a estar sempre inclinados a trocar todos os erros dos nossos aprimoramentos por pecados. Mas isso provoca sempre o perigo de uma deformação real. O pecado, ou melhor, a mensagem do pecado, está sempre subordinado à mensagem da salvação.

Mas na consciência da fé, o pecado dá a impressão de uma esmagadora massa de luz a pesar sobre a humanidade. Sentir-se culpado já é indício de um sentimento de arrependimento, e aí pode não ser mais pecado e, sim, um aprimoramento, uma lição.

Por outro lado, o dogma do pecado não pode ser separado do conjunto que constitui o seu princípio. As circunstâncias orientam a reflexão a respeito do pecado. O tronco do ensinamento foi mais ou menos forçado. Este tronco é feito da experiência, confirmada pela energia do amor e pela fé de que todos os seres humanos são pecadores e que eles sofrem por seus pecados.

Para compreendermos bem o pecado, não podemos perder de vista o que nos ensina a experiência da fé, que nos dá uma imagem mais precisa e específica. A experiência do pecado é realmente uma lição de vida, que pode transformar o mal em aprendizado.

Qualquer julgamento do que é pecado ou não, pode ser prematuro. Podemos saber o que é ruim ou bom, mas daí para o pecado não cabe o julgamento entre um ou outro, porém, cada um pode consultar sua consciência, o seu EU, e somente para si mesmo dizer onde está o pecado, e assim, mudar o rumo da sua história.

BNN

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Conteúdo desenvolvido por: Bernardino Nilton Nascimento   
"Não seja um investigador de defeitos, seja um descobridor de virtudes"./ "Quando a ansiedade assume a frente, as soluções vão para o final da fila"./ "Quando os ventos do Universo resolve soprar a favor, até os erros dão certo". BNN
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