PHILIA, MORAL E ÉTICA
Autor Fernando Martins
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 14/07/2013 08:42:26
Saudações,
Em Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, Comte nos fala que a polidez é uma simulação de moralidade. Ou seja, nos fazemos polidos no trato com os outros buscando estarmos enquadrados moralmente, ou seja, uma imposição social. Na verdade, esta polidez deveria ser fruto de um entendimento do que os antigos gregos denominaram de Philia.
O que é Philia? Uma das três formas de amar ao lado de Eros e Ágape, sendo o primeiro, o amor carnal na eterna busca do complemento e o segundo, o amor divino, associado à espiritualidade.
Philia seria o que nos proporciona a polidez além da preocupação moral, pois não é ser bonzinho ou educado e sim, amoroso.
Amoroso no sentido pleno da palavra, da prática do amor fraternal e companheiro, respeitoso sempre com o semelhante e com as coisas do mundo. Amorosidade é cuidado, respeito, confiança no trato com o outro, longe da individualidade da busca pelo Eros e sendo prerrogativa para se atingir o Ágape.
O estado de Philia te permite a liberdade de transitar no mundo sem se preocupar em saber como deve agir, pois suas ações são pautadas em conceitos que por si só, já possibilitam a civilidade e o bom trato com o outro e a adequada inserção dentro da sociedade pautada em uma civilidade ampla, compatível com qualquer contexto histórico, social, cultural.
Philia vai além da moral e chega ao ético. E ética é tudo que o ser humano precisa para que possamos todos viver plenamente sem preocupações moralistas que só geram simulacros, mas sim, com posturas éticas, que geram estas sim, a nobreza do que é ser civilizado.
Só para registro e reflexão.
Fecha o pano.
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