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Só a verdade nos fará livres

Atualizado dia 2/26/2014 9:40:13 PM em Espiritualidade
por Isha Judd


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Todos nós mentimos. Mentimos para receber aprovação e para manipular a opinião dos outros sobre nós. Isso é muitas vezes contraditório: quando crianças nos ensinam que não devemos mentir, que devemos sempre dizer a verdade; mas depois a sociedade nos ensina a mentir "corretamente" para evitar conflitos, usar a cortesia, para conseguir o que queremos.

Um exemplo de nossa necessidade de mentir foi vivida perfeitamente há muitos anos, quando eu apresentei o meu primeiro namorado de longa data, à minha família.

Meus pais tentaram disfarçar seu assombro, no fundo de suas mentes eles sabiam que era da mesma idade do meu pai, mas por conveniência, parecia não terem registrado esta informação. Maxwell era adorável, e claro, presenteou a minha mãe com um exorbitante vaso cheio de flores e ao meu pai com uma garrafa de vinho, cujo preço era igualmente exorbitante.

- Mas supõe-se que você vai se divorciar- insistiu Nana.

- É claro, respondeu Maxwell.

- Bom. Nós não poderíamos esperar que você fosse solteiro, dada a diferença de idade.

- Mãe!!- a minha mãe disse para a minha avó, mortificada.

- Oh, por favor, filha, relaxe. Eu não sou cega, e é claro que ele é mais velho. Então, Maxwell me diga, você trabalha muito?

- Muito, minha senhora.

- E temente a Deus?

- Acho que sim.

- Existe alguma possibilidade de anulação?

- Mãe, por favor...

- Bem, a que em breve será minha ex-mulher é protestante.

- Ah, então não deve haver problema. Mas me diga, você ama a nossa menina?

- Com certeza.

Nana sorriu, como um gato travesso.

- Então eu acho que é hora de abrir aquela garrafa de vinho- disse minha avó, triunfante.

Tudo correu bem desde então, até o final da refeição, quando Maxwell cometeu um grande erro: ele acendeu um cigarro na mesa de jantar. Ele ignorava que Nana e minha mãe tinham uma profunda aversão ao fumo, o que havia transformado o resto da família em fumantes secretos.

Meu pai, minha irmã e eu, e mais tarde o marido da minha irmã, tínhamos desenvolvido um hábito peculiar: no final de cada refeição em família, nós levantávamos ao mesmo tempo, anunciando que tínhamos que ir ao banheiro. Ao sair da sala, corríamos para o pátio, acendíamos os cigarros, fumávamos freneticamente, chupávamos as pastilhas para refrescar o hálito e os sprays para eliminar todos os vestígios de fumaça, e retornávamos inocentemente à mesa de jantar. Este comportamento estranho tinha sido comum por tão longo tempo, que havia se tornado parte de nossas personalidades. Inclusive, fingíamos o esperado repúdio quando as pessoas nos restaurantes tinham a audácia de fumar em uma mesa próxima. Eu nunca soube se a minha avó e minha mãe, tão inteligentes, deixaram-se enganar por essa farsa, mas definitivamente fizeram um ótimo trabalho fingindo que o faziam.

Assim, logo que Maxwell acendeu o Marlboro, a representação começou: Nana e minha mãe tossiram desesperadamente enquanto seus olhos lacrimejavam, em seguida, sentiram-se ofegantes descontroladamente, como se estivessem prestes a passar desta para uma melhor vida e meu pai se juntou a elas com um tímido tossir. Apressadamente, chutei o Maxwell por debaixo da mesa, peguei o seu cigarro e o apaguei no pirex da xícara de café. Ele, finalmente, entendeu o que estava acontecendo e com um sorriso deslumbrante se desculpou.

"É um hábito difícil de quebrar. Mas eu vou fazer uma promessa, Nana- continuou, olhando minha avó nos olhos - isso acaba aqui e agora; estou disposto a fazer o que for preciso para faze-la feliz- Nana suspirou e a paz voltou à mesa.

Mentir é autoabandono. É um lugar onde evitamos nos mostrar exatamente como somos, e assim, em última análise, vem do medo. O medo da rejeição, medo de não ser amado. Ficamos com máscaras sociais apresentando ao mundo uma pessoa falsa, a pessoa que achamos que deveríamos fingir ser. No entanto, ao fazê-lo, negamos partes de nós mesmos que, ou se tornam obsessões secretas, ou emoções reprimidas, e ambas levam ao ressentimento e decepção.

Quantas vezes sacrificamos a sinceridade, para manter as aparências? Todos nós valoramos a honestidade como uma virtude importante, mas quantas vezes a abandonamos, a fim de evitar conflitos ou constrangimento? Nossa necessidade de aprovação, muitas vezes vence o nosso compromisso de ser verdadeiros; mas a escolha de manter uma harmonia superficial aparente, ao preço de abandonar-se a sí mesmo, é um preço alto a pagar. Todas as coisas que escondemos, eventualmente aprendemos a ignorá-las.

Esses comportamentos em breve tornam-se inconscientes, e até mesmo, hábitos autodestrutivos que permanecem lá, escondidos da vista do público. Se sentimos a necessidade de ocultá-las, é porque em algum nível, sabemos que nossas ações não são baseadas em amor e crescimento. Mas é sendo honestos com nós mesmos sobre as escolhas que fazemos como podemos realmente resolver nossa situação, e desde esse lugar de clareza que proporciona a veracidade, começar a tomar novas decisões em nossas vidas.

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Conteúdo desenvolvido por: Isha Judd   
Isha é mestra espiritual reconhecida internacionalmente como embaixadora da paz. Criou um Sistema para a expansão da consciência que permite a auto-cura do corpo, da mente e das emoções. Site oficial www.ishajudd.com
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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