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SEDUZIDOS PELA LUZ

Atualizado dia 7/9/2011 6:24:27 PM em Espiritualidade
por Oliveira Fidelis Filho


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São centenas, milhares, crescendo e sincronizadamente movendo-se em direção à luz, sempre. Individual e coletivamente, nutrem-se da mesma fonte, do mesmo calor, da mesma luminosidade, da mesma energia pura. Para eles nada é mais importante, prazeroso e digno de contemplação do que aquela adorável estrela. Em sua direção se movimentam em incessante e prazerosa busca por nutrição, calor, cor e plenitude. Viver para a luz é o objetivo supremo, o que os torna tão espetaculares, além de fonte de energia para muitos. Quando reunidos, ou mesmo individualmente, é pura magia. Impossível contemplá-los sem se sentir elevado, arrebatado. O sagrado neles se revela de forma inequívoca e persuasiva.

Na Espanha, crê-se que são necessários doze para dar sorte. Na Hungria acredita-se que sua semente cura infertilidade. Para o Feng Shui é integridade e força que hospedamos em nós e desejamos compartilhar. Florais preparados com sua essência são utilizados para melhorar a autoestima e autoconfiança, proporcionando mais vontade e coragem. Há ainda os que acreditam simbolizar longevidade e lealdade além de fama, sucesso, sorte e felicidade.

Estou falando do girassol, de um campo de girassóis. Foi possivelmente arrebatado por sua magia que o pintor holandês Vincent Van Gogh produziu uma de suas obras de arte mais famosas: Doze girassóis numa jarra.

Contemplando um campo coberto de girassóis, fui levado mais uma vez a pensar no sentido da vida. Para a espécie humana, a vida precisa fazer sentido.

O Mistério da vida continua deixando em aberto espaços propícios aos mais variados mitos religiosos, elucubrações filosóficas e teorias científicas. Temos dificuldade de conviver com o mistério; impõe-se a irresistível necessidade de decifrá-lo, nominá-lo, etiquetá-lo, de alguma forma domá-lo ainda que seja com inconsistentes crenças.

Ainda que nos escape a origem e o propósito, permanece o fato que nela existimos e nos movemos. Em todas as direções que repousamos os olhos a percebemos fervilhando em sua frenética necessidade de continuidade. Nas mais variadas formas, cores, texturas, volumes, densidade e níveis de complexidade, ela é facilmente encontrada povoando as águas, a terra e o céu.

Sacrifícios impressionantes são feitos por indivíduos de todas as espécies para que a vida mantenha seu curso em infindáveis e repetitivos ciclos. Observamos sua existência, quantidade, variedade, mas, qual o seu propósito?

Geralmente o sentido da vida é mais profundamente questionado em momentos em que ela parece não fazer sentido. Questiona-se o propósito da vida quando se está sob as escuras nuvens da dor, seja do corpo ou da alma. Quando fustigados pelo medo, solidão, depressão, tragédias e perdas cresce em nós a demanda pelo propósito da existência. Portanto, o que fomenta o questionamento não é exatamente a vida, mas a parte da vida que se deixou de sentir. Assim, questionar o sentido da vida é um fardo a mais para aqueles em cuja existência o sentido se perdeu. E, quando o esvaziamento é muito grande, possui a força do vácuo, capaz de fazer implodir o corpo que a carrega. Em tais circunstâncias, o suicídio pode se apresentar como uma alternativa, não para colocar fim à vida, mas como uma desesperada ânsia de por um fim na ausência de vida.

Não questionamos o sentido da vida quando dela nos sentimos plenos. Como um fio ou um rio de energia que passa através dos mais simples aos mais complexos organismos, ela se impõe desejosa de derramar em plenitude. E quando plenamente se realiza se justifica, pois, na abundância inexiste demanda por sentido. Objetivando suprir a demanda de sentido, o Mestre Jesus declarou: "Eu vim para que tenham vida e vida em abundância". O Mestre nunca questionou o sentido da vida, tal questionamento para Ele não fazia o menor sentido.

Voltemos aos girassóis. O que os fazem tão admiráveis, tão plenos, tão cheios de vida? Gosto de pensar que por meio deles a natureza deixa pistas que podem nos levar a encher a vida de sentido. Lembrando Carlos Drummond de Andrade "a natureza não faz milagres; faz revelações". Portanto, vejamos o que o girassol, este ilustre representante da natureza, tem a nos dizer.

Em primeiro lugar, que a vida precisa se desenvolver na direção da Luz. Na semente de um girassol este objetivo está presente. Sua essência abriga tal vocação e deste alvo ele jamais se distancia. Germina, cresce, floresce e frutifica sob o brilho de sua adorável estrela. Quando o fim se aproxima, não mais podendo se mover, este lótus da terra firme mantém seus "olhos" focados na direção onde nasce sua estrela. 

Esta também é a vocação da espécie humana. Como filhos da Luz, sob a energia da Luz devem crescer, florescer, frutificar e co-criar abençoadoramente à semelhança do seu Criador, fazendo a Terra transbordar de bons frutos, de iluminados ideais e de toda sorte de boas obras.

Em segundo lugar, que o resultado de alimentar-se da luz é tornar-se semelhante a ela. Quando a flor de girassol atinge seu ápice, expressa a forma e o esplendor do Sol que durante a vida o guiou, tornando-se fonte de encantamento, de beleza e de energia. De igual forma apresentam-se aqueles que entre nós alimentam-se da Luz, tornando-se semelhantes a Ele.

Quando nos nutrimos do Sol da Justiça, deixamos que sua imagem e semelhança em nós se reproduzam. Quando nos alimentamos da energia Crística, tornamo-nos semelhantes a Jesus. Tornamo-nos fonte de incondicional amor, de energia pura, de paz e de alegria.

Em terceiro lugar, que alimentar-se da luz torna o propósito da vida inquestionável. O propósito de um girassol repousa na contemplação do Sol e na sua conseqüente transformação à semelhança de sua adorada Estrela.

Um ser humano deixa de questionar o sentido de sua vida quando em sua existência segue os "passos" do girassol. Quando voltado para Deus, permite que a essência divina nele existente se manifeste. À semelhança do girassol, carrega em si a divindade, desejosa de contemplar a Luz para que nEla se plenifique e transborde de sentido.

Lembrando Friedrich Nietzsche, "eu também quero a volta à natureza. Mas essa volta não significa ir para trás, e sim para frente", pois creio que nossa natureza é pura luz e puro amor. O que assim não for é fruto do ódio, da mentira, das sombras, do ego e não do Amor, da Verdade, da Luz e do Ser.

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Conteúdo desenvolvido por: Oliveira Fidelis Filho   
Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.
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