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Pandemia da Medicalização e o Recado de Pã

Atualizado dia 7/30/2020 10:06:09 PM em Espiritualidade
por Nadya Prado


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Estamos passando por um momento excepcional, em que somos colocados diante de uma situação singular. A medicina tem ocupado seu lugar de destaque nesta fase, mais do que nunca. Porém, a ciência tem se deparado com suas próprias deficiências e limitações. Fomos surpreendidos de repente, por um vírus diferente, que se espalhou pelo planeta. No susto, a reação emocional é inspirar e parar de respirar, paralisar. O medo toma conta numa situação em que perdemos o controle. O mundo está confuso, incerto, perdemos o chão. 

Todos, sem exceção, estamos vulneráveis. Relembramos a certeza de que somos meros mortais, impotentes diante da supremacia da Natureza. Numa sociedade egoísta, estamos agora "egoisticamente" isolados, literalmente. Não podemos mais nem respirar aliviados. Temos que usar máscaras para sair de casa e andar pelo chão da Terra, nosso planeta, nossa mãe Gaya. Será que é uma consequência desagradável de tudo que temos plantado por aqui?

Vamos fazer uma breve reflexão, uma conexão entre pandemia e medicalização e o recado de Pã.

A medicina nos proporciona recursos indispensáveis para combatermos uma série de doenças, por meio de medicamentos que nos ajudam ao restabelecimento da saúde. A medicação algumas vezes é necessária, porém, há um uso indiscriminado e em larga escala dos medicamentos, ao que chamamos de medicalização. 

Artigo publicado pelo CFM ,Conselho Federal de Medicina, em 1999 por Cid Veloso, Medicalização da Vida, no portal.cfm.org, fala sobre o tema:

(...)Medicamentos de uso discutível em pessoas saudáveis, como vitaminas, hormônios sexuais, medicamentos para diminuir a taxa de colesterol, antidepressivos, vasodilatadores, antibióticos para uso “profilático”, anti-inflamatórios, psicotrópicos, além de outros, são, atualmente, largamente usados sem necessidade cientificamente comprovada(...)

(...) São remédios potentes, muito importantes no arsenal terapêutico moderno, mas não podem ser usados apenas porque o valor numérico do colesterol no sangue está acima do que é considerado normal – isso seria como se estivesse sendo tratado um número e não uma pessoa(...)

Medicalização é o processo pelo qual o modo de vida do ser humano é apropriado pela medicina e que interfere na construção de conceitos, tranformando situações normais da vivência e da natureza humana, em abordagens clínicas, por profissionais de saúde e uso de medicamentos.

A medicalização se tornou uma prática rotineira para as pessoas, como um meio para evitar a dor e qualquer sofrimento. Mais que isso, passou a ser um modo de impedir que o corpo e a mente promovam a saúde por conta própria. Assim fomos perdendo o contato com a nossa natureza terrena e percepção sobre saúde e qualidade de vida.

O conceito de saúde para os leigos é, quase sempre, deturpado. A saúde é dinâmica e não pode ser vista como inerte. No âmbito da saúde mental, o desejo de resolver qualquer questão pelo imediatismo, questões complexas e profundas, levam à superficialidade na tomada de decisão pela medicalização.

A medicação que jovens têm utilizado para estudarem mais, também para crianças consideradas muito agitadas, conhecida por Ritalina, é extremamente forte e utilizadas sem rígido critério. Qualquer evento desagradável é solucionado provisoriamente, claro, com um medicamento. Para dormir, para ficar mais alerta, para acalmar. Brigou com o marido ou namorado, ficou ansioso, entrou em depressão num momento de luto, perdeu o emprego, está com dificuldades para se relacionar etc.. São problemas que todos nós passamos e que pedem enfrentamento e não esquiva.

Com a pandemia do Covid 19, algo diferente aconteceu, porque não há, até este momento, em que escrevo o artigo, um medicamento ou vacina prontos para combater o vírus. A humanidade se viu completamente despreparada para este evento.

