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Pequenos e insistentes sinais do Amanhecer

Atualizado dia 7/17/2014 2:48:32 PM em Espiritualidade
por Ton Alves


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Leonardo Boff diz que os tempos de hoje são “uma época, particularmente, anêmica de Espírito”. Concordo. Estamos sob o completo domínio da matéria. No escuro mais profundo da noite do espírito.
Não adianta nos enganar com a “explosão de espiritualidade” que parece estar balançando as velhas e confusas estruturas religiosas. Pois o que há mesmo é uma avalanche de “espetáculos”, da mais crua mercantilização da fé e da esperança humanas.
Esse “um novo despertar do sagrado” muitas das vezes é apenas o velho instinto de oportunismo transformando em dinheiro e poder a sede de transcendência comum a todos os seres. E, nenhuma das tradições religiosas institucionalizadas do planeta escapa desse câncer.
No alto dessas estruturas, só se cuida da automanutenção do status que conquistaram. Como resposta às angústias existenciais do povo oferecem a ilusão de uma possível felicidade num paraíso futuro e distante.
No Ocidente, por muito tempo, o cristianismo católico romano dominou o comércio da fé, ensinando que só a Igreja leva as pessoas à salvação e ao contato com Deus através dos seus sacerdotes.

Com a chegada da Modernidade, o poder de burlar as consciências foi distribuído generosamente. Agora, não há ensinamento de nenhum mestre, esforço de qualquer profeta ou sangue de algum mártir da verdade que não tenha se tornado mercadoria.
Todas as doutrinas, nascidas do contato de mentes iluminadas com a Divindade, viram possibilidades de negócios para “seguidores” inescrupulosos. Como “sementes que caíram entre espinhos que a sufocaram, e que o verme a comeu” como ensinou Jesus, o Vivente no dito 9, do Evangelho de Tomé.
É difícil uma esquina sem um templo. Assim como é impossível uma quadra sem um botequim. Quanto mais uma comunidade é carente de bens, saúde e conhecimento, maior é o índice de entidades religiosas presentes por lá. E, na maioria, fruto da sede de sentido do ser humano explorada por uma enxurrada de aproveitadores.

As pessoas que se julgam espertas, que se julgam inteligentes demais para “caírem na lábia” de qualquer guru, santo, missionário, médium ou pastor, se deixam hipnotizar pelo discurso arrogante e dogmático do ateísmo cientificista. E passam a crer no “paraíso tecnológico” prometido pela Ciência prostituída pelo vibrião capitalista.
Mas, como ensinaram os mestres e mestras iluminados pelo Espírito da Suprema Unidade: “o momento mais escuro da noite é que anuncia o início do amanhecer”.
O consolo e esperança vêm da consciência de que, mesmo assim, a Divindade pulsa no íntimo do ser humano e o faz transcendente por natureza. Por isso, superar, com criatividade e sabedoria, os obstáculos colocados pela História no caminho da evolução, ultrapassar impedimentos, seu instinto básico.
E isso é o que ainda faz crer que, em meio ao caos, o cosmo é sempre gerado. É no meio da terra revolvida, do barro às vezes fétido e doentio que reside a mais brilhante joia, acessível apenas aos atentos.
"Um problema sempre traz em si a sua solução”, já anunciavam os sofistas gregos antes de Sócrates, no Quinto Século antes de Cristo. Um raio de luz sempre brilha com mais força, varando as pesadas nuvens do desespero.
Sobre isso, também disse Jesus, quando vivia, a Tomé, seu discípulo mais exigente: “O que me causa grande admiração é que no meio de tanta miséria possa existir algo tão sublime”.
Do lodo nasce o lótus puro e perfumado, símbolo da semente da Sublime Eternidade no íntimo de todo ser humano mortal.
Então, há uma saída? Não é o caos, a catástrofe o último destino da humanidade?
“Sim, a esperança não morre. O novo sempre vem!” anunciam as consciências mais elevadas. Mas, como tudo, a alegria, a luz, a plenitude não vêm sem dor que acompanha todo parto.
Há quem diga que somos, esta geração agoniada e privilegiada, a gestante e parteira do novo passo evolutivo do espírito humano. “Os sinais desse momento da alegria pós-parto são inúmeros”, garantem os espirituais. “Toda a criação geme com as dores do nascimento do Reino de Deus”, já ensinava Paulo, o sábio, greco judeu que fez, dos insights do humilde profeta Jesus Nazareno, a maior instituição religiosa do mundo.
Para ver chegar a manhã radiosa, após uma noite escura é preciso estar acordado. Os embriagados pelo sono só se assustam, quando a luz do Sol lhes queima a cara. Os despertos contemplam a lenta vitória da luz sobre as trevas. E se alegram com antecipação. Como as noivas prudentes do Evangelho de Mateus (25, 1-13).
É preciso, então, mantermo-nos vigilantes. Com as lamparinas da mente abastecidas com o combustível da atenção e do cuidado para receber com alegria o raiar do dia que se aproxima!

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Conteúdo desenvolvido por: Ton Alves   
Ton Alves é coordenador do Projeto CASULO DE LUZ de incentivo à prática da MEDITAÇÃO HOLOMÍSTICA TRANSRELIGIOSA (MHT), baseada no exercício do silêncio interior, na contínua atenção ao instante presente e no amplo cuidado com as várias dimensões da realidade.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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