Sopas e alimentos espirituais

Você gosta de sopa? Não importa. Esses "causos" sobre sopa,  você poderá apreciar.

 

Lúcia trouxe uma amiga pra eu e Eli atender espiritualmente. E nos presenteou com uma suculenta tigela de sopa muito deliciosa.

Senti um choque em minha mente. De um lado ouvia: faça tudo de graça, Wilson. Não receba nada.

 

De outro, vinha a memória da Tia Júlia. Ela benzia o povo da cidade que nasci, Pirangi. E ganhava doces, frango, roupas... Ela aceitava tudo. Curava todos. Vida que segue!

 

Minha mãe, por volta de 1940, estava obsediada. Quase possessão! Católica, rezava terço e teve que buscar a cura em práticas espirituais fora da Igreja. Um casal bem simples atendeu ela, fez o "trabalho da pólvora". Ficou curada. Eles disseram. Você vai pra "mesa branca". Lá é seu lugar. Você tem missão.

Meu pai, na época descrente, ficava intrigado com a sopa. Chegava o povo a cavalo, de charrete, carro e cada um recebia um prato de sopa e tomava.

Dizia meu pai que a panela nunca esvaziava!

 

Estive duas vezes em Abadiânia, em Goiás, antes de estourar o escândalo. Confesso, vi curas e fenômenos extraordinários lá naquele Templo.  

Dentre tantas coisas, duas me cativaram muito. Nada era cobrado e cada um de nós recebia de graça um prato de sopa. Muito deliciosa.

 

Pois bem. São histórias reais que nos levam a refletir sobre o certo e o errado. E sobre o Amor que cura, com benzimento, com magia! E a sopa? Pra que a sopa?

Meu pai não teve resposta. Eu também não. Resta-me pensar sobre esses mistérios da espiritualidade.

 

Wilson Francisco