Saudades da Família
Atualizado dia 9/12/2006 8:37:51 PM em Espiritualidadepor Fernando Tibiriçá
Pude viver a importância moral, emocional, mental e espiritual que uma família proporciona. Os abraços, beijos e afagos das avós e da bisavó são comparados ao carinho e energia dos anjos. São bênçãos de Deus.
Em 1968, eu era gerente de uma agência de propaganda. O mundo fervia com manifestações políticas e sociais. A música e a moda mostravam novidades arrasadoras. Meu avô materno morreu (ele ajudou a me criar), meu cão Deewey também morreu e tive um desastre na via Anchieta, que valeu para mim, 3 meses no hospital, 6 meses deitado numa cama em casa, longa temporada numa cadeira de rodas, depois muletas e bengala. Minha mãe foi minha enfermeira e a família, uma fonte de energia inesgotável na minha recuperação. Graças a esse carinho voltei à vida normal, praticando esportes de competição como se nada houvesse acontecido. Só a família sabia o que passei e só eu sabia o que fiz minha família passar. A compaixão foi mútua.
O impacto com o desaparecimento (e as providências dos funerais) da família ou de sua grande maioria provoca o vazio nos fins de semana, Natal, passagens de ano, aniversários, festas juninas e outras ocasiões. Tudo é quase apagado. Mas ficam as grandes lembranças de uma família. Saudades da Família. O momento é de “ficar” com a família, esforçar-se para continuar morando e convivendo com ela. Os dias difíceis que estamos passando, e que continuarão cada vez mais complicados, recomendam que fiquemos unidos. Se possível com a família. Os jovens não devem se afastar de suas casas a não ser em caso de extrema necessidade.
Existe uma família ao nosso redor, no dia-dia, e não a apreciamos com a devida atenção porque não há laços familiares envolvidos. Na verdade, convivemos intensamente com pessoas que nos cercam com simpatia e solidariedade, e querem somente a reciprocidade. São pessoas com quem nos encontramos a todo instante, toda hora e todos os dias. Desde o mais humilde trabalhador até o diretor, sócio, enfim, o que for. Todos vivem dentro de uma solidão, disfarçada, e gostariam de um diálogo por mais curto que fosse. Felizmente, algumas pessoas já estão sentindo que podem contar com outras. O que falta é a graça Divina da atmosfera familiar.
Solidariedade, bondade, respeito, amizade, carinho, honestidade, lealdade, dignidade e boas intenções todos nós temos. O que precisamos é dar destaque a estas qualidades, que junto com outras mais, só podem ser encontradas em Deus. E se praticamos essas qualidades é porque Deus está em nós e, portanto, somos Deus. O Bem ainda pode vencer o Mal.
Há mais ou menos 12 anos, tive uma sessão sobre vidas passadas com Maria Silvia Orlovas e parte do que ouvi conto a seguir: “Eu era muito pequeno, com pouca idade, dormia e vivia entre os animais de um circo. Tinha o mesmo cheiro deles. Limpava as jaulas e suas sujeiras, cuidava dos animais dando alimento e banho. Não tinha pais, irmãos, qualquer parente, enfim, família. Os animais me adoravam e com o tempo se tornaram a minha família. Cresci e me tornei um domador de grande sucesso e as pessoas ficavam encantadas porque eu não precisava de instrumentos para agredir ou intimidar os animais. Eles simplesmente faziam, dentro da nossa cumplicidade, o que eu pedia. Nós eramos uma família". Tudo aconteceu no século 18, em São Petersburgo, Rússia.
Leia:
“O Partido de Deus enfrenta o Diabo” (09/08/2006)
“Você conhece a do “brasileiro”? Eu tenho 6 para contar...” (14/07/2006)
“Política e Espiritualidade” (21/05/2006)
“A Caminho de Santiago de Compostela” (26/03/2006) - especial atenção com a parte 2 que fala sobre o Oriente Médio.
“O Futuro da Terra” (18/02/2006)
“Epidemia Incontrolável: Alerta Geral!” (04/02/2006)
“Encontros e Desencontros do Caminho” desde a introdução (29/01/2006)
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