A Natureza está dando um sério recado a todos, para nos reconectarmos a que pertencemos. Somos seres da Terra e do Universo. Pouco sabemos sobre nós mesmos, nossas capacidades. Somos levados pelo egoísmo e pela ilusão da separatividade. Ao contrário de nos fortalecermos, estamos cada vez mais fracos e dependentes do que recriamos na Natureza. As superbactérias, as mudanças climáticas e outros eventos nos colocam em nosso devido lugar. Estamos indo contra nós mesmos.
O senso de coletividade que foi perdido pelo excesso do egoísmo numa sociedade consumista, que faz nos remeter ao passado, enquanto éramos seres caçadores-coletores. Como tais, apenas colhíamos e caçávamos o que encontrávamos na Terra.

Será que não evoluímos desde aqueles tempos?

Estamos em quarentena há muitos milênios, desde que chegamos aqui na Terra. Somos exilados do Universo. Neste isolamento em que vivemos desde tempos imemoriais, tivemos a oportunidade de evoluirmos. Eu vejo que estamos sempre querendo burlar as regras da Natureza, ainda não percebemos que isto não será possível, falta-nos sabedoria.
A cura é um caminho em que passamos por uma floresta densa e escura, onde se escondem aspectos de nós mesmos que precisamos aceitar e iluminar. Queremos mudar os ciclos da Natureza e nos tornarmos imortais, mas somos tão infantis que ainda não percebemos que a eternidade não está no ego.

A doença é somente um sintoma e o primeiro passo para a cura. Pã está presente entre nós e precisamos enfrentá-lo, não com o medo do egoísmo, mas com o amor que compartilha e ilumina. Precisamos entender o que nós mesmos provocamos. A cura da humanidade virá da humildade e de um olhar mais desperto.

Pã, da mitologia grega, é o Deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Filho de Hermes e da ninfa Dríope, habita em grutas e vaga pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas. Metade homem, metade bode, ele representa nossa animalidade, desejos exacerbados e escondidos nas sombras.
Ele simboliza o estado de pânico que está sendo projetado no mundo externo. Ele fala dos nossos medos, produzidos pelo egoísmo que nos arrebata. O ego deve nos servir como instrumento de acesso à nossa consciência iluminada e não nosso guia.

Porém, temos deixado que o egoísmo nos domine, construindo muros e nos isolando, escondendo-nos uns dos outros.
Maya é o nome deste mundo de ilusão EM que vivemos, mundo do ego.
Tomados pelo imediatismo dos prazeres em detrimento da lucidez, somos agora tomados por Pã, para que possamos voltar à lucidez.

Pã e o que ele simboliza esteve reprimido e não compreendido. Somos filhos da Terra e somos filhos do Céu. Somos espíritos animalizados e a dualidade faz parte de nossa manifestação. Ele nos mostra nossa porção terrena e não podemos reprimi-lo com a medicalização. A floresta densa e escura tem que ser percorrida para reencontramos novamente a luz do Sol. 
 
Se você puder enfrentar o Deus Pã, que está lá bem no escuro de seu ser, ele mostrará para você o caminho da Luz. Não há como crescer, evoluir, sem o aprendizado. Não podemos medicalizar a vida. Seja pela dor ou pelo amor, o planeta passará do patamar de provas e expiações para um planeta de regeneração.

Para quem despertar, seja bem-vindo!

Namastê
Além das Fronteiras
Núcleo Om Shan e Nadya Prem

Texto Revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Nadya Prado   
Técnica Naturopata, Psicoterapeuta Transpessoal, Life Coach, PNL, Yogaterapia, Acupuntura, Reiki. Atendimento para Orientação e Terapia Transpessoal, presencial: Av. 9 de |Julho 3575 - Anhangabaú Jundiaí-SP Atendimento à distância online no skype informações envie email [email protected]
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